Como se articulam a Psicologia Positiva e a Psicologia da Saúde?

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v10i2.12288

Palavras-chave:

Psicologia Positiva; Psicologia em Saúde; Revisão de literatura.

Resumo

O presente artigo objetivou discutir a interface entre a Psicologia Positiva e a Psicologia da Saúde, destacando a relevância dos estudos e intervenções sobre os aspectos positivos e favoráveis ao pleno funcionamento e desenvolvimento dos seres humanos. Para tanto, foi realizada uma revisão narrativa da literatura científica sobre como se articulam teoricamente essas áreas. Como resultados, a literatura tem mostrado que o interesse por estudar as qualidades, motivações e potencialidades humanas tem aumentado nos últimos anos no Brasil e no mundo e que isto se deve, em grande parte, aos avanços promovidos pelo campo da Psicologia Positiva. Esta área tem marcado uma mudança gradual na forma de compreender os indivíduos e suas relações intra e interpessoais, propondo um equilíbrio na abordagem dos aspectos positivos e negativos da conduta humana, visto que historicamente a Psicologia deu mais ênfase à investigação dos últimos. Desse modo, a Psicologia Positiva vem oferecer um olhar mais aprofundado em relação aos fatores protetivos e preventivos da saúde humana. Nessa direção, discute-se que a Psicologia da Saúde se articula com a Psicologia Positiva e que ambas assumem perspectivas de investigação-ação e de intervenção psicológica com vistas à promoção da saúde e do bem-estar biopsicossocial, bem como à redução e prevenção de sintomas patológicos.

Biografia do Autor

Camilla Vieira de Figueiredo, Universidade Federal da Paraíba

Possui graduação (2018) e mestrado (2020) em Psicologia Social pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB), cursando atualmente doutorado em Psicologia Social pela mesma instituição (PPGPS/UFPB). Seus interesses de pesquisa centram-se principalmente nas áreas de Psicologia Social (com ênfase nos estudos sobre preconceito, discriminação sexual e de gênero, relações intergrupais e identidade social), Fundamentos e Medidas em Psicologia (elaboração, adaptação e validação de instrumentos psicológicos), Psicologia Experimental e Análise de dados quantitativos.

Hysla Magalhães de Moura , Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Doutoranda em Psicologia Social pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Mestra em Psicologia Social pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Especialista em Terapia Cognitiva e Comportamental pela Faculdade Latino-Americana de Educação (FLATED) e Graduada em Psicologia pela Universidade Federal do Piauí (UFPI). Seus principais interesses de pesquisa incluem Psicologia Positiva, Habilidades socioemocionais, Psicologia Social e Construção e validação de instrumentos.

Alessandro Teixeira Rezende, Universidade Federal da Paraíba

Possui graduação em Psicologia (2016) pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB), mestrado em Psicologia Social pelo Programa de Pós-graduação em Psicologia Social da UFPB (2019) e atualmente cursa doutorado pelo mesmo programa. É integrante do núcleo de pesquisa Bases Normativas do Comportamento Social (BNCS). Possui interesse na área de Fundamentos e Medidas em Psicologia (Psicometria: elaboração, adaptação e validação de instrumentos psicológicos), metodologia de análise de dados (quantitativa e qualitativa), Psicologia Social (especialmente no estudo dos valores humanos, crenças e preconceito sexual) e Avaliação Psicológica (formação, atuação e ensino).

Heloísa Bárbara Cunha Moizéis, Universidade Federal da Paraíba

Possui graduação em Psicologia (2017) e Mestrado em Psicologia Social (2020) pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB), sendo atualmente doutoranda em Psicologia Social pela mesma instituição. Está sob orientação da Profa. Doutora Ana Raquel Rosas Torres, sendo colaboradora do Grupo de Pesquisa em Comportamento Político (GPCP) e desenvolvendo pesquisas sobre sexismo e violência de gênero. Tem proximidade com as áreas de Psicologia Social, Psicometria e Avaliação Psicológica.

Italo de Oliveira Guedes, Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Possui graduação (2018) e mestrado (2020) em Psicologia Social pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB), cursando atualmente doutorado em Psicologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Tem interesse nas áreas de Juventude, Homicídio e Segurança Pública, Psicologia e Políticas Públicas, Psicologia Social do Trabalho e Psicologia do Desenvolvimento.

Roberta Pereira Curvello, Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Doutoranda em Psicologia Social pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Mestre em Psicologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Especialista com MBA em Gestão de Pessoas pela UNIGRANRIO. Graduada em Psicologia pela Universidade Católica de Petrópolis. Seus interesses de pesquisa se centram nas áreas de Psicologia Social e Competências Emocionais.

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Publicado

09/02/2021

Como Citar

FIGUEIREDO, C. V. de; MOURA , H. M. de; REZENDE, A. T. .; MOIZÉIS, H. B. C.; GUEDES, I. de O.; CURVELLO, R. P. Como se articulam a Psicologia Positiva e a Psicologia da Saúde? . Research, Society and Development, [S. l.], v. 10, n. 2, p. e16510212288, 2021. DOI: 10.33448/rsd-v10i2.12288. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/12288. Acesso em: 23 nov. 2024.

Edição

Seção

Ciências da Saúde