Jogos, Brincadeiras e Educação Infantil: notas acerca da construção de gênero

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v10i2.12489

Palavras-chave:

Brincadeira; Jogos; Educação Infantil; Gênero.

Resumo

O uso de jogos e brincadeiras no processo de aprendizagem de crianças pequenas é bastante recorrente no Brasil, de modo que as práticas pedagógicas acabam por fazer uso desses instrumentos para mediar o processo de ensino. A partir disso, o presente manuscrito discute acerca da função dos jogos e das brincadeiras na prática educativa da Educação Infantil, bem como a contribuição destes na construção do desenvolvimento e aprendizagens sobre gênero. Para alcançar ao objetivo, optamos por uma pesquisa bibliográfica e documental, caracterizando como um estudo qualitativo. Compreendemos que a Educação Infantil colabora para o desenvolvimento de processos emocionais, sociais e psicológicos da criança, o que abrange a compreensão acerca de si e do/a outro/a, incluindo as questões de gênero – aqui compreendidas como uma construção social, histórica, política e cultural. Como resultado, consideramos que os jogos e as brincadeiras são percebidos como atividades que, além de produzir o desenvolvimento amplo das crianças, estimulam o intercâmbio entre os pares, a resolver de forma construtiva os conflitos, a formação de um/a cidadão/cidadã com senso crítico e reflexivo. Junto a isso, concluímos que jogos e brincadeiras fazem com que as crianças pequenas tenham uma percepção maior da realidade e do ambiente que convivem, construindo conhecimentos sobre assuntos diversos, incluindo as questões de gênero.

Biografia do Autor

Rosana Trindade de Matos, Universidade Federal do Amazonas

Professora pela Secretaria Municipal de Educação SEMED-Manaus/AM

Mestra pela Universidade Federal do Amazonas, pelo Programa de Pós-Graduação em Educação.

 

Márcio de Oliveira, Universidade Federal do Amazonas

Professor Adjunto na Universidade Federal do Amazonas (UFAM/Câmpus Manaus). Professor do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE) da UFAM.

Subchefe do Departamento de Administração e Planejamento (DAPLAN) da Faculdade de Educação (FACED) da Universidade Federal do Amazonas (UFAM) (atual). Coordenador Adjunto Institucional do Programa Nacional de Formação de Professores da Educação Básica (PARFOR/UFAM).

Integrante do grupo de estudos NUDISEX - Núcleo de Estudos e Pesquisas em Diversidade Sexual. Linhas de Estudo e Pesquisa: Políticas Públicas Educacionais; Formação de Professores/as; Gênero; Sexualidade; Violência contra a Mulher; Violência Sexual contra crianças e adolescentes

Alícia Gonçalvez Vásquez, Universidade Federal do Amazonas

Mestranda em Educação pelo PPPGE/FACED/UFAM.

Membro do Grupo de Estudos e Pesquisas de Práticas Investigativas em Educação Matemática (GEPIMat)/UFAM.

Referências

Almeida, P. N. (1978). Dinâmica lúdica jogos pedagógicos. Loyola.

Ariès, P. (1981). História social da criança e da família. Guanabara.

Bogdan, R., & B, S. (1982). Qualitative research of education. Allyn and Bacon.

Brasil. (1988). Constituição da República Federativa do Brasil.1988. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm

Brasil. (1998) Referencial Curricular Nacional. http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/rcnei_vol1

Brasil. (2013). Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais da Educação Básica. Brasília: MEC, SEB, DICEI.

Brasil. (1996). Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei de nº 9.394/96 de 20 de dezembro. Brasília: Presidência da República. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm

Brasil. (1990). Estatuto da Criança e do Adolescente. Lei nº 8.069/90. CBIA-SP.

Brasil. (2014) Plano Nacional de Educação. Brasília: Presidência da República. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/lei/l13005.htm.

BrunellI, R. P. (1996). O jogo como espaço para pensar. Papirus.

Cambi, F. (1999). História da Pedagogia. Fundação Editora UNESP.

Carvalho, F. A. (2020). Para além de “meninas vestem rosa, meninos vestem azul”: as conjunturas e as ideologias nos novos rumos da educação para os gêneros e as sexualidades. Revista Educação, Santa Maria, (v. 45). https://periodicos.ufsm.br/reeducacao

Felipe, J. (2013). Erotização dos corpos infantis. In: Louro, G. L., Felipe, J., & Goellner. S. V. (Orgs.). Corpo, gênero e sexualidade: um debate contemporâneo na educação. (9. Ed). Petrópolis, RJ: Vozes, 54-66.

Finco, D. (2010). Brincadeiras, invenções e transgressões de gênero na educação infantil. Revista Múltiplas Leituras, São Paulo, (v. 3, n. 1), 119-134, < https://www.metodista.br/revistas/revistasims/index.php/ML/article/view/1905/1908>.

Gil, A. C. (2002). Como elaborar projetos de pesquisa. (4a ed). Atlas.

Guerra, J. (2005). Dos “segredos sagrados”: gênero e sexualidade no cotidiano de uma escola infantil. Dissertação (Mestrado em Educação). 128 fls. Universidade Federal do Rio Grande do Sul: UFRGS, Faculdade de Educação, Porto Alegre.

Kishimoto, T. M. M. (1992). Jogo, a criança e a educação. Universidade de São Paulo.

Kishimoto, T. M. M. (2016). Jogo, a criança e a educação. Ed. rev. Cengage Learning.

Kishimoto, T. M. (2014). Jogos, brinquedos e brincadeiras no Brasil. Espacios em Blanco. Revista de Educación, (n. 24), 81-105,

Kuhlmann JR., M. (2000). História da Educação Infantil Brasileira. Revista Brasileira de Educação. (n. 14). 5-18. https://www.scielo.br/pdf/rbedu/n14/n14a02.pdf

Libâneo, J. C. (2013). Organização e gestão da escola: teoria e prática. (6. Ed.). Ampl. Heccus.

Louro, G. L. (2011). Gênero, sexualidade e educação – uma perspectiva pós estruturalista. (12a ed). Vozes.

Louro, G. L. (2000). Pedagogia da sexualidade. In: Louro, G. L (Org.). O corpo educado: pedagogias da sexualidade. (2. Ed.). Belo Horizonte: Autêntica, 7-34.

Meyer, D. E. (2013). Gênero e educação: teoria e política. In: LOURO, Guacira Lopes; FELIPE, Jane; GOELLNER, Silvana Vilodre (Orgs.). Corpo, gênero e sexualidade: um debate contemporâneo na educação. (9a ed.). Vozes, 11-29.

Maio, E. R., Oliveira, M. & Peixoto, R. (2020). Discussão sobre gênero nas escolas: ações e resistências. Revista Retratos da Escola, 14(28), 57-74. http://retratosdaescola.emnuvens.com.br/rde.

Oliveira, A. M. (2012). Ludicidade na Educação Infantil: a importância na educação de crianças de 4 a 5 anos. Londrina: UEL. http://www.uel.br/ceca/pedagogia/pages/arquivos/2012%20ANELIZE%20MOREIRA%20DE%20OLIVEIRA.pdf

Oliveira, M. (2017). Políticas públicas e violência sexual contra crianças e adolescentes: Planos Municipais de Educação do Estado do Paraná como documentos de (não) promoção da discussão. 136f. Tese (Doutorado em Educação) – Universidade Estadual de Maringá. Maringá.

Oliveira, M.; Peixoto, R., & Maio, E. R. (2018). A Educação enquanto promotora de uma cultura de paz: o foco nas questões de gênero e sexualidade. Revista Amazônida, Manaus, 03(2), 27-39. http://www.periodicos.ufam.edu.br/amazonida/article/view/4893/4181

Papalia, D., & Feldman. R.D. (2006). Desenvolvimento Humano. (8). D. Bueno, Trad. Artmed.

Pereira, A. S. O., & Ericka , M. B. (2016). Brincadeiras de meninos e meninas: cenas de gênero na Educação Infantil. Revista Reflexão e ação, Santa Cruz do Sul, 24(1), 273-288. https://online.unisc.br/seer/index.php/reflex/article/view/7061

Piaget, J. O. (1978). Nascimento da inteligência na criança. (1). Zahar.

Pinto, M. (1997). A infância como construção social. In: PINTO, Manuel; SARMENTO, Manuel Jacinto (Orgs.). As crianças: contextos e identidades. Minho: Universidade do Minho. Centro de Estudos da Criança. 33-79.

Rios, P. P. S., & Dias, A. F. (2020). Currículo, diversidade sexual e de gênero: tecendo reflexões sobre a formação docente. Reasearch, Society and Development, 9(10). 1-23. https://dx.doi.org/10.33448/rsd-v9i10.7572

Rocha, R. C. L. (2002). História da infância: reflexões acerca de algumas concepções correntes. ANALECTA Guarapuava, Paraná, 3(2), 51-63.

Rousseau, J. J. (1999). Emilio ou da educação. Martins Fontes.

Ruiz, M. J. F. (2003). O papel social do professor: uma contribuição da filosofia da educação e do pensamento freireano à formação do professor. Revista Iberoamericana de Educación. Santa Cruz de la Sierra/Bolívian. (33). 55-70. https://rieoei.org/historico/documentos/rie33a03.PDF

Santos, S. M. P. (1995). Brinquedoteca: sucata vira brinquedo. Artes Médicas.

Schwartz, G. M. (1998). O processo educacional em jogo: algumas reflexões sobre a sublimação do jogo. Licere, Belo horizonte, 1(1), 66-76.

Sommerhalder, A. (2011). Jogo e a educação da infância: muito prazer em aprender. Curitiba, PR: CRV.

UOL. STF decide que lei inspirada no Escola sem Partido é inconstitucional. (2020). Do UOL em Brasília. Do UOL em São Paulo. https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2020/08/21/stf-tem-maioria-contra-lei-de-alagoas-inspirada-no-escola-sem-partido.htm

Valentim, E. C. C. (2019). O Processo de Aprendizagem através de Jogos, Brinquedos E Brincadeiras Para Crianças Com Necessidades Especiais. Educar FCE, São Paulo, 18(01), 785-799. https://www.fce.edu.br/pdf/ED18-FINAL-03.pdf

Vigotsky. L. (1998). A formação social da mente. Martins Fontes.

Downloads

Publicado

07/02/2021

Como Citar

MATOS, R. T. de; OLIVEIRA, M. de .; VÁSQUEZ, A. G. . Jogos, Brincadeiras e Educação Infantil: notas acerca da construção de gênero . Research, Society and Development, [S. l.], v. 10, n. 2, p. e13610212489, 2021. DOI: 10.33448/rsd-v10i2.12489. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/12489. Acesso em: 27 set. 2024.

Edição

Seção

Ciências Educacionais