Casuística de trauma cranioencefálico em cães sob a perspectiva da patologia forense

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v11i11.33954

Palavras-chave:

Exumação; Necropsia; Violência.

Resumo

O patologista veterinário exerce papel fundamental na medicina veterinária forense. As lesões encontradas e a condição que o animal se encontra podem ser resultantes de atos intencional e a traumatologia forense é importante ferramenta para a identificação de lesões. O traumatismo cranioencefálico (TCE) caracterizam-se por danos físicos ao tecido cerebral. O objetivo deste trabalho é descrever os casos de necropsias com finalidade forense de animais que sofreram trauma cranioencefálico como principal processo de óbito. Através do estudo retrospectivo da casuística do SOVET – UFPel, foram selecionadas necropsias com finalidade forense e histórico de suspeita de trauma cranioencefálico no período 11 anos. Das 14 necropsias forenses realizadas no período, 5 cães apresentavam histórico ou suspeita de trauma cranioencefálico. Em sua maioria eram cães de raça definida e fêmeas. A fratura de osso parietal foi a lesão mais encontrada. Também foram observados fratura de osso occiptal e lesões superficiais em osso frontal. Três dos cinco animais havia suspeita de agressão por pessoas do convívio, caracterizando maus-tratos. Dois dos cinco cadáveres estudados foram exumados, reforçando a realização da necropsia forense como ferramenta essencial para elucidação da causa da morte, principalmente em casos de agressão. Conclui-se lesões de osso parietal foram as mais frequentes e a exumação se faz necessária para elucidar os casos de suspeita de maus tratos. A necropsia forense é essencial para registrar adequadamente as alterações encontradas e estabelecer o nexo causal em casos forenses.

Referências

Arkow, P. (2015) Recognizing and resp onding to cases of suspected animal cruelty , abuse, and neglect: what theveterinarian needs to know. Veterinary Medicine: Research and Reports, 6, 349-59.

Fighera, R. A., Souza, T. M., Silva, M. C., Brum, J. S., Graça, D. L., Kommers, G. D., Irigoyen, L. F. & Barros, C. S. L. (2008). Causas de morte e razões para eutanásia de cães da Mesorregião do Centro Ocidental Rio-Grandense (1965-2004). Pesquisa Veterinária Brasileira, 28(4), 223-230.

Heng, H. G., Selvarajah, G. T., Lim, H. T., Ong, J. S., Lim, J., & Ooi, J. T. (2009). Serial postmortem abdominal radiographic findings in canine cadavers. Forensic science international, 192(1-3), 43–47.

Lockwood, R. & Arkow, P. (2016) Animal Abuse and Interpersonal Violence: The Cruelty Connection and Its Implications for Veterinary Pathology. Veterinary Pathology. 53(5), 910-918.

Mazzante, N. M. G., Camargo, B. W. D. F., Sanctis, P., Fogaça, J. L., Vettorato, M. C., Tremori, T. M., Babboni, S. D., Vania Maria de Vasconcelos Machado , Rocha, N.S. (2020) Post-mortem analysis of injuries by incomplete hanging in dog (Canis familiaris) through radiographs and forensic necropsy - Case Report, Journal of Forensic Radiology and Imaging. 20, 0-18.

Mcdonough, S. P. & Mcewen B. J. (2016) Veterinary Forensic Pathology: The Search for Truth. Veterinary Pathology. 53(5), 875–877.

Maria, A. C. B. E., Rego, A. A. M. Da S. & Maiorka, P. C. (2013) Necropsy Findings i, n Dogs that Died During Grooming or other Pet Service Procedures. Journal of Forensic Sciences, 58(5) 1189–1192.

Monteiro, J.H., Matsui, A., Cuevas, S.E., Honrado, S.A., Vasconcelos, R.O. & Moreira, P.R.R. (2018) Animal cruelty in cat: case report. Revista de Educação Continuada em Medicina Veterinária e Zootecnia do CRMV-SP, 16(1), 75-77.

Munro, R. & Munro, H. M. C. (2008) Animal abuse and unlawful killing: forensic veterinary pathology. London: Saunders-Elsevier, 106p.

Nassaro, M R. F. (2013). Maus tratos aos animais e violência contra as pessoas - A Aplicação da Teoria do Link nas ocorrências atendidas pela Polícia

Militar do Estado de São Paulo. 1. ed. São Paulo: Edição do Autor, 90p.

Ressel, L., Hetzel, U. & Ricci, E. (2016) .Blunt Force Trauma in Veterinary Forensic Pathology. Veterinary pathology, 53(5), 941–961.

Ribas, L. M., Massad, M. R. R., Tremori, T. M., Reis, S. T. J., Eising, T., & Rocha, N. S. (2016). Postmortem analysis of injuries by roadkill of a white-eared opossum (Didelphis albiventis) by radiographs and forensic necropsy-a virtopsy case report. Journal of Veterinary Science and Technology, 7.

Siqueira, E. G. M., Rahal, S. C., Vassalo, F. G., Araújo, F. A. P., Agostinho, F. S. (2013) Trauma cranioencefálico em pequenos animais. Veterinária. e Zootecnia. 20(Edição Comemorativa):112-123.

Scheffer, G. K., (2019). Animal abuse: A close relationship with domestic violence, Derecho Animal (Forum of Animal Law Studies). 10(2), 56-64.

Tremori, T. M., Ribas, L. M., Massad, M. R., Reis, S. T.,, Pinto, A. C. & Rocha, N. S. (2018).Classificação comparada das lesões de ordem mecânica segundo a traumatologia forense no exame de corpo de delito em animais. Revista Brasileira de Criminalística, 7, 20-25.

Tremori T. M. & Rocha N. S. (2013). Exame do corpo de delito na Perícia Veterinária (ensaio). Revista de Educação Continuada em Medicina Veterinária e Zootecnia do CRMV-SP. 11(3), 30–35.

Downloads

Publicado

01/09/2022

Como Citar

SILVA, L. M. C. da .; CASTRO, C. C. de; CORRÊA, L. G. .; LIMA, J. L. F. de .; MARCON , I. L. .; MIRANDA, J. V. .; ALBANO , A. P. N. .; VARGAS, P. S. .; GRECCO, F. B. .; FERNANDES , C. G. . Casuística de trauma cranioencefálico em cães sob a perspectiva da patologia forense. Research, Society and Development, [S. l.], v. 11, n. 11, p. e535111133954, 2022. DOI: 10.33448/rsd-v11i11.33954. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/33954. Acesso em: 17 jul. 2024.

Edição

Seção

Ciências Agrárias e Biológicas