Suplemento alimentar à base de isolado proteico do soro de leite, probiótico e β-glucana: efeitos nas medidas antropométricas e imunidade em mulheres

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v9i12.11116

Palavras-chave:

Suplementação; Bifidobacterium lactis; Imunomodulação; Desenvolvimento de produtos.

Resumo

O mercado de alimentos com propriedades funcionais está em crescente expansão, e esse segmento está muito relacionado às inovações. Neste sentido, produtos contendo proteínas do soro do leite, popularmente conhecidas como “Whey Protein”, ganham cada vez mais espaço no mercado de suplementos alimentares. O objetivo deste trabalho foi elaborar um suplemento alimentar a base de isolado protéico do soro de leite, probiótico Bifidobacterium lactis HN019 e β-glucana e avaliar os seus efeitos sobre os parâmetros antropométricos e níveis de imunoglobulina (IgA) salivar em mulheres praticantes de atividade física. O estudo foi realizado com 24 mulheres, idade média de 61 anos, com rotina de treino de15 minutos de alongamento e 45 minutos intercalados entre exercícios aeróbicos e resistidos. O suplemento alimentar foi administrado uma vez ao dia, por 90 dias. Foram feitas avaliações antropométricas (supra ilíaca, abdômen (mm), tórax, cintura, quadril, circunferência abdominal (cm), % de gordura, massa corporal magra e peso gordo) antes, durante e após a suplementação. A determinação de IgA salivar foi realizada nos mesmos períodos. Os resultados demonstraram que a suplementação aliada a uma rotina de exercícios físicos melhorou significativamente (p<0,05) as variáveis analisadas. Dentre as 9 variáveis antropométricas, 7 apresentaram diferença significativa (p<0,05). Os níveis de IgA apresentaram diferença significativa (p<0,05) entre as avaliações. Assim, o suplemento alimentar elaborado neste estudo, proporcionou melhoras significativas nos parâmetros avaliados, indicando o potencial do produto como promotor de efeitos benéficos no estado de saúde físico, bem como no estado imune do organismo.

Referências

Alves, L. L. et al. (2008). Avaliação sensorial de cream cheeses potencialmente simbióticos utilizando a metodologia de superfície de resposta. Alimentos e Nutrição, Marília, 19(4), 409-16

Aoe, S. et al. (2001). Controlled trial of the effects of milk basic protein (MBP) supplementation on bone metabolism in healthy adult women. Bioscience, Biotechnology, and Biochemistry, Abingdon, 65(4), 913-18. https://doi.org/10.1007/s00198-005-2012-3

Bacurau, R. F. (2007). Nutrição e Suplementação Desportiva. 5. ed. São Paulo: Phorte.

Bernini, L.J. et al. (2016). Beneficial effects of Bifidobacterium lactis on lipid profile and cytokines in patients with metabolic syndrome: A randomized trial. Effects of probiotics on metabolic syndrome. Nutrition, 32(6), 716-19. https://doi.org/10.1016/j.nut.2015.11.001

Bernini, L.J. et al. (2018). Effect of Bifidobacterium lactis HN019 on inflammatory markers and oxidative stress in subjects with and without the metabolic syndrome. British Journal of Nutrition, 120(6), 645-52. https://doi.org/10.1017/S0007114518001861

Bertazzoni, E. et al. (2013). Probiotics and clinical effects: is the number what counts? Journal of Chemotherapy, 25, 193-213. https://doi.org/10.1179/1973947813Y.0000000078

Brasil. (1998a). Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância Sanitária. Portaria nº 27, de 13 de janeiro de 1998. Regulamento Técnico referente à Informação Nutricional complementar.

Brasil. (1998b). Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Portaria Portaria nº 29, de 13 de janeiro de 1998. Regulamento técnico para fixação de identidade e qualidade de alimentos para fins especiais.

Brasil. (2001). Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA. Resolução RDC nº 12, de 02 de janeiro de 2001. Regulamento técnico sobre padrões microbiológicos para alimentos.

Brasil. (2008). Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA. Guia alimentar para a população brasileira: promovendo a alimentação saudável. Normas e Manuais Técnicos - Série A. Brasília. p.210.

Brasil. (2010). Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA. Resolução RDC nº 18, de 27 de abril de 2010. Regulamento Técnico sobre Alimentos para Atletas.

Brasil. (2018). Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Instrução Normativa nº Nº 241, de 26 de julho de 2018. Resolução dispõe sobre os requisitos para comprovação da segurança e dos benefícios à saúde dos probióticos para uso em alimentos.

Calder, C. P. & Kew, S. (2002). The immune system: a target for functional foods? British Journal of Nutrition. Wallingford. 88(2), 165-77. https://doi.org/10.1079/BJN2002682

Castro-Gomez, R. J. H. & Belloli, O.B. Composição alimentar a base de proteinas isoladas de soro de queijo, probiotico e betaglucana de levedura e processo para obtenção. Depositante: Universidade Pitagoras Unopar/Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul – IFRS. Procurador: Cristiane Rumika Minowa. BR 10 2018 001034 4. Depósito: 18 jan. 2018. Concessão: 30 jul. 2019.

Darpossolo, F. P. B. et al. (2010). Avaliação do potencial imunoestimulante da Carboximetil-glucana de Saccharomyces cerevisiae em frangos de corte (Gallus domesticus). Seminas: Ciências Agrárias, Londrina, 31(1), 231-40.

Ejtahed, H. S. et al. (2011). Effect of probiotic yogurt containing Lactobacillus acidophilus and Bifidobacterium lactis on lipid profile in individuals with type 2 diabetes mellitus. Journal of Dairy Science, South Oak Street, 94(7). 3288-94. https://doi.org/10.3168/jds.2010-4128

FAO/WHO. (2001). Food and Agriculture Organization of United Nations; World Health Organization. Food and Nutrition paper 85. Probiotics in food - Health and nutritional properties and guidelines for evaluation. (2006). Report of a Joint FAO-WHO expert consultation on evaluation of health and nutritional properties of probiotics in food including powder milk with live lactic acid bacteria. Cordoba, Argentina.

FAO/WHO. (2002). Food and Agriculture Organization of United Nations; World Health Organization. Report of a Joint FAO/WHO working group on drafting guidelines for the evaluation of probiotics in food. London Ontario, Canada.

Granato, D. et al. (2010). Probiotic dairy products as functional foods. Comprehensive Reviews in Food Science and Food Safety, 9(5), 455-70. https://doi.org/10.1111/j.1541-4337.2010.00120.x

Gueimonde, M. & Salminen, S. (2006). New methods for selecting and evaluating probiotics. Digestive and Liver Disease, 38, S242–47. https://doi.org/10.1016/S1590-8658(07)60003-6

Gilliland, S. E. (2001). Probiotics and prebiotics. In: MARTH, E. H.; STEELE, J. L. Applied dairy microbiology. New York: Marcel Dekker, p. 327-343.

Hall, W. L. et al. (2003). Casein and whey exert different effects on plasma amino acids profiles, gastrointestinal hormone secretion and appetite. British Journal of Nutrition, Cambridge, 89(2), 239-48. https://doi.org/10.1079/BJN2002760

Haraguchi, F. K.; Abreu, W. C. & Paula, H. (2006). Proteínas do soro do leite: composição, propriedades nutricionais, aplicações no esporte e benefícios para a saúde humana. Revista Brasileira de Nutrição, Campinas, 19(4), 488. https://doi.org/10.1590/S1415-52732006000400007

Hill, C. et al. (2014). Expert consensus document: The International Scientific Association for Probiotics and Prebiotics consensus statement on the scope and appropriate use of the term probiotic. Nature Reviews Gastroenterology & Hepatology, 11, 506-14. https://doi.org/10.1038/nrgastro.2014.66

Housh, T. J. et al. (1991). The effect of exercise at various temperatures on salivary levels of immunoglobulin A. International Journal of Sports and Medicine, Stuttgart, 12, 498-500. https://doi.org/10.1055/s-2007-1024722

Instituto Adolfo Lutz. (2008) Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. São Paulo: Instituto Adolfo Lutz. 4.ed.

Isolauri, E; Salminen, S & Ouwehand, A. C. (2004). Probiotics. Best Practice & Research Clinical Gastroenterology, Amsterdam, 18(2), 299-313. https://doi.org/10.1016/j.bpg.2003.10.006

Jackson, A. S., & Pollock, M. L. (1978). Generalized equations for predicting body density of men. British Journal of Nutrition, 40(3), 497–504. https://doi.org/10.1079/bjn19780152

Laitinen, K.; Poussa, T. & Isolauri, E. (2009). Nutrition, allergy, mucosal immunology and intestinal microbiota group. Probiotics and dietary counselling contribute to glucose regulation during and after pregnancy: a randomised controlled trial. British Journal of Nutrition, Cambridge, 101(11), 1679-87. https://doi.org/10.1017/S0007114508111461

Luoto, R. et al. (2010). Impact of maternal probiotic-supplemented dietary counselling on pregnancy outcome and prenatal and postnatal growth: a double-blind, placebo controlled study. British Journal of Nutrition, Cambridge, 103(12), 1792-99. https://doi.org/10.1017/S0007114509993898

Magnani, M. & Castro-Gómez, R. J. H. (2009). β-glucana from Saccharomyces cerevisiae: constitution, bioactivity and obtaining. Semina: Ciências Agrárias, Londrina, 29(3), 631-50. http://dx.doi.org/10.5433/1679-0359.2008v29n3p631

Magnani, M. et al. (2011). Protective effect of carboxymethyl-glucan (CMG) against DNA damage in patients with advanced prostate cancer. Genetics and Molecular Biology, Ribeirão Preto, 34(1), 131-34. https://doi.org/10.1590/S1415-47572010005000103

Martins, E. M. F. et al. (2013). Products of vegetable origin: A new alternative for the consumption of probiotic bacteria. Food Research International, 51(2), 764–70. https://doi.org/10.1016/j.foodres.2013.01.047

Nickerson, T. A; Vujicic, I. F & Lin, A. Y. (1975). Colorimetric estimation of lactose and its hydrolytic products. Journal of Dairy Science, Champaign, 59(3), 386-90. https://doi.org/10.3168/jds.S0022-0302(76)84217-8

Oliveira, D. F.; Bravo, C. E. C. & Tonial, I. B. (2012). Soro de leite: um subproduto valioso. Revista do Instituto de Laticínios Cândido Tostes, Juiz de Fora, 67(385), 64-71. https://doi.org/10.5935/2238-6416.20120025

Pereira, A.S., Shitsuka, D.M., Parreira, F.J., Shitsuka, R. (2018). Metodologia da pesquisa científica. [e-book]. Santa Maria. Ed. UAB/NTE/UFSM. Available in: https://repositorio.ufsm.br/bitstream/handle/1/15824/Lic_Computacao_Metodologia-Pesquisa-Cientifica.pdf?sequence=1. Accessed in: 13 out. 2020.

Raizel, R. et al. (2011). Efeitos do consumo de probióticos, prebióticos e simbióticos para o organismo humano. Revista Ciência & Saúde, Porto Alegre, 4(2), 66-74. https://doi.org/10.15448/1983-652X.2011.2.8352

Renhe, I. R. T. (2008). O papel do leite na nutrição. Revista do Instituto de Laticínios Cândido Tostes, Juiz de Fora, 63(363), 36-43.

Sadrzadeh-Yeganeh, H. et al. (2010). The effects of probiotic and conventional yoghurt on lipid profile in women. British Journal of Nutrition, Cambridge, 103(12), 83-103. https://doi.org/10.1017/S0007114509993801

Sgarbieri, V. C. (2004). Propriedades fisiológicas-funcionais das proteínas do soro de leite. Revista de Nutrição, Campinas, 17(4), 397-409. https://doi.org/10.1590/S1415-52732004000400001

Sgarbieri, V. C. (2005). Revisão: propriedades estruturais e físico-químicas das proteínas do leite. Brazilian Journal of Food Technology, Campinas, 8(1), 43-56.

Shah, N. P. (2000). Probiotic Bacteria: Selective Enumeration and Survival in Dairy Foods. Journal of Dairy Science, 83(4), 894–907. https://doi.org/10.3168/jds.S0022-0302(00)74953-8

Silva, S. M. C. S. & Mura, J. D. P. (2011). Tratado de alimentação, nutrição e dietoterapia. 2. ed. São Paulo: Roca.

Silva, J. R. et al. (2020). Probiotic gummy candy with xylitol: development and potential inhibition of Streptococcus mutans UA 159. Research, Society and Development, 9(10), e7369108942. https://doi.org/10.33448/rsd-v9i10.8942

Sousa, G. T. et al. (2012). Dietary whey protein lessens several risk factors for metabolic diseases: a review. Lipids in Health and Disease, London, 10(11), 67. https://doi.org/10.1186/1476-511X-11-67

Tieghi, A. L. (2014). Suplementos alimentares: funcionam, mas não para todos. Espaço Aberto, São Paulo, n. 156.

Tipton, K. D. et al. (2004). Ingestion of casein and whey proteins result in muscle anabolism after resistance exercise. Medicine and Science in Sports and Exercise, Madison, 36(12), 2073-2081. https://doi.org/10.1249/01.mss.0000147582.99810.c5

Toba, Y. et al. (2001). Milk basic protein promotes bone formation and suppresses bone resorption in health adult men. Bioscience, Biotechnology and Biochemistry, Tokyo, 65(6), 1353-1357. https://doi.org/10.1271/bbb.65.1353

Downloads

Publicado

21/12/2020

Como Citar

BELLOLI, O. B.; SANTOS, J. S. dos .; SILVA, J. R.; SCACHETTI, I. S. C. .; COSTA, G. N.; CASTRO-GOMEZ, R. J. H. . Suplemento alimentar à base de isolado proteico do soro de leite, probiótico e β-glucana: efeitos nas medidas antropométricas e imunidade em mulheres. Research, Society and Development, [S. l.], v. 9, n. 12, p. e24591211116, 2020. DOI: 10.33448/rsd-v9i12.11116. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/11116. Acesso em: 30 jun. 2024.

Edição

Seção

Ciências Agrárias e Biológicas