A escola atual “competente”, sob o impasse ético entre (apenas) instrumentalizar ou humanizar na mediação com as Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v9i12.11569Palavras-chave:
TIC; Modernidade; Prática Pedagógica Escolar; Mediação; Humanização.Resumo
Este artigo possui abordagem predominantemente qualitativa e é de caráter epistemológico reflexivo sobre o uso das Tecnologias da Informação e Comunicação – TIC, no espaço escolar a partir das experiências dos autores. Realizamos uma revisão crítica sobre os autores que tratam da temática, no contexto educacional neoliberal. Assim, o texto a seguir trata do uso das Tecnologias da Informação e Comunicação – TIC, hoje TDIC, ocupando cada vez mais o espaço escolar. Olhando para um tempo pretérito marcado por práticas de ensino “magistrocêntricas” e instrucionais, ainda resistentes, diagnosticamos uma “pressão” cada vez maior sofrida pela escola, para que esta seja “moderna” - como outros equipamentos sociais, por exemplo, as empresas. Apontamos a necessidade de o professor investir em formação continuada, desde que esta não resulte em adaptações apressadas só para dar conta de uma “competência técnica” esvaziada de uma “leitura de mundo” (Freire) mais profunda, integral e humanizada, como “competência política” (Saviani). Daí, apontamos para a necessidade de uma síntese entre instrumentalização e humanização na mediação com as TDIC. Concluímos que apenas uma “ética da adaptabilidade” (Pereira) ao novo cenário tecnocêntrico e revolucionado pelas comunicações não basta. Nossa hipótese: se a escola não consegue traduzir a relação professor-aluno – foco central da abordagem - como ação de sujeitos (Severino) protagonistas de uma mediação com seus territórios de vivências intersubjetivas, a escola corre o risco de ser apenas “moderna”, mas e não “reencantada” (Assmann) e muito menos humanizada.
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