Identidade de gênero e orientação sexual: a sexualidade no contexto escolar
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v8i8.1182Palavras-chave:
Escola; Identidade de gênero; Orientação sexual; Sexualidade.Resumo
O presente texto tem o objetivo de discutir a diversidade de gêneros e orientações sexuais, que compõem o contexto escolar sob a ótica docente. Diante de tais fenômenos realizou-se uma pesquisa com 12 professores do ensino médio de uma escola pública da cidade de Cuiabá-MT. Na pesquisa de cunho qualitativo, foram investigados os sentidos atribuídos por esses docentes ao fenômeno da sexualidade e suas manifestações no contexto de sua práxis. Para análise dos fragmentos de relatos apreendidos mediante entrevista semiestruturada, adotou-se, enquanto olhar teórico-metodológico, o Construcionismo Social por meio da análise de repertórios linguísticos e investigou-se a produção de sentidos enunciados por práticas discursivas. A sexualidade, ainda que tratada como um fenômeno ‘natural’ a todo ser humano, apresenta-se em sua complexidade e diversidade como um constructo social, assim como as variadas formas de identidades. Aparecem, então, discursos voltados à ausência de informações a respeito de tais fenômenos, o que impossibilita em grande medida que a transversalidade proposta pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) seja de fato realizada por esses educadores. A escola ainda se mostra frágil e carente de formação para lidar com temas envoltos na sexualidade, seja no diálogo acerca dos gêneros, orientações ou mesmo diversidade sexual. Tal realidade observada precisa ser transformada através de currículos, normas, e metodologias que considerem as diversidades de gênero, culturas, etnias, classes, e demais subjetividades humanas, presentes no ambiente educacional. Neste movimento, a transversalidade de temas como a sexualidade se farão possíveis, bem como a efetiva construção de novos conhecimentos e saberes.
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