Representações de gênero em cargos de gestão

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v10i1.11430

Palavras-chave:

Gênero; Representação social; Gerente; Relações de poder; Análise crítica do discurso.

Resumo

A partir da análise crítica dos discursos, este estudo atingiu o objetivo de refletir sobre o que foi dito e não dito sobre os atributos de masculinidade e feminilidade que configuram os modos de gestão nas organizações. Esta pesquisa ancorou-se na análise do discurso com o objetivo de compreender o sentido do enunciado por meio das marcas enunciativas ditas e não ditas. Foram realizadas oito entrevistas semiestruturadas a partir de um roteiro norteador. A técnica utilizada para selecionar os sujeitos foi a bola de neve. O que foi dito por quatro gerentes do sexo masculino e quatro gerentes do sexo feminino confirma que para as mulheres os atributos masculinos são os mais adequados para a gestão, e para os homens atributos femininos como envolvimento emocional e comprometimento contribuem para uma gestão mais humanizada. O que está implícito é que o predomínio masculino nos cargos de chefia se deve à impossibilidade de as mulheres conquistarem os espaços profissionais como homens, por não possuírem o patrimônio genético adequado ou por necessitarem ser protegidas pelos homens, que são 'líderes natos'.

Referências

Albuquerque, A. G., & Braz da Silva, A. M. T. (2019). Gênero como objeto de pesquisa em Representações Sociais. Research, Society and Development, 8(7), e19871120. https://doi.org/10.33448/rsd-v8i7.1120

Anderson, R. C., & Klofstad, C. A. (2012). Preference for leaders with masculine voices holds in the case of feminine leadership roles. PloS one, 7(12): e51216. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0051216

Bandura, A. (1977). Self-efficacy: toward a unifying theory of behavior change. Psychological Review, 82(2): 191-215. https://doi.org/10.1037/0033-295X.84.2.191

Beauvoir, S. (1989). The second sex. New York: Random House.

Bourdieu, P. (1989). Social space and symbolic power. Sociological Theory, 7(1): 14-25. https://doi: 10.2307/202060

Brandt, M. J. (2011). Sexism and gender inequality across 57 societies. Psychological Science, 22: 1413–1418. https://doi.org/10.1177/0956797611420445

Butler, J. (2016). Frames of war: when is life grievable? 3th London: Verso Books.

Carrieri, A.P., Diniz, A.P.R., Souza, E. M., & Menezes, R. S. S. (2013). Gender and work: representations of femininities and masculinities in the view of women brazilian executives. BAR Brazilian Administration Review, 10(3): 281-303. https://doi.org/10.1590/S1807-76922013005000002

Chies, P. V. (2010). Identidade de gênero e identidade profissional no campo de trabalho. Estudos Feministas, 18(2): 510-528. https://doi.org/10.1590/S0104-026X2010000200013

Coffey-Glover, L. (2019). Implicit masculinity: assuming and implying. In Men in Women's Worlds (pp. 187-214). Palgrave Macmillan, London.

Devi, W. P. & Somokanta, T. (2016). Gender, technology, and work case of women employees in selected food processing industries in Manipur. Gender, Technology and Development, 20(1): 81-104. https://doi.org/10.1177/0971852415619497

Drydakis, N., Sidiropoulou, K., Bozani, V., Selmanovic, S., & Patnaik, S. (2018). Masculine vs feminine personality traits and women’s employment outcomes in Britain. International Journal of Manpower. www.emeraldinsight.com/0143-7720.htm

Dusek, G. A., Yurova, Y. V., & Ruppel, C. P. (2015). Using social media and targeted snowball sampling to survey a hard-to-reach population: a case study. International Journal of Doctoral Studies, 10: 279-299. http://ijds.org/Volume10/IJDSv10p279-299Dusek0717.pdf

Eagly, A. H. (1997). Sex differences in social behavior: Comparing social role theory and evolutionary psychology. American Psychologist, 52(12): 1380–1383. https://doi.org/10.1037/0003-066X.52.12.1380.b

Foucault, M. (2007). A ordem do discurso. 15th São Paulo: Loyola.

Galdi, S., Cadinu, M., & Tomasetto, C. (2014). The roots of stereotype threat: when automatic associations disrupt girls’ math performance. Child Development, 85: 250–263. https://doi.org/10.1111/cdev.12128

Gartzia, L., & van Engen, M. (2012). Are (male) leaders “feminine” enough? Gendered traits of identity as mediators of sex differences in leadership styles". Gender in Management, 27(5): 296-314. https://www.emerald.com/insight/publication/issn/1754-2413

Härkönen, J., Manzoni, A., & Bihagen, E. (2016). Gender inequalities in occupational prestige across the working life: an analysis of the careers of West Germans and Swedes born from the 1920s to the 1970s. Advances in Life Course Research, 29: 41-51. https://doi.org/10.1016/j.alcr.2016.01.001

Jovchelovitch, S. (1995). Vivendo a vida com os outros: intersubjetividade, espaço público e representações sociais. Petropólis: Vozes.

Mateus, A. da S., Pessoa, B. G. F., Sousa, R. F. V. de., Nascimento, M. A. C. do., Monte, L. M. I. do., & Nascimento, E. F. do. (2020). Violência nas relações afetivo-sexuais entre jovens com recorte de gênero: a partir de discursos de jovens piauienses. Research, Society and Development, 9(8), e725986123. https://doi.org/10.33448/rsd-v9i8.6123

Mateus, E., & Resende, V. de M. (2015). O sistema posição-prática como categoria epistemológica: contribuições para análise de discurso crítica. Alfa, Revista Linguística, 59(3): 445-470. https://doi.org/10.1590/1981-5794-1509-1

Meeks, L. (2012). Is she “man enough”? Women candidates, executive political offices, and news coverage. Journal of communication, 62(1): 175-193. https://doi.org/10.1111/j.1460-2466.2011.01621.x

Miguel, L. F. (2017). Voltando à discussão sobre capitalismo e patriarcado. Estudos Feministas, 25(3): 1219-1237. https://doi.org/10.1590/1806-9584.2017v25n3p1219

Mihăilă, R. (2016). Is the decrease in the gender wage gap the principal driver of the sustained rise in female labor market participation? Journal of Research in Gender Studies, 6(2): 146-172.

Miller, D. I., Eagly, A. H., & Linn, M. C. (2014). Women’s representation in science predicts national gender-science stereotypes: evidence from 66 nations. Journal of Educational Psychology. Advance online publication. https://doi.org/10.1037/edu0000005

Montesanti, S.R., & Thurston, W.E. (2015). Mapping the role of structural and interpersonal violence in the lives of women: implications for public health interventions and policy. BMC Women's Health, 15(1): 100. https://doi.org/10.1186/s12905-015-0256-4

Morin, E. (2011). Introdução ao pensamento complexo. 4th Porto Alegre: Sulina.

Moscovici, S. (2007). Representações sociais. Investigações em psicologia social. 5th Petrópolis: Editora Vozes.

Pauliukonis, M. A. L. (2006). Texto e discurso: os processos de desvendamento inferencial. I Simpósio Internacional de Letras e Linguística (SILEL), 1., Uberlândia. Anais... Uberlândia: UFU, 2006. p. 1918-1925.

Rezende, D. L. (2017). Desafios à representação política de mulheres na Câmara dos Deputados. Estudos Feministas, 25(3): 1199-1218. https://www.jstor.org/stable/90013347

Ribeiro, L. P., Zanin, H. S., Silva, I. P., & Dias, A. F. M. (2020). Políticas organizacionais de inclusão: práticas de respeito às minorias sexuais e de gênero. Research, Society and Development, 9(1), e176911894.http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v9i1.1894

Scott, J. W. (1999). Some reflections on gender and politics. In: Ferree, M. M., Lorber J., & Hess, B.B. (eds.). Revisioning Gender. Thousand Oaks, London, New Delhi: Sage Publications.

Stoet, G., & Geary, D. C. (2018). The gender-equality paradox in science, technology, engineering, and mathematics education. Psychological science, 29(4), 581-593. https://doi.org/10.1177/0956797617741719

Venturi, G., Recamán M., & Oliveira, S. (2013). Mulheres brasileiras e gênero nos espaços público e privado: uma década de mudanças na opinião pública. São Paulo: Fundação Perseu Abramo.

Vieira, A., Carrieri, A.P., Monteiro, P. R. R., & Roquete, F.F. (2017). Gender differences and professional identities in health and engineering. BAR. Brazilian Administration Review, 14, 1-19. https://doi.org/10.1590/1807-7692bar2017160082

Watt, H. (2010). Gender and occupational choice. In: Chrisler, C. J., & McCreary, D. R. Handbook of gender research in psychology. New York: Springer. p. 379-400.

Wood, W., & Eagly. A. H. (2015). Two traditions of research on gender identity. Sex Roles, 73: 461–473. https://doi.org/10.1007/s11199-015-0480-2

Downloads

Publicado

04/01/2021

Como Citar

MODESTO FILHO, J.; VIEIRA, A.; CARRIERI, A. de P. Representações de gênero em cargos de gestão. Research, Society and Development, [S. l.], v. 10, n. 1, p. e9910111430, 2021. DOI: 10.33448/rsd-v10i1.11430. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/11430. Acesso em: 22 jul. 2024.

Edição

Seção

Ciências Humanas e Sociais