O direito à educação das pessoas privadas da liberdade: uma pesquisa-ação

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v11i3.26277

Palavras-chave:

Educação; Direito; Prisão.

Resumo

A pesquisa realizada teve como objetivo fomentar a produção textual das pessoas presas na Província da Lunda Norte, em Angola, a fim de identificar seus elementos constitutivos, as narrativas predominantes e o uso da competência escritora tanto na afirmação da identidade quanto na afirmação de direitos. Entendendo que Educação se faz ao longo da vida, em todos os tempos, todos os espaços e que a escrita das pessoas presas constitui uma Literatura Carcerária ainda a ser tematizada pela pesquisa acadêmica, desenvolvemos o estudo por meio da oferta de oficinas literárias para posterior análise dos materiais produzidos. Pensar o direito à educação na prisão significa refletir sobre sua contribuição para a vida dos encarcerados e da sociedade em geral, a oferta de atividades educacionais nos espaços de privação da liberdade guarda especificidades que a diferenciam de outros espaços. É uma oportunidade de socialização, na medida em que oferece aos participantes novos referenciais, possibilidade de reconstrução da identidade e de resgate da cidadania perdida. Por meio do desenvolvimento da pesquisa confirmamos a hipótese que, em uma população prisional com acesso somente à leitura da bíblia e, pouco estímulo à leitura e a escrita, o contexto de encarceramento, por si só, é capaz de produzir uma epistemologia que se traduz em narrativas de interesse para a área da Educação.

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Publicado

25/02/2022

Como Citar

PASSOS, T. B. . O direito à educação das pessoas privadas da liberdade: uma pesquisa-ação . Research, Society and Development, [S. l.], v. 11, n. 3, p. e33311326277, 2022. DOI: 10.33448/rsd-v11i3.26277. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/26277. Acesso em: 18 jul. 2024.

Edição

Seção

Congresso Internacional sobre a Democracia e a Justiça no Século XXI -JUST2021