Simbionte – Ética da computação

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v9i11.11273

Palavras-chave:

Experiência Computacional; Filosofia da computação; Ciência situada.

Resumo

Neste trabalho se encontra uma conexão entre a educação matemática e a arquitetura do conhecimento da computação, na noção de sistema formal. O que contamos aqui é a história do fracasso do bloqueio da simbiose de sistemas de pensamento heterogêneos. Essa é a história da computação, como momento talvez culminante de um projeto de unificação dos sistemas de pensamento. Partimos da transição observável entre a produção de autoevidência, convenção da matemática escolar clássica, e a realização da máquina de calcular. Num segundo momento caminhamos na direção da construção do conhecimento teoremático, que se prolonga na noção de máquina configurável. Essa é a experiência comum dos sistemas computacionais. O trabalho então se debruça sobre a terceira etapa, que corresponde à conexão possível entre o ideal de formalização matemática e o conceito de linguagem computacional, que está na origem do conhecimento da ciência da computação, e que desemboca no último estágio do percurso: o campo problemático dos sistemas autorreferentes, em que a tentativa de consubstanciar a recusa à simbiose dos sistemas de pensamento heterogêneos entra em uma deriva que a fará fracassar. O desenvolvimento conceitual assim engendrado acaba funcionando como conexão com o exterior do pensamento. Um exterior que impõe a consideração de que, à semelhança da psicanálise, o que resta do fracasso da computação como disciplina é uma ética.

Referências

Bataille, Georges. (2015). Teoria da religião. Belo Horizonte: Autêntica.

Deleuze, Gilles. (1985). Cinéma 2 – L'image-temps. Paris: Les Éditions de Minuit.

Deleuze, Gilles. “(1992). Post-scriptum sobre as sociedades de controle”. In: Conversações. Rio de Janeiro: Editora 34, pp. 219-26.

Euclides. (2009). Os Elementos. Trad. Irineu Bicudo. São Paulo: UNESP.

Ewald, François & Fontana, Alessandro. (1997) “Avertissement”. In: Cours de Michel Foucault au Collège de France (1970-1984). Paris: Seuil/Gallimard, 1997-2018.

Foucault, Michel. (1990). O Pensamento do Exterior. São Paulo: Princípio.

Freud. Sigmund. (1919). O Infamiliar [Das Unheimliche]. Belo Horizonte: Autêntica, 1919/2019.

Gavin, Fred; Sallows, Lee; Stone, Richard. (1993). "News and Letters". Mathematics Magazine, 66(4), 276-77. Recuperado em: <http://www.jstor.org/stable/2690749>.

Guattari, Félix. (1992). Caosmose: um novo paradigma estético. Rio de Janeiro: editora 34.

Guattari, Félix. (1989). Cartographies schizoanalytiques. Paris: Galilée.

Hartnett, Kevin. (2015). “Will Computers Redefine the Roots of Math?”. Quanta Magazine, 19 de mai. de Recuperado em <https://www.quantamagazine.org/univalent-foundations-redefines- mathematics-20150519/>.

Lacan, Jacques. 1998). “O tempo lógico e a asserção da certeza antecipada”. In: Escritos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1945/1998. pp. 197-213.

Latour, Bruno. (1994). Jamais fomos modernos. Rio de Janeiro: editora 34.

Latour, Bruno. (2005). Reassembling the social. Oxford: Oxford University Press.

Lave, Jean & Wenger, Etienne. (1991). Situated Learning: Legitimate Peripheral Participation. Nova York: Cambridge University Press.

Lemos, André Souza & Batista, Maria Lúcia. (2015). “‘Adoro Tecnologia; Odeio Computação!’ Sobre Computação, imanência e as formas do tempo”. In: Prática profissional na educação tecnológica: concepções, experiências e dinâmicas investigativas. Passo Fundo: Méritos, pp. 131-47.

Lin, Calvin; Vinegar, Zandra; Ross, Eli; Silverman, Josh. Relationship between GCD and LCM. s/d. Recuperado em: <https://brilliant.org/practice/relationship-between-gcd-and-lcm/?problem= number-theory-problem-99899>.

OEIS Foundation. “A046043”. In: The On-Line Encyclopedia of Integer Sequences, s.d. Recuperado em: <http://oeis.org/A046043>.

Piaget, Jean.(1992). Biologie et connaissance. Paris: Delachaux & Niestlé.

Radó, Tibor. “(1962). On Non-Computable Functions". Bell System Technical Journal, 41(3), Maio, 1962. pp. 1-10.

Smith, Brian Cantwell. (1996). On the Origin of Objects. Cambridge: MIT Press.

Smith, Brian Cantwell. (2002). “The Foundations of Computing”. In: Scheutz, Matthias (ed.) Computationalism: New Directions. Cambridge: MIT Press. p. 23-58.

Stengers, Isabelle. (1996). Cosmopolitiques I: La guerre des sciences. Paris: La Découverte,

.

das Virgens, Wellington Pereira & da Silva, Maria Celia Leme. (2013). “A resolução de problemas nos exames de admissão ao ginásio em tempos de escola nova”. Actas del VII CIBEM. Montevidéu, Uruguay, p. 7789-96.

Wolfram, Stephen. (2002). A new kind of science. Champaign, Illinois: Wolfram Media.

Downloads

Publicado

19/12/2020

Como Citar

LEMOS, A. S. .; MARQUES, W. Simbionte – Ética da computação . Research, Society and Development, [S. l.], v. 9, n. 11, p. e100191111273, 2020. DOI: 10.33448/rsd-v9i11.11273. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/11273. Acesso em: 28 set. 2024.

Edição

Seção

Ciências Educacionais