Caminhar através das fendas das junções de inconciliáveis

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v11i6.29290

Palavras-chave:

Abertura; Interstício; Negativo; Restos; Espectro.

Resumo

Os interstícios são campos minoritários que, por sua abertura, são capazes de ofuscar o que, aparentemente, se apresenta com clareza irredutível. Como resultado de um casamento incompleto e desajustado [pelo menos dual] entre os signos/entidades que os originam, esse intervalo pode desestabilizar e causar desordem nessas entidades e em seus próprios significados. Os intersticiais oferecem uma relação hifenizada: uma união e separação simultâneas, um espaçamento entre a identidade da entidade e sua alteridade ou alteridade. Um e outro não podem mais ser vistos sem a fenda ou fissura que agora os separa, unindo-os, por um lapso de espaço-tempo. Essa fissura provoca deslocamentos ontológicos, semânticos, uma ausência entre um e outro, um com e contra o outro. A partir de uma aproximação improvável entre algumas mudanças conceituais e semânticas na produção projetual do arquiteto Rem Koolhaas e a produção textual do filósofo Jacques Derrida, este artigo questiona a noção de unidade, coerência, afinidade e complementaridade no processo de construção do pensamento a partir dessas fissuras ontológicas, epistemológicas e semiológicas que abalam os signos/entidades e seus significados estáveis. As fissuras de um pensamento considerado coerente, coeso, formatado são a negatividade que constitui os interstícios que nos permitem avançar em direção ao que ainda permanece como não-identidade, o que nos permite iniciar outra história.

Referências

Deleuze, G. (2010). O que é a Filosofia? (3th ed.), Editora 34

Deleuze, G. (2010). O que é a Filosofia? (3th ed.), Editora 34

Derrida, J. (1978). La Vérité en Peinture. Flammarion

Derrida, J. (1974). Glas. Galilée,

Derrida, J. (1995). Khôra. Papirus

Derrida, J. (2004). Gramatologia. (2th ed.), Perspectiva

Derrida, J. (1991) Margens da Filosofia. Papirus

Freud, S. (2019). O Infamiliar. Autêntica

Giacoia, O. J. (2013). Heidegger Urgente. Três estrelas

Heidegger, M. (2007). A origem da obra de arte. Edições

Heidegger, M. (2008). Parmenides. Editora Vozes

Koolhaas, R, (1978). Delirious New York. The Monacelli Press

Koolhaas, R & Mau, B. (1995). S,M,L,XL. The Monacelli Press

Koolhaas, R. & Boeri, S. & Kwinter S. & Tazi, N. (2001). Mutations. Actar

Koolhaas, R. (2014). Três textos sobre a cidade. GG Brasil

Kristeva, J. (2005). Introdução à semanálise. (2th ed.), Perspectiva

Nietzsche, F. (2001). Além do Bem e do Mal. Preludio a uma Filosofia do Futuro. (2th ed.), Companhia das Letras

Peeters, B. (2013). Derrida. Civilização Brasileira

Safatle, V. (2005) A Paixão do Negativo. Lacan e a Dialética. Editora UNESP

Samoyault, T. (2008). A Intertextualidade. Hucitec

Safranski, R. (2013). Heidegger, um mestre da Alemanha entre o bem e o mal. Geração editorial

Downloads

Publicado

04/05/2022

Como Citar

GUATELLI, I. Caminhar através das fendas das junções de inconciliáveis. Research, Society and Development, [S. l.], v. 11, n. 6, p. e46511629290, 2022. DOI: 10.33448/rsd-v11i6.29290. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/29290. Acesso em: 17 jul. 2024.

Edição

Seção

Ciências Humanas e Sociais