Sífilis Adquirida no Brasil: Análise retrospectiva de uma década (2010 a 2020)
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i6.11180Palavras-chave:
Sífilis; Infecções por Treponema; Doenças bacterianas sexualmente transmissíveis.Resumo
Este estudo teve o propósito de realizar uma avaliação crítica dos dados disponíveis sobre sífilis adquirida no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), no período de 2010 a 2020. Verificou-se que até o ano de 2018, houve um aumento anual do registro de casos de sífilis, com queda no número de casos em 2019 e 2020. Em 2020, houve redução equivalente a 1/3 do total de registros em relação ao ano anterior, provavelmente devido subnotificação decorrente da pandemia da Covid-19. O ano de 2018 foi o que apresentou maior número de casos notificados e a maior taxa de detecção (76,2 casos por 100 mil habitantes), sendo que a taxa de detecção nesse ano na região Sudeste (82,5) superou a nacional. O sexo masculino foi mais acometido que o feminino, pelo comportamento de risco dos homens, contudo, com aumento crescente da infecção também nas mulheres, em decorrência da estabilidade do relacionamento, sem utilização do preservativo. Regiões mais desenvolvidas e populosas apresentaram mais notificações de casos. Apesar de a sífilis ser facilmente tratável, com administração de penicilina, ela ainda permanece um problema de saúde pública brasileira, sendo necessária mais atenção por parte das autoridades sanitárias, com maior investimento em campanhas de prevenção de infecções sexualmente transmissíveis. Essas, por sua vez, podem ser facilmente prevenidas com o uso de preservativos, que são distribuídos gratuitamente pelo Ministério da Saúde. Além disso, é importante difundir as complicações que a sífilis pode provocar quando não tratada, acarretando sua evolução, como recurso de alerta para a população.
Referências
Araújo, M. S. T. & Abib, M. L. V. S. (2003). Atividades experimentais no ensino de física: diferentes enfoques, diferentes finalidades. Rev. Bras. Ens. Fís., 25(2), 176-194.
Adejumo, A. O. (2012). Influence of psycho-demographic factors and effectiveness of psycho-behavioral interventions on sexual risk behavior of in-school adolescents in Ibadan, Nigeria. Ife Psychol., 20(1), 1-18.
Andrade, R. S. et al. (2018). Oral findings in secondary syphilis. Med. Oral Patol. Oral Cir. Bucal., 23(2), e138-e143. 10.4317/medoral.22196.
Asselin, C., Ekindi, N., Carignan, A., & Richard, P. O. (2019). Gummatous penile syphilis. IDCases, 18, e00589. 10.1016/j.idcr.2019.
Brasil. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo Demográfico 2010. 2010.
Brasil. Ministério da Saúde. Sífilis: o que é, causas, sintomas, tratamento, diagnóstico e prevenção. http://saude.gov.br/saude-de-a-z/sifilis.
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde (SAPS). Principais ações em saúde para prevenção da gravidez na adolescência. https://aps.saude.gov.br/noticia/7196.
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. (2019). Boletim epidemiológico sífilis 2019. http://www.aids.gov.br/pt-br/pub/2019/boletim-epidemiologico-sifilis-2019.
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Diretrizes para o controle da sífilis congênita: Manual de bolso. (2a ed.).
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. (2016) Manual técnico para diagnóstico da sífilis. http://www.aids.gov.br/pt-br/pub/2016/manual-tecnico-para-diagnostico-da-sifilis.
Brasil. Ministério da Saúde Secretaria de Vigilância em Saúde. (2015). Protocolo clínico e diretrizes terapêuticas para atenção integral às pessoas com infecções sexualmente transmissíveis (IST). http://www.aids.gov.br/pt-br/pub/2015/protocolo-clinico-e-diretrizes-terapeuticas-para-atencao-integral-pessoas-com-infeccoes.
Brasil. Secretaria de Vigilância em Saúde/ Ministério da Saúde. Sífilis estratégias para diagnóstico no Brasil. http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/sifilis_estrategia_diagnostico_brasil.pdf.
Broaddus, M. R., Schmiege, S. J., & Bryan, A. D. (2011). An expanded model of the temporal stability of condom use intentions: gender-specific predictors among high-risk adolescents. Ann. Behav. Med., 42, 99-110.
Cao Y. et al. (2017). A multicenter study evaluating ceftriaxone and benzathine penicillin G as treatment agents for early syphilis in Jiangsu, China. Clin. Infect. Dis., 65(10), 1683-1688.
Cabral, C. L.& Valença, J.G. (2020). Perfil epidemiológico da sífilis e o papel do Dentista. Res. Soc. Develop, 9(8), e52985387.
Castillo-Arcos, L. C., et al. (2017). Age, Gender and Resilience in Sexual Risk Behavior of STI among adolescents in Southern Mexico. Enf. Global, 45, 178-186. http://dx.doi.org/10.6018/eglobal.16.1.234921
Centers for Disease Control and Prevention (CDC). Sexually Transmitted Diseases (STDs) - Syphilis - CDC Fact Sheet. https://www.cdc.gov/std/syphilis/stdfact-syphilis.htm.
Centers for Disease Control and Prevention (CDC). Sexually Transmitted Disease Surveillance 2018: Syphilis. https://www.cdc.gov/std/stats18/syphilis.htm.
Empelen, P., & Kok, G. (2008). Actio-specific cogni¬tions of planned and preparatory behaviors of condom use among dutch adolescents. Arch. Sex. Behav., 37, 626-640.
Etheridge, T. et al. (2019). Ocular syphilis: clinical manifestations and treatment course. WMJ. 118(4), 191-195.
Figueirêdo Júnior, E. C. et al. (2020). Perfil epidemiológico dos casos de Aids notificados no Brasil entre os anos de 2009 a 2019. Res. Soc. Develop., 9(9), e302997233.
Lu, Y. et al. (2019). Clinical prediction and diagnosis of neurosyphilis in HIV-negative patients: a case-control study. BMC Infect. Dis., 19(1), 1017. 10.1186/s12879-019-4582-2.
Morales-Mesa, S., Arboleda-Álvarez, O., & Segura-Cardona, A. (2014). Las prácticas sexuales de riesgo en poblaciones universitarias. Rev. Salud Publica, 16(1), 27-39.
Muller, E. A. et al. (2020). Estratégias utilizadas por Enfermeiros frente ao teste rápido reagente para sífilis em gestantes. Res. Soc. Develop., 9(8), e685986055.
Ohta, A. et al. (2018). Secondary syphilis with pulmonary involvement. Inter. Med., 57(1), 121-126.
Pereira, A. S. et al. (2018). Metodologia da pesquisa científica. UFSM. https://repositorio.ufsm.br/bitstream/handle/1/15824/Lic_Computacao_Metodologia-Pesquisa-Cientifica.pdf?sequence=1.
Pereira, E. L. et al. (2020). Planejamento estratégico situacional como ferramenta para promoção da saúde do homem: relato de experiência. Res Soc Develop, 9(9), e668997821.
Porterfield, C. et al. (2020). Primary syphilis presenting as a chronic lip ulcer. Cureus, 12(2), e7086. 10.7759/cureus.7086.
Richardson, D. et al. (2020). Primary syphilis in men causes painful anogenital lesions and serology is not always helpful. Sex. Transm. Infect. sextrans-2020-054495.10.1136/sextrans-2020-054495.
Seña, A. C. et al. (2017). Rate of decline in nontreponemal antibody titers and seroreversion after treatment of early syphilis. Sex. Transm. Dis., 44(1), 6-10.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Iasmim Lima Menezes; Mayra Lucy de Macedo Targino; Ernani Canuto Figueirêdo Júnior; Flaviana Dornela Verli; Sandra Aparecida Marinho
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.