Influência na qualidade de vida dos estudantes de Medicina relacionadas a má alimentação e sono
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i2.12393Palavras-chave:
Comportamento alimentar; Distúrbios do sono; Cefaleia; Obesidade.Resumo
A má qualidade de vida de estudantes da área da saúde está intimamente relacionada a algumas variáveis, tais como transtornos de alimentação e do sono. Estudantes da área da saúde recebem informações sobre nutrição adequada, no entanto, isso não implica que esses conhecimentos sejam seguidos por comportamentos alimentares apropriados. Em relação ao sono que é um elemento fundamental para a saúde do ser humano, visto que está envolvido em múltiplos mecanismos fisiológicos sistêmicos, sabe-se que a necessidade fisiológica do sono varia muito conforme a idade. Normalmente, adultos jovens necessitam, em média, de sete a nove horas de sono por noite. Dessa forma, o presente estudo tem por objetivo elucidar os principais fatores relacionados a má qualidade da alimentação e do sono nos estudantes da área da saúde e as consequências desses hábitos no organismo e no rendimento acadêmico. Foi realizada uma revisão integrativa de estudos da literatura obtidos por buscas nas bases de dados: PubMed, SciELO e BVS, utilizando os descritores: comportamento alimentar, estudantes de medicina, distúrbios do sono. Foram incluídos estudos publicados entre 2015 e 2020, em língua portuguesa, inglesa e espanhola. A partir desses dados foi feita uma compilação das informações mais relevantes para a construção do presente trabalho. Foi verificado que estudantes do curso de medicina apresentam hábitos alimentares pouco saudáveis, sendo caracterizados por baixo consumo de vegetais, frutas e água, e uma maior ingesta de carne vermelha, comidas industrializadas e doces. A literatura mostra uma estreita correlação entra a imagética corporal e o comportamento alimentar. A má qualidade no sono está correlacionada a aprendizagem superficial dos estudantes universitários da área da saúde. Há também uma estreita ligação entre a breve duração de sono e maiores chances de desenvolver hiperlipidemias, acidentes automobilísticos e doenças arteriais coronarianas. Foram apresentados os diversos fatores de risco para doenças crônicas não transmissíveis em estudantes da área da saúde, dentre as quais destacam-se neoplasias, distúrbios metabólicos, doenças dos sistemas nervoso, respiratório, cardiovascular e osteoarticular, principalmente. Assim, os resultados evidenciam as diferenças entre o estilo de vida e o recomendado, sobretudo em relação ao sono e a ingesta de alimentos. Esta pesquisa contribui com a obtenção de mais informações sobre os fatores que influenciam no processo de adoecimento em estudantes universitários, sobretudo acadêmicos da área da saúde.
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