Contexto de trabalho e Prazer-sofrimento na Atenção Primária à Saúde
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i2.12331Palavras-chave:
Condições de trabalho; Saúde do trabalhador; Atenção primária à saúde; Enfermagem.Resumo
Objetivo: Avaliar o risco de adoecimento relacionado ao contexto de trabalho e ao prazer e sofrimento no trabalho de enfermeiros e médicos da Atenção Primária à Saúde. Métodos: Estudo transversal realizado com 76 profissionais médicos e enfermeiros de 34 unidades da Atenção Primária à Saúde de um município do Rio Grande do Sul, Brasil. A coleta de dados aconteceu de março a agosto de 2015, por meio da Escala de Avaliação do Contexto de Trabalho e da Escala de Indicadores de Prazer e Sofrimento no Trabalho. Para análise dos dados, utilizou-se estatística descritiva e analítica. Resultados: Os enfermeiros e médicos avaliaram o contexto de trabalho como crítico em dois fatores: “Organização do trabalho” e “Condições de trabalho”. O fator “Relações socioprofissionais” foi avaliado como satisfatório, somente pelos médicos. No que diz respeito à vivência de prazer e sofrimento, os fatores “Realização profissional” e “Esgotamento profissional” foram avaliados como críticos e “Liberdade de expressão” foi considerado satisfatório, para ambas categorias. O fator “Falta de reconhecimento” foi satisfatório somente sob a percepção dos médicos. Entre os fatores das duas escalas, ocorreu correlação forte e significativa entre o fator “Organização do Trabalho” e “Esgotamento profissional” e entre “Relações socioprofissionais” e “Falta de reconhecimento”. Conclusão: O contexto de trabalho reflete risco moderado para o adoecimento destes profissionais, em que enfermeiros sinalizaram, com avaliações mais críticas que os médicos, para os fatores de cada uma das escalas, exceto para o fator “Liberdade de expressão”.
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