Transtorno de processamento sensorial e os prejuízos no processo de aprendizagem de alunos com transtornos do espectro autista: Um recado para os professores
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v9i11.10314Palavras-chave:
Transtorno do espectro autista; Transtorno de processamento sensorial; Professor; Prática Pedagógica.Resumo
A aprendizagem e o desenvolvimento da criança com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) estão atrelados a diversas situações que envolvem as funções psíquicas, físicas, emocionais e estruturais do desenvolvimento humano. Uma delas está relacionada ao Transtorno de Processamento Sensorial que pode prejudicar a aprendizagem das crianças com TEA. Para que a aprendizagem ocorra, com qualidade esperada, além de outros fatores, é necessário a harmonização das informações que chegam ao cérebro e transformam-se em respostas adaptativas esperadas. Quando esse processo não ocorre com qualidade, são geradas respostas insatisfatórias; há, então, a disfunção sensorial, cuja característica é o prejuízo na detecção, na modulação ou na interpretação dos estímulos sensoriais. Esse prejuízo pode provocar comportamentos inadequados, os quais reduzem e impedem a participação qualitativa da criança nas atividades pedagógicas. A fim de entender essa problemática foi realizada uma intervenção pedagógica com cinco crianças com TEA, em processo de aquisição da leitura e escrita, em situações de carga sensorial baixa e alta. Os resultados da pesquisa, qualitativa do tipo intervenção pedagógica, demonstraram que é possível reduzir a carga sensorial e consequentemente favorecer a aprendizagem das crianças. Assim, esse artigo tem o objetivo de enfatizar a importância do professor considerar o Transtorno de Processamento Sensorial em alunos com TEA, na elaboração das atividades pedagógicas e na sua prática de ensino, a fim de amenizar os prejuízos causados por ele na aprendizagem. Neste contexto destaca-se que cada criança com TEA apresenta uma condição específica de aprendizagem que exige do professor o conhecimento de novas práticas.
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