Fatores associados à cura e ao abandono do tratamento da hanseníase: Uma análise reflexiva
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i1.11615Palavras-chave:
Atenção Primária à Saúde; Saúde pública; Epidemiologia; Lepra.Resumo
Analisar as tendências e os principais fatores socioeconômicos e clínicos relacionados ao abandono do tratamento e à cura da hanseníase em Sergipe. Para o presente estudo, foram utilizados os dados de todos os casos novos de cura e abandono do tratamento da hanseníase notificados pelos centros de saúde dos municípios ao SINAN (Sistema de Informação de Agravos de Notificação) do estado de Sergipe, Brasil, de 2007 a 2017. . Trata-se de um estudo ecológico de casos de cura e abandono do tratamento da hanseníase, cujas taxas foram calculadas com base nas "Diretrizes para vigilância, atenção e eliminação da hanseníase como problema de saúde pública", utilizando análise de séries temporais e regressão logística multivariada. Em relação à regressão multivariada, a faixa etária jovem apresenta maior risco para abandono do tratamento (p = 0,429; OR = 2,75). Negros / pardos / indígenas apresentaram maior chance de abandonar o tratamento (p = 0,482; OR = 1,69), assim como multibacilares (p = 0,541; OR = 2,26). Em relação à cura, a faixa etária jovem tem menos chances de cura (OR = 0,34). O mesmo acontece para a classificação operacional; os multibacilares têm menor chance de cura (OR = 0,35). Por fim, indivíduos com grau 2 de incapacidade física têm menor probabilidade de cura (OR = 0,54). Os serviços de saúde são visivelmente frágeis, principalmente quando se trata de fatores clínicos associados ao abandono do tratamento e baixa proporção de cura. Os multibacilares (Borderline e virchowianos) são os responsáveis pela transmissão ativa da hanseníase.
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