Manutenção da firmeza do mamão minimamente processado utilizando pectina metilesterase e lactato de cálcio

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v9i11.10205

Palavras-chave:

Infusão a vácuo; Integridade celular; Desmetilação da pectina.

Resumo

O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito da infusão a vácuo de pectina metilesterase (PME) e lactato de cálcio (C6H10CaO6) na manutenção da firmeza do mamão minimamente processado, visando manter a qualidade e a integridade celular do fruto. Após o processamento mínimo, os tratamentos empregados foram: fruto sem infusão (controle); com infusão de H2O; com infusão de PME; com infusão de C6H10CaO6 e com infusão de PME+C6H10CaO6. Nos tempos zero, quatro e oito dias de armazenamento foram realizadas análises de ácido galacturônico total, metanol, integridade celular, vitamina C, pH, acidez, sólidos solúveis, danos, frescor e contaminação. O mamão tratado com a combinação PME+cálcio apresentou um aumento da firmeza (5,8 N) no oitavo dia de armazenamento, diferindo em relação ao tratamento controle (1,3 N), reportando o menor vazamento de eletrólitos. No quarto dia, o fruto tratado com PME+C6H10CaO6 apresentou o maior teor de ácido galacturônico e no oitavo dia o maior teor de metanol, indicando uma ação efetiva da enzima PME e do cálcio nesse período. O tratamento PME+C6H10CaO6 foi eficaz em manter e melhorar a qualidade do mamão preservando o frescor, o conteúdo de sólidos solúveis, a acidez e o pH ao longo do armazenamento.

Biografia do Autor

Natália Reis Soares, Universidade Federal de Sergipe

Técnica em Agroindústria pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano - Campus Guanambi (2014); graduanda em Engenharia de Alimentos pela Universidade Federal de Sergipe (UFS). Possui experiência em Iniciação Científica nas áreas de bioquímica e química dos alimentos e em produtos minimamente processados.

Patrícia Nogueira Matos, Federal University of Sergipe

Possui graduação em Engenharia de Alimentos pela Universidade Federal de Sergipe (2017) e mestrado em Ciência e Tecnologia de Alimentos pela Universidade Federal de Sergipe (2019). Atualmente é técnico em alimentos e laticínios da Universidade Federal de Sergipe. Tem experiência na área de Ciência e Tecnologia de Alimentos, com ênfase em Fisiologia Pós-Colheita, atuando principalmente nos seguintes temas: processamento mínimo de hortaliças, armazenamento, caracterização físico-química de matérias-primas alimentares assim como seus produtos derivados, desidratação de frutas.

Aline Andrade Reis, Federal University of Sergipe

Possui graduação em Química pela Universidade Federal de Sergipe (2015) e curso Técnico em Química pelo Instituto Federal de Sergipe (2012). Atualmente é Técnica de Laboratório da área química da Universidade Federal de Sergipe. Tem experiência na área de Ciência e Tecnologia de Alimentos.

Fernanda de Azevedo Souza, Federal University of Sergipe

Mestranda em Agricultura e Biodiversidade pela Universidade Federal de Sergipe (UFS). Graduada em Biologia pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (2019). 

Luiz Fernando Ganassali de Oliveira Júnior, Federal University of Sergipe

Possui graduação em agronomia pela Universidade Federal de Viçosa (1999), mestrado em Produção Vegetal (Pós-Colheita) pela Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (2002) e doutorado em Produção Vegetal (Fisiologia Vegetal) pela Universidade Estadual do Norte Fluminense (2006). Atualmente é professor Associado II da Universidade Federal de Sergipe. Tem experiência na área de Fisiologia Vegetal, Ecofisiologia, Fisiologia Pós-Colheita, Bioquímica de Plantas, Grandes Culturas e Fruticultura.

Marcelo Augusto Gutierrez Carnelossi, Federal University of Sergipe

Possui graduação em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de Uberlândia (1992), mestrado em Ciências Agrárias (Fisiologia Vegetal) pela Universidade Federal de Viçosa (1996), doutorado em Ciências Agrárias (Fisiologia Vegetal) pela Universidade Federal de Viçosa (2000) e Pós-doutorado pela Universidade da Florida (2013). Atualmente é Diretor Didático Pedagógico do Campus do Sertão-UFS e professor Titular do Departamento de Tecnologia de Alimentos da Universidade Federal de Sergipe. Coordena e participa de equipes de projetos de pesquisa na área de processamento de produtos de origem vegetal. Tem experiência na área de Ciência e Tecnologia de Alimentos, com ênfase em Tecnologia de Produtos de Origem Vegetal, atuando principalmente nos seguintes temas: processamento mínimo, pós-colheita, armazenamento, e hortaliças minimamente processadas.

Referências

Aghdam, M. S., Hassanpouraghdam, M. B., Paliyath G., & Farmani, B. (2012). The language of calcium in postharvest life of fruits, vegetables and flowers. Scientia Horticulturae, 144, 102-115. doi.org/10.1016/j.scienta.2012.07.007.

Aguayo, E., Requejo-jackman, C., Stanley, R. & Woolf, A. (2015). Hot water treatment in combination with calcium ascorbate dips increases bioactive compounds and helps to maintain fresh-cut apple quality. Postharvest Biology and Technology, 110, 158-165. doi.org/10.1016/j.postharvbio.2015.07.001.

Ahmed, A. E. R., & Labavitch, J. M. (1977). A simplified method for accurate determination of cell wall uronide content. Journal of food Biochimistry, 1(4), 361-365. doi.org/10.1111/j.1745-4514.1978.tb00193.x.

AOAC. (1984). Official methods of analysis (14th ed.). Arlington: Association of Official Analytical Chemists.

Batista, M. C. A. (2015). Aplicação de pectina metilesterase e cálcio em manga minimamente processada. Masters dissertation, Federal University of Sergipe, São Cristóvão, SE, Brazil.

Carnelossi, M. A. G., Brecht, J. A., Huber, D., Carvalho, L. M. & Sargent, S. A. (2018). Vacuum infusion of pectin methylesterase and calcium maintains firmness of the fresh-cut strawberry. 29 Actas Portuguesas de Horticultura, 1st editon, 132-140.

Ceagesp. (2015). Folheto mamão fotolito - Classificação. Ceagesp – Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo. Retrieved July 5, 2020, from http://www.ceagesp.gov.br/wp-content/uploads/2015/07/mamao.pdf

Chitarra, M. I. F. & Chitarra, A. B. (2005). Pós-colheita de frutas e hortaliças: fisiologia e manuseio. Lavras: Universidade Federal de Lavras.

Dantas, J. L. L., Junghans, D. T. & Lima, J. F. (2013). Mamão: o produtor pergunta, a Embrapa responde (2nd ed.). Embrapa: Brasília.

Dea, S., Brecht, J. K., Nunes, N. C. M. & Baldwin, E. A. (2010). Occurrence of chilling injury in fresh-cut ‘Kent’ mangoes. Postharvest Biology and Technology, 57(1), 61-71. doi.org/10.1016/j.postharvbio.2010.02.005.

Derossi, A., Pilli, T. & Severini, C. (2013). Application of vacuum impregnation techniques to improve the pH reduction of vegetables: study on carrots and eggplants. Food and Bioprocess Technology, 6, 3217-3226.

Ferreira, D. F. (2011). Sisvar: a computer statisticalanalysis system. Ciência e Agrotecnologia, 35(6), 1039-1042. doi.org/10.1590/S1413-70542011000600001.

Guillemin, A., Guillon, F., Degraeve, P., Rondeau, C., Devaux, M. F., Huber, F., Badel, E., Saurel, R. & Lahaye, M. (2008). Firming of fruit tissues by vacuum-infusion of pectin methylesterase: Visualisation of enzyme action. Food Chemistry, 109(2), 368-378. doi.org/10.1016/j.foodchem.2007.12.050.

IAL. (2008). Métodos físico-químicos para análise de alimentos (4th ed., 1st ed. digital). São Paulo: Instituto Adolfo Lutz.

Jacomino, A. P., Sargent, S. A., Berry, A. D. & Brecht, J. K. (2011). Potential for grading, sanitizing, and hydrocooling fresh strawberries. Proc. Fla. State hort. Soc., 124, 221-226.

Karakurt, Y. & Huber, D. J. (2003). Activities of several membrane and cell-wall hydrolases, ethylene biosynthetic enzymes, and cell wall polyuronide degradation during low-temperature storage of intact and fresh-cut papaya (Carica papaya) fruit. Postharvest Biology and Technology, 28(2), 219-229. doi.org/10.1016/S0925-5214(02)00177-1.

Kohli, P., Kalia, M. & Gupta, R. (2015). Pectin methylesterase: a review. Journal of Bioprocessing & Biotechniques, 5, 1-7.

Lara, I., Garcia, P. & Vendrell, M. (2004). Modifications in cell wall composition after cold storage of calcium-treated strawberry (Fragaria × Ananassa Duch.) fruit. Postharvest Biology and Technology, 34(3), 331-339. doi.org/10.1016/j.postharvbio.2004.05.0 18.

Liu, H., Chen, F., Lai, S., Tao, J., Yang, H. & Jiao, Z. (2017). Effects of calcium treatment and low temperature storage on cell wall polysaccharide nanostructures and quality of postharvest apricot (Prunus armeniaca). Food Chemistry, 225, 87-97. doi.org/10.1016/j.foodchem.2017.01.008

Paixão, A. R. C., Oliveira Júnior, L. F. G., Fontes, P. T. N., Oliveira, A. P., Carnelossi, M. A. G., Simões, A. M. (2020). Post-harvest behavior of green peppers after pectin methyl esterase and calcium chloride application. Emirates Journal of Food and Agriculture, 32(3), 213-219. doi.org/10.9755/ejfa.2020.v32.i3.2086.

Pinto, L. K. A., Martins, M. L. L., Resende, E. D. & Thièbaut, J. T. L. (2011). Atividade da pectina metilesterase e da β-galactosidase durante o amadurecimento do mamão cv. Golden. Revista Brasileira de Fruticultura, 33(3), 713-722. doi.org/10.1590/S0100-29452011005000087.

Teixeira, G. H. A., Durigan, J. F., Mattiuz, B. H. & Rossi Júnior, O. D. (2001). Processamento mínimo de mamão “Formosa”. Revista Ciência e Tecnologia de Alimentos, 21(1), 47-50. doi.org/10.1590/S0101-20612001000100011.

Toivonen, P. M. A. & Brummell, D. A. (2008). Biochemical bases of appearance and texture changes in fresh-cut fruit and vegetables. Postharvest Biology and Technology, 48(1), 1–14. doi.org/10.1016/j.postharvbio.2007.09.004.

Vasconcelos, L. H. C., Silva, F. A., Nascimento, L. M. & Vasconcelos, R. F. (2020). Avaliação pós-colheita de tangerinas ‘Dekopon’ submetidas a aplicação de cloreto de cálcio em pré-colheita. Research, Society and Development, 9(6), e132963638, 2020. doi.org/10.33448/rsd-v9i6.3638

Villalta, A. M. & Sargent, S. A. (2004). Response of beit alpha-type cucumbers (Cucumis sativus L., manar) to contínuos ethylene exposure. Proc. Fla. State hort. Sci., 117, 368-372.

Wood, P. J. & Siddiqui, I. R. (1971). Determination of metanol and its application to measurement of pectin ester contente and pectin methyl esterase activity. Analytical Biochemistry, 39, 418-428. doi.org/10.1016/0003-2697(71)90432-5.

Yamamoto, E. L. M., Ferreira, R. M. A., Fernandes, P. L. O., Albuquerque, L. B. & Alves, E. O. (2011). Função do cálcio na degradação da parede celular vegetal dos frutos. Revista Verde de Agroecologia e Desenvolvimento Sustentável Grupo Verde de Agricultura Alternativa, 6(2), 49-55.

Yang, H., Wu, Q., Ng, L. Y. & Wang, S. (2017). Effects of vacuum impregnation with calcium lactate and pectin methylesterase on quality attributes and chelate-soluble pectin morphology of fresh-cut papayas. Food and Bioprocess Technology, 10, 901-913.

Zhang, C., Xiong, Z., Yang, H., Wu, W. (2019). Changes in pericarp morphology, physiology and cell wall composition account for flesh firmness during the ripening of blackberry (Rubus spp.) fruit. Scientia Horticulturae, 250, 59-68. doi.org/10.1016/j.scienta.2019.02.015.

Downloads

Publicado

28/11/2020

Como Citar

SOARES, N. R.; MATOS, P. N.; REIS, A. A.; SOUZA, F. de A.; OLIVEIRA JÚNIOR, L. F. G. de; CARNELOSSI, M. A. G. Manutenção da firmeza do mamão minimamente processado utilizando pectina metilesterase e lactato de cálcio. Research, Society and Development, [S. l.], v. 9, n. 11, p. e62091110205, 2020. DOI: 10.33448/rsd-v9i11.10205. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/10205. Acesso em: 17 jul. 2024.

Edição

Seção

Ciências Agrárias e Biológicas