Avaliação da Qualidade de Vida em pacientes reabilitados do câncer de cabeça e pescoço: aplicação da Análise Fatorial Confirmatória para validação de constructo

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v11i14.23367

Palavras-chave:

Neoplasias de cabeça e pescoço; Qualidade de vida; Oncologia; Próteses e implantes.

Resumo

Objetivo: Avaliar a QV de pacientes em uso de prótese bucomaxilofacial, bem como a confiabilidade e a validade dos constructos do WHOQOL-bref. Método: estudo transversal com 193 pacientes, de ambos os sexos, acima de 18 anos, atendidos na Fundação Oncocentro de São Paulo, SP, no periodo de 2016 a 2019. O teste de Mann-Whitney foi aplicado para avalair a diferença entre as variáveis demográficas e clínicas versus os domínios do WHOQOL-bref. Na análise de validação foram aplicados os testes de alfa de Cronbach e a Análise Fatorial Confirmatória. Resultados: Houve diferença entre os sexos para os domínios Psicológico e Ambiental (p<0,050). Para o escore Ambiente, pacientes com 60 anos ou mais apresentaram valores superiores para QV (p<0,010). Para todos os domínios foram observados escores mais elevados na ausência de uso de medicamentos e de comorbidades. Na análise de validação, o instrumento apresentou consistência interna quase perfeita no escore geral (αCronbach = 0,82). Para Análise Fatorial Confirmatória, os parâmetros mostraram a exequibilidade da análise (≥ 0,85) Quanto as cargas fatorais, o domínio Social referente as relações pessoais e atividade sexual mostrou resultados ≥ 0,70. Conclusão: Neste estudo os homens apresentaram melhor QV para os domínios psicológico e ambiente, e das variáveis que avaliaram os aspectos clínicos, a ausência de comorbidades esteve relacionada positivamente a melhor QV nos domínios do WHOQOL-bef. Na validação dos achados, verifica-se que o instrumento WHOQOL-bref pode ser aplicado para avaliar QV em pacientes com prótese bucomaxilofacial.

Biografia do Autor

Léslie Piccolotto Ferreira, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

Possui graduação em Fonoaudiologia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1971), mestrado em Linguística Aplicada ao Ensino de Línguas pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1981) e doutorado em Distúrbios da Comunicação Humana (Fonoaudiologia) pela Universidade Federal de São Paulo (1990). Atualmente é professora titular do Departamento de Teorias e Métodos da Fonoaudiologia e da Fisioterapia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Na Linha de Pesquisa Voz, Comunicação, Saúde e Arte, ministra aulas e orienta pesquisas sobre voz profissional, principalmente as relacionadas à voz do professor. Essa produção auxiliou nas discussões para o reconhecimento do Distúrbio de Voz Relacionado ao Trabalho (DVRT). Foi presidente do Conselho Regional de Fonoaudiologia (1989-92), e da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia (2002-3). Foi Vice-presidente da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia - 2017-2019. Atualmente é editora científica da Revista Distúrbios da Comunicação e Coordenadora do Laboratório de Voz (LaborVox) da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Atua como parecerista ou membro do Conselho Editorial das revistas CEFAC, CoDAS, Audiology Communication Research, e Saúde em Revista.

Patrícia Rocha dos Santos, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

Possui mestrado em Fonoaudiologia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (2018). Atualmente é fonoaudióloga da Prefeitura Municipal de Mauá, doutoranda em Comunicação Humana e Saúde pela PUCSP e editora júnior da revista Disturbios da Comunicação. Tem experiência na área de Fonoaudiologia, com ênfase em Saúde Coletiva e Assistência Domiciliar, atuando principalmente nos seguintes temas:Fonoaudiologia, Saúde Publica, Afectos, Linguagem e Assistência Domiciliar.

Ana Paula da Silva Tozzo, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

Possui graduação em Fonoaudiologia pela Universidade do Sagrado Coração (1989). Especialização em Saúde da Família com Enfoque Multiprofissional pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (2012). Mestrado em Fonoaudiologia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (2017). Doutorado em Fonoaudiologia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (em andamento). Experiência clínica em Fonoaudiologia Educacional, em Reabilitação da Comunicação, em Aperfeiçoamento Comunicativo com ênfase na otimização do desempenho em Voz Profissional.

Andre Luiz Lopes de Araujo, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

Possui graduação em Licenciatura em Música pela Universidade Católica do Salvador (2002). Mestrando em Fonoaudiologia, na linha de pesquisa Voz Cantada na PUC-SP. Doutorado em Comunicação Humana e Saúde.

Giséli Pereira de Freitas , Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

Possui graduação em Fonoaudiologia pela Universidade Federal de Santa Maria (2008), mestrado em Distúrbios da Comunicação Humana pela mesma instituição, Especialização em Didática do Ensino Superior pela Universidade Nilton Lins e cursa doutorado em Distúrbios da Comunicação na PUC-SP como bolsista CAPES.Atuou por quatro anos como docente em IES nos cursos de graduação em Fonoaudiologia e pós-graduação em áreas afins.

Jéssica Raignieri, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

Possui Graduação em Letras - Licenciatura em Língua Portuguesa pela ULBRA - (2010). Possui Graduação em Fonoaudiologia pelo Centro Universitário de Várzea Grande UNIVAG-MT (2015). Possui Pós - Graduação em Audiologia pelo CEFAC - SP (2017). Possui Mestrado em Fonoaudiologia Clínica pela PUC-SP (2018). Doutoranda em Fonoaudiologia Clínica pela PUC - SP com início em (2019). Tem experiência em Fonoaudiologia na área de Diagnóstico em Audição na Criança e Linguagem Infantil. Especializando em Análise do Comportamento ( ABA).

Marcella Ferrari Martins, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

Possui graduação em Fonoaudiologia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo(2012). Aprimoramento em fonoaudiologia na Associação de Pais Amigos Deficientes Auditivos Sorocaba. Mestre em Fonoaudiologia com a linha de pesquisa audição na criança pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (2016). Doutoranda em Fonoaudiologia na linha de pesquisa audição na criança pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Tem experiencia na área de Fonoaudiologia com Enfase em audiologia, atuando principalmente nas seguintes áreas: implante coclear( Programação do dispositivo) e avaliação infantil e adulto, audiometria, imitanciometria, emissões otoacústicas e potencial evocado auditivo de tronco de encefálico.

Rosy Neves da Silva, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

Possui graduação em Fonoaudiologia pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (2014) e mestrado em Fonoaudiologia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (2017). Atualmente é pesquisador da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.

Paulo Iakowski Cirillo , Fundação Oncocentro de São Paulo

Fundação Oncocentro de São Paulo – Diretor Adjunto de Reabilitação, São Paulo, SP, Brasil.

Stela Verzinhasse Peres, Fundação Oncocentro de São Paulo

Fundação Oncocentro de São Paulo – Diretoria Adjunta de Epidemiologia e Sistema de Informação. São Paulo, SP, Brasil.

Referências

Almeida-Brasil, C. C., Silveira, M. R., Silva, K. R., Lima, M. G., Faria, C. D. C. d. M., Cardoso, C. L., Menzel, H.-J. K., & Ceccato, M. d. G. B. (2017). Qualidade de vida e características associadas: aplicação do WHOQOL-BREF no contexto da Atenção Primária à Saúde. Ciência & Saúde Coletiva, 22(5), 1705–1716. https://doi.org/10.1590/1413-81232017225.20362015.

Areias, M. E., Pinto, C. I., Vieira, P. F., Castro, M., Freitas, I., Sarmento, S., Matos, S., Viana, V., & Areias, J. C. (2014) Living with CHD: quality of life (QOL) in early adult life. Cardiol Young. 24(Supl. 2):60-65. 54. Oliveira SE, Von Honendorff J, Müller JL, Bandeira DR,

Azevedo, I. F. M. (2016). Qualidade de vida, imagem corporal e autoestima de pacientes com sequelas bucomaxilofacias candidatos à reabilitação protética 98f. Dissertação (Mestrado em Psicologia) - Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal,

Barbosa Filho V. C., Moreira, N. B., Oliveira, V., Mazzardo, O., & Campos, W. (2013). Condições de saúde e variáveis sociodemográficas associadas à qualidade de vida em idosas de um programa de atividade física de Curitiba, Paraná, Sul do Brasil. Cad Saude Publica 29(5):955-969

Barros, A. P. B., Arakawa, l., Tonini, M. D., & Carvalho, V. A. (2000). Fonoaudiologia em cancerologia. Fundação Oncocentro de São Paulo. Brasil, Instituto Nacional do Câncer (Brasil). Tipos de câncer. [Brasília, DF]: Instituto Nacional do Câncer, 2020. Disponível em: www.inca.gov.br

Dogar I. A, Haider N, Ahmad M, Naseem S, & Bajwa A. (2012) Comparison of quality of life among cardiac, hepatic, cancer, and dermatological patients. J Pak Med Assoc; 62(3):232-235.

Fleck M. P. A, Leal O. F, Louzada S., Xavier M., Chachamovich E., & Vieira G. (1999). Desenvolvimento da versão em português do instrumento de avaliação de qualidade de vida da OMS (WHOQOL-100). Rev. Bras. Psiquiatr., 21(1):19-28.

Fleck M. P. A., Louzada S., Xavier M., Chachamovich E., Vieira G., Santos L., et al. (2000). Aplicação da versão em português do instrumento abreviado de avaliação da qualidade de vi. da "WHOQOL-bref". Rev. Saúde Pública. 34(2): 178-183. https://doi.org/10.1590/S0034-89102000000200012.

Gholami, A. et al. (2013). Aplicação do WHOQOL-BREF na mensuração da qualidade de vida em profissionais de saúde. Revista internacional de medicina preventiva, 4(7), 809.

Ha N. T, Duy H. T, Le N. H, Khanal V, & Moorin R. (2014). Quality of life among people living with hypertension in a rural Vietnam community. BMC Public Health; 14:833.

Hasson-Ohayon I, Tuval-Mashiach R, Goldzweig G, Levi R, Pizem N, & Kaufman B (2016). The need for friendships and information: Dimensions of social support and posttraumatic growth among women with breast cancer. Palliat Support Care, 14(4):387-92.

International Agency for Research on Cancer - IARC. Taxas estimadas de incidência padronizadas por idade (mundial) em 2020, em todo o mundo, ambos os sexos, todas idades. Cancer Today, Globocan - GCO, 2020. Acesso em: 05 SEt 2022

Koller S. H, Fleck M. P, & Trentini C. M. Associations between self-perceived quality of life and socio-demographic, psychosocial, and health variables in a group of elderly. Cad Saude Publica 2013; 29(7):1437-1448. 55. Vagetti GC,

Krus D. J, & Helmstadter G. C (1993). The problem of negative reliabilities. Educational and Psychological Measurement. v. 53, p. 643-650.

Landis J. R, & Koch G. G (1977) The measurement of observer agreement for categorical data. Biometrics. 33:159-74

Liao L. J, Hsu W. L, Lo W. C, Cheng P. W, Shueng P. W, & Hsieh C. H (2019). Health-related quality of life and utility in head and neck cancer survivors. BMC Cancer, 19(1):425.

Lin C. Y, Hwang J. S, Wang W. C, Lai W. W, Su W. C, Wu T. Y, Yao G, & Wang J. D (2019). Psychometric evaluation of the WHOQOL-BREF, Taiwan version, across five kinds of Taiwanese cancer survivors: Rasch analysis and confirmatory factor analysis. Journal of the Formosan Medical Association. 118(1):215-22

Mansano-Schlosser T. C, & Ceolim M. F (2012). Quality of life of cancer patients during the chemotherapy period. Texto & Contexto-Enfermagem. 21:600-7.

Melo C. F, Filho J. E. V., Teófilo M. B., Costa I. M., Ramos C. M. O., & Filho R. A. F. (2018). Resiliência e qualidade de vida: um estudo correlacional em jovens e adolescentes, Adolesc. Saude; 15(3): 7-14.

Monteiro G. T. R, & Hora H. R. M (2013). Pesquisa em Saúde Pública: como desenvolver e validar instrumentos de coleta de dados. Appris.

Nicolson P, & Anderson P. The patient’s burden: physical and psychological effects of acute exacerbations of chronic bronchitis. J Antimicrob Chemother 2000; 45:25-32.

Orem, D. E. (2001). Nursing Concepts of Practice. Hardcover.

Orley J, & Kuyken W (1994). WHOQOL Group. The development of the World Health Organization quality of life assessment instrument (the WHOQOL). (Eds.). Quality of life assessment: international perspectives. Heidelberg: Springer, 41-60.

Pereira E. F, Teixeira C. S, Santos A. (2012). Qualidade de vida: abordagens, conceitos e avaliação, Bras. educ. fís. esporte, 26(2):241-250.

Ribeiro, K. B, & Obregón, M. F. Q. (2018). A Valorização Da Aparência Física no Brasil e a Discriminação Estética na Relação de Emprego como Óbice ao Trabalho Decente Previsto Pela Organização Internacional Do Trabalho.

Rodrigues A. B, Cunha G. H, Aquino C. B. Q, Rocha S. R, Mendes C. R. S., & Firmeza M. A (2018). Head and neck cancer: validation of a data collection instrument. Bras Enferm, 71(4):1899-906.

Rodrigues, M. J. (2018). Qualidade de Vida e Associação do WHOQOL-Bref com o perfil dos idosos. Universidade Federal de Mato Grosso Campus Universitário do Araguaia.

Seidl E. M. F, & Zannon C. M. L. C (2004). Qualidade de vida e saúde: aspectos conceituais e metodológicos. Saúde Pública, 20(2)580-588.

Sharma, S. (1996). Applied multivariate techiniques. Willey.

Silveira, A., Gonçalves, J., Sequeira, T., Ribeiro, C., Lopes, C., Monteiro, E., & Pimentel, F. L. (2011). Avaliação da qualidade de vida em doentes com patologia oncológica da cabeça e pescoço modelo de validação da versão electrónica Portuguesa do EORTC-QLQ C30 e EORTC-H&N35. Acta Medica Portuguesa, 24(SUPPL. 2), 347-354.

Skevington, S. M., & Epton, T. (2018). How will the sustainable development goals deliver changes in well-being? A systematic review and meta-analysis to investigate whether WHOQOL-BREF scores respond to change. BMJ Global Health, 3(Suppl 1), Artigo e000609. https://doi.org/10.1136/bmjgh-2017-000609

Soares I, Silva A, Chariglione I, Formiga N, & Melo G. F. (2019). Escala de qualidade de vida (EQV): evidências psicométricas de medida em adultos. Psicologia, Saúde & Doenças, 20(2), 328-347 http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1645- 00862019000200005&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt

Vartanian J. G, Carvalho A. L, Yueh B, Furia C L, Toyota J, McDowell J. A, Weymuller E. A Jr, & Kowalski L. P. (2006). Brazilian-Portuguese validation of the University of Washington Quality of Life Questionnaire for patients with head and neck cancer. Head Neck, 28(12):1115-21. 10.1002/hed.20464. PMID: 16823873.

Ware J, & Sherbourne C, (1992). The MOS 36-Item Short-Form Health Survey (SF-36). I. Conceptual Framework and Item Selection. Medical Care, 30;473-483.

Zandonai A. P, Cardozo F. M. C., Nieto I. N. G., & Sawada N. O. (2010). Qualidade de vida nos pacientes oncológicos: revisão integrativa da literatura latino-americana. Eletr. Enferm, 12(3):554-61.

Downloads

Publicado

07/11/2022

Como Citar

FERREIRA, L. P. .; SANTOS, P. R. dos .; TOZZO, A. P. da S. .; ARAUJO, A. L. L. de .; FREITAS , G. P. de .; RAIGNIERI, J.; MARTINS, M. F. .; SILVA, R. N. da .; CIRILLO , P. I. .; PERES, S. V. . Avaliação da Qualidade de Vida em pacientes reabilitados do câncer de cabeça e pescoço: aplicação da Análise Fatorial Confirmatória para validação de constructo. Research, Society and Development, [S. l.], v. 11, n. 14, p. e226111423367, 2022. DOI: 10.33448/rsd-v11i14.23367. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/23367. Acesso em: 17 jul. 2024.

Edição

Seção

Ciências da Saúde