A negligência contra crianças na perspectiva de professores da Educação Infantil pública e privada
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i1.12143Palavras-chave:
Negligência; Educação infantil; Pesquisa qualitativa.Resumo
A violência é considerada um grave problema social e de saúde pública, que pode assumir formas físicas, sexuais, psicológicas ou aparecer na forma de negligência. O enfrentamento da negligência contra crianças exige compreender seu significado nos diversos contextos de vida, dentre eles a educação. O objetivo deste trabalho foi compreender os significados da negligência infantil para educadores de escolas públicas e privadas. Foi realizada uma pesquisa qualitativa numa escola pública e três particulares usando entrevista semiestruturada com quatorze professoras. Na análise de conteúdo os dados foram organizados nas seguintes categorias: 1) concepções de negligência; 2) agressores e localidades; 3) sinais de negligência; causas e 4) consequências e diferenças na negligência de alunos de escolas públicas e privadas. Destaca-se a importância de ações formativas para identificar, prevenir e assistir às vítimas. Neste processo, o profissional de saúde torna-se imprescindível para agir como articulador da rede de proteção em ações intersetoriais através da educação em saúde.
Referências
Apostólico, M. R., Nóbrega, C. R., Guedes, R. N., da Fonseca, R. M. G. S., & Egry, E. Y. (2012). Características da violência contra a criança em uma capital brasileira. Revista Latino-Americana de Enfermagem, 20(2), 266-273. https://doi.org/10.1590/S0104-11692012000200008.
Benavente, R., Justo, J., & Veríssimo, M. (2009). Os efeitos dos maus-tratos e da negligência sobre as representações da vinculação em crianças de idade pré-escolar. Análise Psicológica, 27(1), 21-31.
Lei n. 8.069/90. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente (1990). Brasília: MEC.
Lei nº 9.394/96. Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional (1996). Centro de documentação e Informação-Coordenação de Publicações. Câmara Federal dos Deputados: Brasília-DF.
Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança. Brasília: Secretaria de Atenção à Saúde.
Cocco, M., Silva, E. B. D., Silva, C. M. D., & Jahn, A. D. C. (2010). Violência contra crianças: dimensões apreendidas nas falas de professoras de educação infantil e a articulação com o setor saúde. Revista Mineira de Enfermagem, 14(4), 539-547.
Egry, E. Y., Apostólico, M. R., Albuquerque, L. M., Gessner, R., & Fonseca, R. M. G. S.da. (2015). Compreendendo a negligência infantil na perspectiva de gênero: estudo em um município brasileiro. Revista da Escola de Enfermagem da USP, 49(4), 0556-0563. https://doi.org/10.1590/S0080-623420150000400004
Faleiros, J. M., Matias, A. D. S. A., & Bazon, M. R. (2009). Violência contra crianças na cidade de Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil: a prevalência dos maus-tratos calculada com base em informações do setor educacional. Cadernos de Saúde Pública, 25, 337-348. http://dx. doi.org/10.1590/S0102-311X2009000200012.
Flick, U. (2014). Introdução à pesquisa qualitativa. Artmed.
Franzin, L. C. da S.; Olandovski, M.; Vettorazzi, M. L.T. Ozetto, G. Werneck, R. I.; Moysés, S.J.; Kusma, S. Z., & Moysés, S. T. (2014). Child and adolescent abuse and neglect in the city of Curitiba, Brazil. Child Abuse & Neglect, 38(10), 1706-1714. https://doi.org/10.1016/j.chiabu.2014.02.003
Gomes, R. (2011). Análise e interpretação de dados de pesquisa qualitativa. In: Minayo, M. C. S. (ed.), Pesquisa social: teoria, método e criatividade (pp 79-108). Vozes.
Hornor, G (2014). Negligência infantil: Avaliação e intervenção. Journal of Pediatric Health Care, 28(2), 186-192.
Krug, E. G; Dahlberg, L. Anthony, B. Z & Lozano, R. (2002). Relatório mundial sobre violência e saúde. Genebra: Organização Mundial da Saúde.
Makhlouf, F., & Rambaud, C. (2014). Child homicide and neglect in France: 1991–2008. Child abuse & neglect, 38(1), 37-41. https://doi.org/10.1016/j.chiabu.2013.08.016
Mennen, F. E., Kim, K., Sang, J., & Trickett, P. K. (2010). Child neglect: Definition and identification of youth's experiences in official reports of maltreatment. Child abuse & neglect, 34(9), 647-658. https://doi.org/10.1016/j.chiabu.2010.02.007
Milot, T., St-Laurent, D., Ethier, L. S., & Provost, M. A. (2010). Trauma-related symptoms in neglected preschoolers and affective quality of mother-child communication. Child Maltreatment, 15(4), 293-304. https://doi.org/10.1177/1077559510379153
O’Hara, M., Legano, L., Homel, P., Walker-Descartes, I., Rojas, M., & Laraque, D. (2015). Children neglected: Where cumulative risk theory fails. Child abuse & neglect, 45, 1-8. https://doi.org/10.1016/j.chiabu.2015.03.007
Pereira, A. S., Shitsuka, D. M., Parreira, F. J., & Shitsuka, R. (2018). Metodologia da pesquisa científica [e-book]. Santa Maria. Ed (pp. 3-9). UAB/NTE/UFSM.
Ramos, M. L. C. O., & Silva, A. L. D. (2011). Estudo sobre a violência doméstica contra a criança em unidades básicas de saúde do município de São Paulo-Brasil. Saúde e Sociedade, 20, 136-146. http://dx.doi.org/10.1590/S0104-12902011000100016
Russo, G., Dantas, J., Nogueira, J., & Trindade, H (2014). Da omissão denunciada: negligência intrafamiliar contra crianças e adolescentes no Creas/Mossoró-RN/The omission denouced: intrafamiliy negligence against children and adolescents in the Creas/Mossoró-RN. SER Social Brasília, 16(34), 65-90.
Schilling, S., & Christian, C. W. (2014). Child physical abuse and neglect. Child and Adolescent Psychiatric Clinics, 23(2), 309-319. https://doi.org/10.1016/j.chc.2014.01.001.
Silva, M. D., & Silva, A. G. D. (2018). Professores e Alunos: o engendramento da violência da escola. Educação & Realidade, 43(2), 471-494. https://doi.org/10.1590/2175-623664089.
Souza, C. D. S., Costa, M. C. O., Assis, S. G. D., Musse, J. D. O., Sobrinho, C. N., & Amaral, M. T. R. (2014). Sistema de Vigilância de Violências e Acidentes/VIVA e a notificação da violência infanto-juvenil, no Sistema Único de Saúde/SUS de Feira de Santana-Bahia, Brasil. Ciência & Saúde Coletiva, 19, 773-784. https://doi.org/10.1590/2175-623664089.
Stelko-Pereira, A. C., & de Albuquerque Williams, L. C. (2010). Reflexões sobre o conceito de violência escolar e a busca por uma definição abrangente. Temas em psicologia, 18(1), 45-55. https://www.redalyc.org/comocitar.oa?id=513751435005.
Waiselfisz, J. J. (2015). Violência letal contra as crianças e adolescentes do Brasil. Brasília: Flacso.
Wark, M. J., Kruczek, T., & Boley, A. (2003). Emotional neglect and family structure: impact on student functioning. Child abuse & neglect, 27(9), 1033-1043. https://doi.org/10.1016/S0145-2134(03)00162-5.
Welch, G. L., & Bonner, B. L. (2013). Fatal child neglect: Characteristics, causation, and strategies for prevention. Child Abuse & Neglect, 37(10), 745-752. https://doi.org/10.1016/j.chiabu.2013.05.008.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Joice Luiza Alves Cândido; Daniela Tavares Gontijo; Luciane Soares de Lima Wanderley; Maria Natáia Santos Calheiros
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.