As expectativas dos homens trans diante da hormonização cruzada: contribuições da enfermagem no cuidado em saúde
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v9i11.9970Palavras-chave:
Hormonização; Pessoas transexuais; Cuidado transicional; Enfermagem.Resumo
Esse estudo objetivou conhecer as expectativas dos homens transexuais ante a hormonização, apontando as contribuições que a enfermagem pode agregar no cuidado em saúde e justifica-se diante da colaboração da enfermagem para a redução da discriminação e da violência através da promoção da saúde. Além disso, a enfermagem se faz presente na construção do conhecimento e de políticas públicas de saúde, que impactam de forma direta e indireta na saúde de homens transexuais. A metodologia utilizada foi a exploratório - descritiva com abordagem qualitativa, realizada em um ambulatório de saúde trans localizado em Niterói, RJ, com a participação de doze homens transexuais. Como resultados, percebeu-se que as mudanças corporais permitem a visibilidade social e a aceitação na sociedade cisheteronormativa. Narrativas sobre a passabilidade demonstram a preocupação com a segurança e mencionam que, por outro lado, pode ser a oportunidade de alcançar tranquilidade. Concluiu-se que as expectativas objetivas dos homens transexuais em relação à hormonização cruzada perpassam pela mudança na face, voz e corpo e eles enxergam esse processo como passaporte para obter satisfação com o próprio corpo. E como expectativas subjetivas, a liberdade, o respeito e a felicidade. A enfermagem pode colaborar no processo de transição dos homens transexuais por ser forte atuante na educação em saúde e na construção de políticas públicas, favorecendo a minimização dos riscos e danos diante da vulnerabilidade social a qual esse público está exposto e contribuindo para a redução da violência.
Referências
Bardin, L. (2011). Análise de Conteúdo. São Paulo: Edições 70.
Bento, B. A. M.(2008). O que é transexualidade. São Paulo, Brasiliense.
Borba, R. (2016). O (Des)Aprendizado de Si: transexualidades, interação e cuidado em saúde. Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ.
Brasil (2012). Resolução 466, de 12 de dezembro de 2012. Recuperado de http://bvsms.s aude.gov.br/bvs/saudelegis/cns/2013/res0466_12_12_2012.html.
Brasil (2013). Portaria 2.803, de 19 novembro de 2013. Redefine e amplia o Processo Transexualizador no Sistema Único de Saúde (SUS). Recuperado de http://bvsms. saude. gov.br/bvs/saudelegis/gm/2013/prt2803_19_11_2013.html.
Brasil (2016). Resolução 510, de 07 de abril de 2016. Recuperado de http://consel ho.saude.gov.br/resolucoes/2016/Reso510.pdf.
Butler, J. (2009). Desdiagnosticando o gênero. 124 Physis Revista de Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, 19 (1), 95-126.
Coleman, E., Bockting, W., Botzer, M., Cohen-Kettenis, P., DeCuypere, G., Feldman, J., Zucker, K. (2012). Terapia hormonal. In Normas de atenção à saúde das pessoas trans e com variabilidade de gênero, 36 - 57. World Professional Association for Transgender Health (WPATH):7ª versão. Recuperado de https://www.wpath.org/publications/soc.
Conselho Federal de Medicina (2010). Resolução CFM 1955 / 2010. Recuperado de https://sistemas.cfm.org.br/normas/visualizar/resolucoes/BR/2010/1955.
Cortes, H. M. (2018). A transgeneridade feminina e os processos de mudanças corporais. J. nurs. health, 8(2), e188211. Recuperado de https://doi.org/10.15210/jonah.v8i2.14345.
Duarte, D. D., Queluci, G. C., Ferreira, H. C. & Chiszostimo, M. M. (2020). A pespectiva do enfermeiro no cuidado diante da pessoa trans. Research, Society and Development, 9 (4), e61942845. Recuperado de http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v9i4.2845.
Duque, T. (2017) “A gente sempre tem coragem”: identificação, reconhecimento e as experiências de (não) passar por homem e/ou mulher. Cadernos pagu(51), e175110. Recuperado de https://www.scielo.br/pdf/cpa/n51/1809-4449-cpa-180944492017005 10010.pdf.
Fontanella, B. J. B., Ricas, J., & Turato, E. R. (2008) Amostragem por saturação em pesquisas qualitativas em saúde: contribuições teóricas. Cad Saúde Pública, Rio de Janeiro, 24 (1), 17-27.
Janini, J. P., & Santos, R. S. (2020). Relações sócio-familiares e a construção da personalidade da pessoa transexual. Research, Society and Development, 9 (9), e677997883. Recuperado de http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v9i9.7883.
Matta, T. F., Santos Junior, E.C., Costa, C. M. A. & Araújo, L. M. (2020). Saúde LGBT e currículo de enfermagem: visão de futuras enfermeiras. Research, Society and Development, 9 (9), e722997855. Recuperado de https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/7855.
Minayo, M. C. S. (2014). O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. (14a ed.), - São Paulo: Hucitec, 416p.
Oliveira, D. C. (2008). Análise de conteúdo temático-categorial: uma proposta de sistematização. Rev. enferm. UERJ, Rio de Janeiro, out/dez; 16(4):569-76.
Organização das Nações Unidas Brasil (2019). OMS retira a transexualidade da lista de doenças mentais. Recuperado de https://nacoesunidas.org/oms-retira-a-transexualidade-da-lista-de-doencas-mentais/.
Pontes, J. C., & Silva, C. G. (2017). Cisnormatividade e passabilidade: deslocamentos e diferenças nas narrativas de pessoas trans. Recuperado de https://portalseer.ufba.br/ index.php/ revistaperiodicus/article/view/23211.
Rosa, E. B. P. R. (2020). Cisheteronormatividade como instituição total. Recuperado de https://revistas.ufpr.br/petfilo/article/view/68171.
Rosa, D. F., Carvalho, M. V. F., Pereira, N. R., Rocha, N. T., Neves, V. R. & Rosa, A. S. (2019). Nursing Care for the transgender population: genders from the perspective of professional practice. Revista Brasileira de Enfermagem, 72(Supl. 1), 299-306. Recuperado de https://doi.org/10.1590/0034-7167-2017-0644.
Saadeh, A., Cordeiro, D. M., & Caetano. L.O. (2015). Atendimento a transexuais e a travestis: crianças, adolescentes e adultos. In: Transexualidade e travestilidade na saúde. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão Estratégico e Participativa. Departamento de Apoio à Gestão Participativa. Brasília: Ministério da Saúde, 99 -110.
Santos, C. G. P. (2015). Saúde? Completo bem-estar psicossocial de um indivíduo: tudo que uma pessoa trans não possui. In: Transexualidade e travestilidade na saúde. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão Estratégico e Participativa. Departamento de Apoio à Gestão Participativa. Brasília: Ministério da Saúde, 17-24.
Scott, J. W. (1986). Gender: A Useful Category of Historical Analysis. The American Historical Review, 91 (5), 1053. Recuperado de https://doi.org/10.108 6/ahr/91.5.1053.
Spizzirri, G. (2015). Aspectos genéticos relacionados ao transexualismo. Recuperado de https://pesquisa.bvsalud. org/portal/resource/pt/lil-747256.
Teixeira, A. M., Morais, F. J. S. M & Teixeira, M. P. M. (2015). Transexualidade e travestilidade na saúde. In: Transexualidade e travestilidade na saúde. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão Estratégico e Participativa. Departamento de Apoio à Gestão Participativa. Brasília: Ministério da Saúde, 83-98.
World Health Organization (2018). International Classification of Diseases, 11th Revision (ICD-11). Recuperado de https://www.who.int/classifications/ icd/en/.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2020 Andréa Felizardo Ahmad; Beatriz Rodrigues Silva Selles Dantas; Fabiana Albino Fraga; Aiarlen dos Santos Meneses; Cláudia Regina Ribeiro; Adriana Lemos
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.