Redes de Organizações da Sociedade Civil: Proposição de uma ferramenta de análise
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i1.12108Palavras-chave:
Redes; Organizações da sociedade civil; Matriz situacional.Resumo
Este artigo tem como objetivo caracterizar perfis de gestão e atuação de Organizações da Sociedade Civil (OSCs) conformadas em redes voltadas para o desenvolvimento social. Trata-se de um estudo de caso que analisa, comparativamente, 20 OSCs, tomando como ponto de partida dimensões analíticas relacionadas ao planejamento e execução de atividades, direção e controle, e seleção de membros para compor a organização. O estudo identifica que a atuação das OSCs pode ser entendida a partir de dois parâmetros: (i) governança estratégica, isto é, incidência política da organização, cujo foco de atuação se dá na sensibilização e mobilização de um público-alvo para com determinada causa; e (ii) atuação de base, ou seja, a atuação das organizações na implementação de programas, projetos e/ou ações em nível de rua ou in loco. Baseando-se nesses parâmetros, propõe-se uma matriz teórico-conceitual que categoriza a atuação das OSCs em quatro perfis: Perfil Regulador; Perfil Impreciso; Perfil Híbrido; e Perfil Linha de Frente. A matriz pode servir como ferramenta para uma distribuição mais eficiente dos recursos por parte do poder público, identificando OSCs que sejam dotadas das características que darão melhor capilaridade e eficiência para prestação do serviço desejado. A capacidade de um governo de reconhecer o perfil das OSCs que atuam em seu território permite traçar arranjos que fortaleçam sua atuação. Logo, os achados estimulam reflexões teóricas e investigações empíricas que ampliam o conhecimento sobre o fenômeno, abrindo possibilidades para estudos sobre redes em perspectivas e contextos distintos.
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