Questões ambientais e a importância da educação em ciências para o empoderamento de indígenas da Amazônia
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i1.11457Palavras-chave:
Indígenas; Educação em ciências; Questões ambientais.Resumo
Este trabalho objetivou compreender como os problemas ambientais podem ser trabalhados na educação em ciências nas escolas indígenas, por meio de uma reflexão dos próprios indígenas. Foram aplicados questionários compostos por nove questões abertas, envolvendo dados sobre os problemas ambientais e o ensino de ciências nas escolas indígenas. Participaram da pesquisa cento e doze estudantes indígenas em formação do curso de Licenciatura em Educação Intercultural, da Universidade Federal de Rondônia. Os resultados indicam que a perda da floresta é fator marcante em relação aos fatores ambientais, envolvendo queimadas, extração ilegal de madeiras e o desmatamento. Esses fatores são motivados pela ambição e ganância do homem. Em relação aos problemas ambientais, 84,8% acreditam que podem ser trabalhados no currículo da escola, especificamente nas disciplinas de ciências e biologia (29,8%). As temáticas abordadas na escola se referem aos fatores que afetam o meio ambiente e quando foram trabalhadas envolveram diferentes estratégias de ensino. Considera-se que é possível, por meio de planejamento e da formação de novos professores indígenas, que essas visões sobre os problemas ambientais possam refletir no currículo de ciências das escolas indígenas, tornando-se fatores essenciais na busca da autonomia e afirmação da identidade cultural.
Referências
Abi-Eçab, P. C. (2011). Principais ameaças ao meio ambiente em terras indígenas. Planeta Amazônia, 3, 1-17.
Baptista, G. C. S. (2010). Importância da demarcação de saberes no ensino de ciências para as sociedades tradicionais. Ciência & Educação, 16(3), 679-694.
Bencze, J. L. & Sperling, E. R. (2012). Student-teachers as advocates for student-led researchinformed socioscientific activism. Canadian Journal of Science, 12(1), 62-85.
Bonavigo, P. H. (2009). Levantamento da mastofauna de médio e grande porte da terra indígena sete de setembro – etnia Suruí, RO. Acta Brasil, 12(2), 25-43.
Breves, N. S. P. & Mota, D. S. M. & Mubarac Sobrinho, R. S. (2013). Reflexões sobre as concepções de ciências e conhecimento/saberes tradicionais indígenas dos Omágua/Kambeba. Revista Amazônica de Ensino de Ciências, 6(11), 123-136.
Carneiro Filho, A. (2009). Atlas de pressões e ameaças às terras indígenas na Amazônia brasileira. São Paulo: Instituto Socioambiental.
Ferronato, M. L. & Nunes, R. O. (2017). A exploração ilegal de madeiras na Terra Indígena Sete de Setembro, Cacoal – RO. Revista Científica FACIMED, 4(2), 45-56.
Freire, P. (1994). Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra.
Hodson, D. (1998). Teaching and learnig Science: towards a perrsonalized approach. Buckingham: Open Univestity Press.
Nascimento, M. C. & Soares, V. P. & Ribeiro, C. A. A. S. & Silva, E. (2006). Mapeamento dos fragmentos de vegetação floresta nativa da bacia hidrográfica do rio Alegre, Espírito Santo, a partir de imagens de satélite Ikonos II. Revista Árvore, 30(3), 389-398.
Pereira, A. S. & Shitsuka, D. M. & Parreira, F. J. & Shitsuka, R. (2018). Metodologia da Pesquisa Científica. Santa Maria, RS: UFSM, NTE.
Rcnei. Referencial curricular nacional para as escolas indígenas. (1998). Ministério da Educação e do Desporto, Secretaria de Educação Fundamental, Brasília.
Reis, P. G. R. (2013). Da discussão à ação sociopolítica sobre controvérsias sócio-científicas: uma questão de cidadania. Ensino de Ciências e Tecnologia em Revista, 3(1).
Reis, P. G. R. (2004). Controvérsias sócio-científicas: discutir ou não discutir?: percursos de aprendizagem na disciplina de ciências da terra e da vida. Tese (Doutoramento em Educação) – Departamento de Educação, Faculdade de Ciências, Universidade de Lisboa, Lisboa.
Reis, P. G. R. (1997). A promoção do pensamento através da discussão dos novos avanços na área de biotecnologia e da genética. Dissertação (Mestrado em Educação) – Departamento de Educação, Faculdade de Ciências, Universidade de Lisboa, Lisboa.
Santilli, J. (2002). A biodiversidade das comunidades tradicionais. In: Besunsan, N. (Org.). Seria melhor ladrilhar? Biodiversidade como, para que, por quê. Brasília: Editora Universidade de Brasília, Instituto Socioambiental.
Santos, C. C. O. & Zeitune, D. P. & Santos, J. L. M. (2018). A não fiscalização dos órgãos governamentais e a trajetória da Samarco. Lexcult, 2(1), 110-129.
Soares, J. A. B. & Pereira, J. G. (2015). Diagnóstico ambiental na reserva indígena de Dourados, MS. VI Congresso Brasileiro de Gestão Ambiental, Porto Alegre, RS.
Stumpf, B. O. & Wolf, D. R. & Bergamaschi, M. A. (2016). Reflexões interculturais sobre educação ambiental indígena. Revista Eletrônica do Mestrado em Educação Ambiental, 33(2), 247-267.
Toledo, R. F.& Giatti, L. L. & Pelicioni, M. C. F. (2008). Urbanidade rural, território e sustentabilidade: relações de contato em uma comunidade indígena no noroeste amazônico. Ambiente & Sociedade, 12(1), 173-188.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Reginaldo de Oliveira Nunes; Pedro Guilherme Rocha dos Reis; Iuri da Cruz Oliveira
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.