Uso e dependência do smartphone de adolescentes no cenário escolar de tempo integral
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i7.16098Palavras-chave:
Smartphone; Medicina da dependência; Adolescente.Resumo
Objetivos: Conhecer o perfil de uso e a dependência do smartphone de adolescentes em escolas de tempo integral. Método: Estudo transversal realizado em seis Escolas Estaduais de Educação Profissional (EEEP) na cidade de Fortaleza, Ceará, Brasil, desenvolvido entre setembro e outubro de 2019. Participaram 286 adolescentes (15-19 anos) que responderam dois questionários (dados sociodemográficos, uso e dependência do smartphone). Utilizou-se o SPSS 23.0 para análise descritivas e inferenciais, tendo como desfecho a dependência do smartphone. Resultados: Houve maior percentual do sexo masculino (53,5%), idade de 16 anos (31,5%) e classe social D (52,4%). Sobre a utilização, 96,2% usavam para acessar redes sociais, 71,0% para receber e fazer ligação, 68,9% para jogar e 66,1% para assistir filmes. Verificou-se que 62,6% apresentavam dependência do smartphone, com tempo de uso de 7,3 (± 3,4) horas/diárias. Foi constatada associação entre a dependência do smartphone com a idade (OR: 1,48; p=0,009), utilizar fones de ouvido (OR: 2,76; p<0,001), e usar o smartphone 1h 18 minutos a mais (p=0,003). Conclusão: Dentre as razões para o uso do smartphone pelos adolescentes destacam-se acessar as redes sociais, assistir filmes e jogar, bem como usar WhatsApp para fins de comunicação. Evidenciou-se elevada dependência e tempo de uso do smartphone nos adolescentes, associado a idade e ao uso de fones de ouvido. Assim, alerta-se para a necessidade de campanhas educativas e orientações sobre o uso consciente do smartphone visando a prevenção e redução de agravos à saúde física e mental.
Referências
Billieux, J., Maurage, P., Lopez-Fernandez, O., Kuss, D. J., & Griffiths, M. D. (2015). Can Disordered Mobile Phone Use Be Considered a Behavioral Addiction? An Update on Current Evidence and a Comprehensive Model for Future Research. Current Addiction Reports, 2(2), 156–162.
Bloch, K. V., & Klein, C. H. (2009). Estudos Seccionais. In: Medronho, R. A. Epidemiologia. Saraiva.
Boumosleh, J. M., & Jaalouk, D. (2017). Depression, anxiety and smartphone addiction. PLoS ONE, 12(8), 1–14.
Comitê Gestor da Internet. (2019). Pesquisa sobre o uso da internet por crianças e adolescentes no Brasil: TIC kids online Brasil 2018 / Survey on internet use by children in Brazil: ICT kids online Brazil 2018.
Cha, S. S., & Seo, B. K. (2018). Smartphone use and smartphone addiction in middle school students in Korea: Prevalence, social networking service, and game use. Health Psychology Open, 5(1).
Correr, R., & Faidiga, M. T. B. (2017). O uso do celular por adolescentes: Impactos nos relacionamentos. Adolescencia e Saude, 14(2), 24–39.
Derevensky, J. L., Hayman, V., & Lynette Gilbeau. (2019). Behavioral Addictions: Excessive Gambling, Gaming, Internet, and Smartphone Use Among Children and Adolescents. Pediatric Clinics of North America, 66(6), 1163–1182.
Elhai, J. D., Dvorak, R. D., Levine, J. C., & Hall, B. J. (2017). Problematic smartphone use: A conceptual overview and systematic review of relations with anxiety and depression psychopathology. Journal of Affective Disorders, 207, 251–259.
Fares, J., Fares, M. Y., & Fares, Y. (2017). Musculoskeletal neck pain in children and adolescents: Risk factors. Surgical Neurology International, 8(72), 1–5.
Fırat, S., Gül, H., Sertçelik, M., Gül, A., Gürel, Y., & Kılıç, B. G. (2018). The relationship between problematic smartphone use and psychiatric symptoms among adolescents who applied to psychiatry clinics. Psychiatry Research, 270, 97–103.
Gutiérrez, J. D. S., de Fonseca, F. R., & Rubio, G. (2016). Cell-phone addiction: A review. Frontiers in Psychiatry, 7(175), 1–15.
Haug, S., Paz Castro, R., Kwon, M., Filler, A., Kowatsch, T., & Schaub, M. P. (2015). Smartphone use and smartphone addiction among young people in Switzerland. Journal of Behavioral Addictions, 4(4), 299–307.
Instituto Brasilerio de Estatística e Geografia. (2018). Uso de internet, televisão e celular no Brasil. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 2017, https://educa.ibge.gov.br/jovens/materias-especiai.
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. IBGE. (2015). Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios. Acesso à internet e à televisão e posse de telefone móvel celular para uso pessoal : 2015. (IBGE). https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv99054.pdf
Jiang, Z., & Zhao, X. (2016). Self-control and problematic mobile phone use in Chinese college students: The mediating role of mobile phone use patterns. BMC Psychiatry, 16(1), 1–8.
Khoury, J. M., De Freitas, A. A. C., Roque, M. A. V., Albuquerque, M. R., Das Neves, M. D. C. L., & Garcia, F. D. (2017). Assessment of the accuracy of a new tool for the screening of smartphone addiction. PLoS ONE, 12(5), 1–13.
Lee, H., Kim, J. W., & Choi, T. Y. (2017). Risk factors for smartphone addiction in Korean adolescents: Smartphone use patterns. Journal of Korean Medical Science, 32(10), 1674–1679.
Lin, Y. H., Chang, L. R., Lee, Y. H., Tseng, H. W., Kuo, T. B. J., & Chen, S. H. (2014). Development and validation of the Smartphone Addiction Inventory (SPAI). PLoS ONE, 9(6), e98312. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0098312
Liu, C. H., Lin, S. H., Pan, Y. C., & Lin, Y. H. (2016). Smartphone gaming and frequent use pattern associated with smartphone addiction. Medicine (United States), 95(28), 1–4.
Pew Research Center. (2016). Smartphone Ownership and Internet Usage Continues to Climb in Emerging Economies. Pew Research Center, pp. 1–5.
Queiroz, L. B., Lourenço, B., Silva, L. E. V., Lourenço, D. M. R., & Silva, C. A. (2018). Musculoskeletal pain and musculoskeletal syndromes in adolescents are related to electronic devices. Jornal de Pediatria (Versão Em Português), 94(6), 673–679.
Schweizer, A., Berchtold, A., Barrense-Dias, Y., Akre, C., & Suris, J. C. (2017). Adolescents with a smartphone sleep less than their peers. European Journal of Pediatrics, 176(1), 131–136.
Secretaria da Educação do Estado do Ceará. (2019). Ensino Médio e Profissional. Retrieved from https://www.seduc.ce.gov.br/escolas-estaduais-de-educacao-profissional-no-ceara/
Sociedade Brasileira de Pediatria. (2016). Saúde de Crianças e Adolescentes na Era Digital. https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/2016/11/19166d-MOrient-Saude-Crian-e-Adolesc.pdf
Wang, P. Y., Chen, K. L., Yang, S. Y., & Lin, P. H. (2019). Relationship of sleep quality, smartphone dependence, and health-related behaviors in female junior college students. PLoS ONE, 14(4), 1–12.
We Are Social. (2021). Digital 2021 - We Are Social. https://wearesocial.com/digital-2021
World Health Organization. (2014). Public Health Implications of Excessive Use of the Internet, Computers, Smartphones and Similar Electronic Devices Meeting report. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21661372
Xie, Y., Szeto, G., & Dai, J. (2017). Prevalence and risk factors associated with musculoskeletal complaints among users of mobile handheld devices: A systematic review. Applied Ergonomics, 59, 132–142.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Paula Pessoa Brito Nunes; Ana Paula Vasconcellos Abdon; Francisco Valter Miranda Silva; Daniele de Queiroz Martins ; Claudiana Batista de Brito; Mirna Albuquerque Frota
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.
