A pílula contraceptiva na ótica da religião: observando a Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde da Criança e da Mulher (PNDS-2006)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v10i10.19289

Palavras-chave:

Mulher; Religião; Métodos contraceptivos; Políticas Públicas; Pílula anticoncepcional.

Resumo

O presente trabalho objetiva investigar se há alguma relação entre religião e as decisões relativas à utilização de métodos contraceptivos, especificamente a pílula. Para tanto, nós temos como base a Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde da Criança e da Mulher (PNDS-2006). Em alguns estudos, a religião não influenciou no uso de métodos contraceptivos, não sendo significante a associação entre religião e uso de método contraceptivo, contudo, há a prevalência de uso desses métodos por meninas que se autodeclararam católicas foi mais alta (80,9%) em relação às meninas não católicas (70,3%). Em outros, vemos a pílula ser o método contraceptivo ser o mais lembrado e procurado por mulheres, em que se destaca a interferência da religião no uso da contracepção não foi capturada em nenhuma das pesquisas nacionais de demografia e saúde. Assim, neste trabalho, testamos as hipóteses: 1) como nula, a de que não há interferência nas decisões relativas à utilização de métodos contraceptivos, especificamente a pílula; 2) como alternativa, a de que há interferência nas decisões relativas à utilização de métodos contraceptivos, especificamente a pílula. Testamos a correlação e covariação por tabelas de contingência, gráficos, e os testes de significância pertinentes – correlação de Pearson, teste qui-quadrado, ANOVA por meio do Statistical Package for the Social Sciences (SPSS). Como principal resultado, a categoria “Religião” não é capaz de responder por influência no uso método de anticoncepção atualmente, assim como pela procura do SUS ou de outra instituição para obter pílula.

Referências

Ávila, M. B. & Corrêa, S. (1999). Movimento de saúde e direitos reprodutivos no Brasil: revisitando percursos – saúde sexual reprodutiva no Brasil. São Paulo: Hucitec.

Baptista, V. F. (2021). Planejamento familiar: inimigo a ser combatido, aliado libertador ou falso amigo? Revista Brasileira de Políticas Públicas, v. 11(1), 394-417.

Brasil. (1993). Relatório Final da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito destinada para Exame da incidência da esterilização em massa de mulheres no Brasil. Brasília: Congresso Nacional.

Duarte, H. S. et al. (2011). Utilização de métodos contraceptivos por adolescentes do sexo feminino da Comunidade Restinga e Extremo Sul. Rev. paul. pediatr., 29(4), 572-576.

Ferreira, H. L. O. C. et al. (2019). Determinantes Sociais da Saúde e sua influência na escolha do método contraceptivo. Rev. Bras. Enferm., 72(4), 1044-1051.

Caetano, A. J. (2014). Esterilização cirúrgica feminina no Brasil, 2000 a 2006: aderência à lei de planejamento familiar e demanda frustrada. Revista Brasileira de Estudos de População, 31(2), 309-331.

Camiá, G. K.; Marin, H. F. & Barbieri, M. (2011). Diagnósticos de enfermagem em mulheres que frequentam serviço de planejamento familiar. Revista Latino-Americana de Enfermagem, 9(2), 26-34.

Fonseca-Sobrinho, D. (1993). Estado e população: uma história do planejamento familiar no Brasil. Rio de Janeiro: Rosa dos Tempos.

Martins, U. L. & Baptista, V. F. (2020). Política pública, planejamento familiar e direito reprodutivo: a esterilização compulsória como estratégia da biopolítica. In: I Encontro Virtual do Conselho Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Direito. Florianópolis: Conselho Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Direito, 326-347.

Ministério da Saúde [MS]. (2006). Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde da Criança e da Mulher (PNDS-2006). Brasília: Ministério da Saúde.

Ministério da Saúde [MS]. (2004). Política nacional de atenção integral à saúde da mulher: princípios e diretrizes. Brasília: Ministério da Saúde.

Nicolau, A. I. O. et al. (2011). Laqueadura tubária: caracterização de usuárias laqueadas de um serviço público. Revista da Escola de Enfermagem da USP, 45(1), 55-61.

Olsen, J. M. et al. (2018). Práticas contraceptivas de mulheres jovens: inquérito domiciliar no Município de São Paulo, Brasil. Cadernos de Saúde Pública, 34(2), 1-17.

Osis, M. J. D. et al. (2016). Atenção ao planejamento familiar no Brasil hoje: reflexões sobre os resultados de uma pesquisa. Cadernos de Saúde Pública, 22(11), 2481-2490.

Paniz, V. M. V.; Fassa, A. G. & Silva, M. C. (2005). Conhecimento sobre anticoncepcionais em uma população de 15 anos ou mais de uma cidade do Sul do Brasil. Cad. Saúde Pública, 21(6), 1747-1760.

Pedro, J. M. (2003). A experiência com contraceptivos no Brasil: uma questão de geração. Rev. Bras. Hist., 23(45), 239-260.

Richardson, R. J. et al. (2007). Pesquisa social: métodos e técnicas. 3. ed. rev. ampliada. São Paulo: Atlas.

Sanches, M. A. & Simão-Silva, D. P. (2016). Planejamento familiar: do que estamos falando?. Revista Bioética, 24(1), 73-82.

Santos, J. C. & Freitas, P. M. (2011). Planejamento familiar na perspectiva do desenvolvimento. Ciência & Saúde Coletiva, 16(3), 1813-1820.

Sen, A. (2000). Desenvolvimento como liberdade. São Paulo: Companhia das Letras.

Silva, R. M. et al. (2011). Planejamento familiar: significado para mulheres em idade reprodutiva. Ciência & Saúde Coletiva, 16(5), 2415-2424.

Downloads

Publicado

16/08/2021

Como Citar

BAPTISTA, V. F. A pílula contraceptiva na ótica da religião: observando a Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde da Criança e da Mulher (PNDS-2006). Research, Society and Development, [S. l.], v. 10, n. 10, p. e495101019289, 2021. DOI: 10.33448/rsd-v10i10.19289. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/19289. Acesso em: 27 jul. 2024.

Edição

Seção

Ciências Humanas e Sociais