A Política Nacional de Humanização no SUS: a palavra como “dádiva” na subjetivação da atenção e gestão em saúde

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v9i12.11370

Palavras-chave:

Humanização; Saúde; Gramática; Hermenêutica; Dádiva.

Resumo

O ensaio resulta de estudo qualitativo acerca da “Política Nacional de Humanização/PNH” e seu método da tríplice inclusão e participação social de gestores, trabalhadores e usuários do/no SUS. Aborda aspectos conceituais a partir dos pressupostos teóricos sociológicos, antropológicos e históricos de Simmel, Mauss e Foucault. Partindo das categorias “inclusão” e participação social preconizadas pela PNH, efetuou-se análise hermenêutico-dialética das entrevistas de profissionais de saúde, gestores e usuários, em atividades de humanização em duas unidades hospitalares federais no Rio de Janeiro. Analisa-se a construção social da atenção e gestão da saúde, particularmente os processos comunicacionais de diferentes protagonistas da PNH/HumanizaSUS. Como resultado da análise qualitativa das entrevistas, ancoradas nas teorias referidas, o ensaio postula a correlação teórico-prática entre o método da PNH e a circulação triádica – dar-receber-retribuir – ­da palavra como dádiva em práticas da humanização no/do SUS.        

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Publicado

29/12/2020

Como Citar

AMORIM, A. C. de. A Política Nacional de Humanização no SUS: a palavra como “dádiva” na subjetivação da atenção e gestão em saúde. Research, Society and Development, [S. l.], v. 9, n. 12, p. e46391211370, 2020. DOI: 10.33448/rsd-v9i12.11370. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/11370. Acesso em: 3 jul. 2024.

Edição

Seção

Ciências da Saúde