Estudo do efeito do tratamento térmico nos compostos bioativos em PANC
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v9i11.10045Palavras-chave:
PANC; Compostos bioativos; Tratamento térmico.Resumo
Este trabalho objetivou avaliar o efeito do tratamento térmico (TT) nos compostos bioativos e antinutricionais em diferentes PANC (Beldroega, Bredo, Chaya, Cana de macaco, Hortelã com borda, Língua de vaca, Serralha e a Urtiga mansa). As concentrações dos compostos bioativos - fenólicos totais (FT) e flavonoides; dos antinutricionais (taninos e oxalatos) e a atividade antioxidante (AA) foram realizadas segundo as Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. Os teores (mg/100g) dos compostos nas PANC antes do TT variaram da seguinte forma: compostos bioativos - FT de 2,04±0,04 a 37,40±0,46, os flavonoides de 145,96±0,61 a 410,73±1,93; os compostos antinutricionais - taninos de 4,47±0,46 a 211,74±2,96, e oxalatos de 2,61±0,13 a 4,41±0,22; a AA (IC50) variou de 2,13±0,05 a 7,05±1,36. O TT aplicado nas amostras proporcionou aumento no percentual da concentração dos compostos na maioria das PANC que variou de: 38,13 a 99,84% (FT); 1,2 a 37% (flavonoides); 21,21 a 116,55% (taninos); 45,92 a 77,63 (oxalatos), assim como na AA, que variou de 14,5 a 67%. Por outro lado, houve uma variação no percentual da redução nas outras PANC de: 45 a 73% (FT); 8 a 29% (flavonoides); 15 a 74 % (taninos); 5,36 a 27,44% (oxalatos) e de 44,49 a 79,84% (AA). Conclui-se que, de maneira geral, o TT aplicado favoreceu o aumento da concentração dos compostos bioativos e da AA nas PANC, o mesmo não ocorrendo para os fatores antinutricionais.
Referências
Arbos, K. A., Freitas, R. J. S., Stertz, S. C., Dornas, M. F. (2010) Atividade antioxidante e teor de fenólicos totais em hortaliças orgânicas e convencionais. Ciências e Tecnologia de Alimentos, 30 (2), 501-506.
Arnao, M. B. Some methodological problems in the determination of antioxidant activity using chromogen radicals: a practical case. (2000). Trends in Food Science & and Technology, 11 (11), 419-421.
Atkins, P. Princípios de Química – questionando a vida e o meio ambiente; Ed. Bookman; 2001. 120p
Battestin, V., Matsuda, L. K., Macedo, G.A. (2004). Fontes e aplicações de taninos e Tanases em alimentos. Alimentos e Nutrição, 15 (1), 63-72.
Benevides, C. M. J., Souza, R. D. B., Souza, M. V., Lopes, M. V. (2013). Efeito do processamento sobre os teores de oxalato e tanino em maxixe (Cucumis anguria l.); Jiló (Solanum gilo); feijão verde (Vigna unguiculata (l.) Walp) e feijão andu (Cajanus cajan (l.) Mill sp). Brazilian Journal of Food and Nutrition, 24; (3), 321-327.
Benevides, C. M. J., Souza, R. D. B., Souza, M. V., Lopes, M. V. (2011). Fatores antinutricionais em alimentos: Revisão. Segurança Alimentar e Nutricional, 18 (2), 67-79.
Bouyahya, A., Belmehdi, O., Abrini, J., Dakka, N., Youssef Bakri, Y. (2019). Chemical composition of Mentha suaveolens and Pinus halepensis essential oils and their antibacterial and antioxidant activities. Asian Pacific Journal of Tropical Medicine, 12 (3), 117-122.
Bouyahya, A., Abrini, J., Et-Touys, A., Bakri, Y., Dakka, N. (2017) Indigenous knowledge of the use of medicinal plants in the North-West of Morocco and their biological activities. European Journal of Integrative Medicine, 13, 9-25.
Brack, P. Plantas alimentícias não convencionais. (2016). Agriculturas, 13 (2), 4-6.
Brand-Williams, W., Cuvelier, M. E., Berset, C. (1995). Use of a free radical method to evaluate antioxidant activity. LWT - Food Science and Technology, 28 (1), 25-30.
Brasil. Ministério da Agricultura; Pecuária e Abastecimento: Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo. Manual de Hortaliças Não Convencionais. Brasília: MAPA/ACS; 2013. 99 p.
Brasil. Ministério do Meio Ambiente. Biodiversidade Brasileira. 2019. Disponível em http://www.mma.gov.br/biodiversidade/biodiversidade-brasileira Acesso em: 15 mar. 2020.
Cardoso, C., Stringheta, P. C., Chaves, J. B. P., Della Lucia, C. M., Pinheiro-Sant’ana, H. M. (2009). Boletim do Centro de Pesquisa de Processamento de Alimentos, 27 (1), 71-72.
Chai, W., Liebman, M. Effect of different cooking methods on vegetable oxalate content. (2005). Journal Agricultural Food Chemistry, 53 (8), 94-102.
Chen; Z., Bertin, R., Froldi; G. EC50 estimation of antioxidant activity in DPPH assay using several statistical programs. (2013). Food Chemistry, 138 (1), 414-420.
Cobayashi, F. Cálcio: Seu Papel na Nutrição e Saúde. (2004). Compacta Nutrição, 5 (2), 3-18.
Dos Reis, L. C. R., De Oliveira, V. R., Hagen, M. E. K., Jablonski, A., Flôres, S. H., De Oliveira, R. A. (2015). Effect of cooking on the concentration of bioactive compounds in broccoli (Brassica oleracea var .Avenger) and cauliflower (Brassica oleracea var . Alphina F1) grown in an organic system. Food Chemistry, 172, 770-777.
Dubey; S., Maity; S., Singh; M., Saraf, S. A., Saha, S. (2013). Phytochemistry; Pharmacology and Toxicology of Spilanthes acmella: A Review. Advances in Pharmacological Sciences, 1-9.
Gerardi, C., Frassinetti, S., Caltavuturo, L., Leone, A., Lecci, R., Calabriso, N., Carluccio, M. A., Blando, F., Mita, G. (2016). Anti-proliferative, anti-inflammatory and antimutagenic activities of a Prunus mahaleb L. anthocyanin-rich fruit extract. Journal of Functional Foods, 27, 537-548.
Gobbo-Neto, L., Lopes, N. P. Plantas Medicinais: Fatores de Influência no conteúdo de metabólitos secundários. (2007). Química Nova, 30 (2), 374-381.
Guzmán-Maldonado, S. H., Acosta-Gallegos, J., Paredes-López, O. (2000). Protein and mineral content of a novel collection of wild and weed common bean (Phaseolus vulgaris L.). Journal of the Science of Food and Agriculture, 80 (13), 874-1881.
Instituto Adolfo Lutz Métodos físico-químicos para análise de alimentos. (2008). São Paulo: Instituto Adolfo Lutz. 1020p.
Ioku, K., Aoyama, Y., Tokuno, A., Terao, J., Nakatani, N., Takei, Y. Various Cooking Methods and the Flavonoid Content in Onion. (2001). Journal of nutrition al science and vitaminology, 47, 78-83.
Ismail, A., Marjan, Z. M., Foong, C.H. (2004). Total antioxidant activity and phenolic content in selected vegetables. Food Chemistry, 87, (4), 581-586.
Jan, N. K., Zarafshan, K., Singh, S. Stinging nettle (Urtica dioica L .): a reservoir of nutrition and bioactive components with great functional potential. (2016). Journal of Food Measurement and Characterization, 61 (3), 315-318.
Khanam, U. K. S., Oba, S, Yanase, E, Murakami, Y. Phenolic acids, flavonoids and total antioxidant capacity of selected leafy vegetables. (2012). Journal Functional Foods, 4, 979–987.
Kinupp, V. Como o conceito PANC nasceu? Autobiografia de Valdely Kinupp. (2018). Brasília, DF: Observatório Brasileiro de Hábitos Alimentares da FioCruz. Disponível em: http://obha.fiocruz.br/index.php/2018/05/18/como-o-conceitopanc-nasceu-autobiografia-de-valdely-kinupp/ Acesso em: 11 set. 2019.
Kinupp, V. F., Lorenzi, H. Plantas Alimentícias não Convencionais (PANC) no Brasil: guia de identificação, aspectos nutricionais e receitas ilustradas. (2014). Instituto Plantarum de Estudos da Flora, 767p.
Kris-Etherton, P. M., Hecker, K. D., Bonanome, A., Coval, S. M., Binkoski, A. E., Hilpert, K. F., Etherton, T. D. (2002). Bioactive compounds in foods: their role in the prevention of cardiovascular disease and cancer. The American Journal of Medicine, 113, (9), 71-88.
Lima, G. P. P., Costa, S. M., Monaco, K. A., Uliana, M. R., Fernandez, R. M., Correa, C. R., Vianello, F., Cisneros-Zevallos, L., Minatel, I. O. Cooking processes increase bioactive compounds in organic and conventional green beans.( 2017). Internation Jounal Food Science Nutrition, 68, 919–930.
Liu, L., Howe, P., Zhou, Y. F., Xu, Z. Q., Hocart, C., Zhan, R. Fatty acids and b-carotene in Australian purslane (Portulaca oleracea) varieties. (2000). Journal of Chromatography A,.893, 207-213.
Lopes, C. O., Dessimoni, G. V., Silva, M. C., Vieira, G., Pinto, N. A.V. D. Aproveitamento, composição nutricional e antinutricional da farinha de quinoa (Chenopodium Quinoa). (2009). Alimentos e Nutrição, 20, (4), 669-675.
Ma, M. M., Um, T. H. Effects of extraction methods and particle size distribution on the structural, physicochemical, and functional properties of dietary fiber from de oiled cumin. (2016). Food Chemistry, 194, 237–246.
Macedo, J. M., Souza, L. G. P., Valenzuela, V. C.T., Oliveira, A. B., Castilho, R. O., Jácome, R. L. R. P. Variação sazonal nos teores de flavonoides, taninos e atividade antioxidante de Davilla rugosa Poir. (2013). Revista Ciências Farmacêuticas Básica Aplicada, 34 (4), 585-590.
Machado, T. M. Antioxidants in post-harvest of Brassica oleracea var. Italica cultivated in organic and conventional systems submitted to sanitization treatments and oxidative enzymes in different varieties of Cichorium intybus L. (2012). 112 f. Tese (Doutorado em Ciências Biológicas I) – Instituto de Biociências, UNESP - Universidade Estadual “Julio de Mesquita Filho”, Botucatu. 2012.
Massey, L.K. Food Oxalate: Factors Affecting Measurement, Biological Variation, and Bioavailability. (2007). Journal of Academy of Nutrition and Dietetics, 107 (7), 1191-1194.
Melo, E.A., Maciel, M.I.S., Lima, V.L.A.G., Santana, A. P. M. Capacidade antioxidante de hortaliças submetidas a tratamento térmico. (2009). Journal Brazilian Food Nutrition, 34 (1), 85-95.
Moon, J. I., Shibamoto, T. Antioxidant Assays for Plant and Food Components (2009). Journal Agricultural Food Chemistry, 57, (5), 1655–1666.
Moraes, F. P., Colla, L. M. Alimentos funcionais e nutracêuticos: definições, legislação e benefícios à saúde. (2018). Revista eletrônica de farmácia, 3 (2), 109-122.
Paschoal, V., Souza, N. S. Plantas Alimentícias não convencionais (PANC). (2015). Nutrição Clínica Funcional: Compostos Bioativos dos Alimentos. São Paulo: VP Editora.
Pereira, A. Avaliação das atividades cicatrizante e antitumoral de extratos provenientes da casca de banana cultivar Prata Anã (Musa spp). (2010). 138f. Dissertação (Mestrado em Biotecnologia) – Centro de Ciências Biológicas, UFSC, Florianópolis, 2010.
Pereira, R. J., Cardoso, M. G. Metabólitos secundários vegetais e benefícios antioxidantes. (2012). Journal of Biotechnology and Biodiversity, 3 (4), 146-152.
Pietta, P. G. Flavonoids as antioxidants. (2000). Journal of Natural Products, 63 (7), 1035-142.
Pino, V. H. D., Lajol, F. M. Efecto inhibitorio de los taninos del frijol carioca (Phaseolus vulgaris L.), sobre la digestibilidade de la paseolina por dos sistemas multienzimaticos. (2003). Ciencia e Tecnologia de Alimentos, 23 (1), 49-53.
Pinto, M. S., Lajolo, F. M., Genovese, M. I. Bioactive compounds and quantification of total ellagic acid in strawberries (Fragaria ananassa Duch.). (2008). Food Chemistry, 107, 1629-1635.
Polesi, R.G. Agrobiodiversidade e Segurança Alimentar no Vale do Taquari: plantas alimentícias não convencionais e frutas nativas. (2016) 48p. Monografia (Especialização em Gestão da Qualidade no Processamento de Alimentos, Unidade de Encantado, Universidade Estadual do Rio Grande do Sul, Encantado, 2016.
Preti, R., Rapa, M., Vinci, G. Effect of steaming and boiling on the antioxidant properties and biogenic amines content in green bean (Phaseolus vulgaris) varieties of different colours. (2017). Journal of Food Quality, 2, 1-8,
Rocha, S. R. S. Procedimentos e avaliação química de parâmetros de interesse nutricional de espinafre comercializado na Bahia. Dissertação. Instituto de Quimica. Universidade Federal da Bahia. Salvador -Bahia,(2009). Disponível em: https://repositorio.ufba.br/ ri/handle/ri/10014 . Acesso em: 23.04 2020
Salunkhe, D. K., Chavan, J. K., Kadam, S. S. Dietary tannins: Consequences and remedies. Boca Raton: CRC Press, p. 1-310. 1990.
Santos, M. A. T. Efeito do cozimento sobre alguns fatores antinutricionais em folhas de brócolis, couve-flor e couve. (2005). Ciência Agrotecnológica, 30 (2), 294-301.
Savi, P. R. S., Santos, L., Gonçalves, A. M., Biesek, S., Lima, C. P. Análise de flavonoides totais presentes em algumas frutas e hortaliças convencionais e orgânicas mais consumidas na região Sul do Brasil. (2017). Demetra, 12 (1), 275-287.
Siener, R., Honow, R., Voss, S., Seidler, A., Hesse, A. Oxalate content of cereals and cereal products. (2005). Journal Agricultural Food Chemistry, 54 (8), 3008-3011.
Silva, A. B. S., Wiest, J. M., Carvalho, H. H. C. Compostos químicos e atividade antioxidante analisados em Hibiscus rosasinensis L. (mimo-de-vênus) e Hibiscus syriacus L. (hibisco-dasíria). (2016). Brazilian Journal of Food Technology, 19,1-9
Singh, B., Singh, J. P., Kaur, A., Singh, N. Phenolic compounds as beneficial phytochemicals in pomegranate (Punica granatum L.) peel: a review. (2018). Food Chemistry, 261, 75-86.
Souza, L. S., Velini, E. D., Maimoni-Rodella, R. C. S., Martins, D. Teores de Macro e Micronutrientes e a Relação C/N de várias espécies de Plantas Daninhas. (1999). Planta Daninha, 17(1), 163-167.
Sultana, B., Anwar, F., Iqbal, S. Effect of different cooking methods on the antioxidant activity of some vegetables from Pakistan. (2008). International Journal of Food Science and Technology, 43, 560-567.
Yadav, S. K., Sehgal, S. Effect of domestic processing and cooking on selected antinutrient contents of some Green leafy vegetables. (2003). Plant Foods for Human Nutrition, 58 (3), 1-11.
Zapata Vahos, I. C., Villacorta, V., Maldonado, C. M. E., Castro Restrepo, D., Rojano, B. A. Antioxidant and cytotoxic activity of black and green tea from Vaccinium meridionale Swartz leaves. (2015). Journal of medicinal plant research, 9, (13), 445-453.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2020 Clícia Maria de Jesus Benevides; Cirlene Cardoso Monteiro Costa; Yago Pinto Cardoso; Mariangela Vieira Lopes; Simone de Souza Montes; Antonio Carlos dos Santos Souza
![Creative Commons License](http://i.creativecommons.org/l/by/4.0/88x31.png)
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.