Intercâmbio internacional e sua perspectiva para enfermeiros e graduandos em Enfermagem: uma revisão integrativa
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i1.11771Palavras-chave:
Educação; Intercâmbios internacionais; Enfermagem.Resumo
Este estudo objetivou evidenciar as contribuições dos intercâmbios internacionais na formação e atuação do enfermeiro através do âmbito acadêmico, profissional e de pós-graduação. Trata-se de uma revisão integrativa realizada no período de julho a setembro de 2020 nas bases de dados PubMed, LILACS, Cochrane e Scielo. A seleção dos estudos por título e resumos e por leitura completa foi realizada por dois revisores de forma independente. Os estudos que geraram alguma discordância entre os revisores quanto à inclusão foram discutidos com um terceiro revisor. O processo de filtragem resultou em 49 artigos sobre intercâmbios internacionais, sendo desses, 75,5% intercâmbio acadêmico, 16,3% pós-graduação em enfermagem e 8,2% de capacitação profissional. Durante a análise dos referenciais teóricos envolvidos neste estudo, percebeu-se em todos os âmbitos de formação, tanto acadêmico como profissional, que a mobilidade internacional desenvolve no participante o saber técnico científico, agregando eficiência às práticas profissionais, além de um forte desenvolvimento pessoal. Conclui-se que a internacionalização em enfermagem é um diferencial potencial para o enfermeiro, seja este ainda em seu processo de formação, como graduando, seja como pós-graduando, ambos tendo a oportunidade de estudar e vivenciar outras metodologias de ensino, e até mesmo de conhecer e realizar práticas de enfermagem em um país distinto do de origem, melhorando suas competências profissionais.
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