Qualidade de vida e fatores associados em idosos não institucionalizados: um estudo transversal
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i2.12645Palavras-chave:
Qualidade de vida; Idosos; Saúde bucal; Saúde dos idosos; Autopercepção.Resumo
O objetivo deste estudo foi analisar a qualidade de vida (QV) e sua associação com dados sociodemográficos e de saúde bucal em idosos não institucionalizados. Trata-se de um estudo transversal com amostra de 225 idosos com 60 anos de idade ou mais moradores de uma cidade do Sul do Brasil. Para a coleta de dados foram utilizadas a escala de qualidade de vida (WHOQOL-OLD), o Índice de Avaliação de Saúde Bucal Geriátrica (GOHAI), além de questões sobre condições sociodemográficas e de saúde bucal. A QV apresentou média de 62,73. As variáveis sociodemográficas foram testadas em modelo de regressão linear e as que permaneceram associadas no modelo final ajustado foram: idade (β = -0,25; IC95% -0,40; -0,14), independência diária (β = -0,32; IC95% -7,71; -3,57) e participação em atividades sociais (β = -0,12; IC95% -4,31; -0,21). As características orais dos idosos foram comparadas e permaneceram associadas no modelo ajustado: tempo da última consulta ao dentista (β = -0,34; IC95% -9,50; -4,65) e autopercepção oral (β = 0,30; IC95% 0,53; 1,18). Os achados deste estudo mostraram que ser mais velho, ser dependente na vida e não participar de atividades sociais, bem como não ter ido ao dentista no ano passado foram preditores de pior QV, contudo, uma boa autopercepção da saúde bucal foi preditor de melhor QV.
Referências
Agostinho, A. M. G., Campos, M. L. & Silveira, J. L. G. C. (2015). Edentulism, use of prosthesis and self-perception of oral health in the elderly. Rev Odontol UNESP, 44, 74-79.
Alencar, N. A., Aragão J. C. B., Ferreira, M. A. & Dantas, E. H. M. (2010). Assesment of the quality of life elderly women living in urban and rural environments. Rev. Bras. Gerontol,13, 103-109.
Andrade, F. B., Lebrão, M. L., Santos, J. L. F., Duarte, Y. A. O. & Teixeira, D. S. C. (2012). Factors related to poor self-perceived oral health among community-dwelling elderly individuals in São Paulo, Brazil. Cad. Saúde Pública, 28, 1965-1975.
Andrade, I. A., Moreira, J. C. A, Martins, L. C. & Guimarães C. P. (2017). Elderly health training for UBS Citrolândia´s community health workers in Betim-MG: report of an extensionist practice. Sinapse Múltipla, 6, 267-272.
Atchison, K. A. & Dolan, T. A. (1990). Development of the geriatric oral health assessment index. J Dent Educ. 54, 680-686.
Bianco, V. C., Lopes, E. S., Borgato M. H., Silva P. M. & Marta S. N. (2010). The impact on life quality due to oral condition in people fifty years or above. Cien Saude Colet, 15, 2165-2172.
Boggatz T. (2016). Quality of life in old age – a concept analysis. International Journal of Older People Nursing, 11, 55-69.
Borges, J. E. S., Camelier, A. A., Oliveira, L. V. F. & Brandão, G. S. (2019). Quality of life of elderly hypertensive and diabetics of the community: a observational study. Rev. Pesqui. Fisioter, 9, 74-84.
Borglin, G., Jakobsson, U., Edberg, A. K. & Hallberg, I. R. (2006). Older people in Sweden with various degrees of present quality of life: their health, social support, everyday activities and sense of coherence. Health Soc Care Commun, 14, 136-146.
Bulgareli, J. V., Faria, E. T., CortellazziI, K. L., Guerra, L. M., Meneghim, M. D. C. & Ambrosano, G. M. B et al. (2018). Factors that influence the impact of oral health on daily activities of adolescents, adults and the elderly. Rev Saude Publica Health, 52 (44), Epub April 12.
Carvalho, C., Manso, A. C. A., Salvado, F. & Nunes, C. (2013). Translation and validation of the portuguese version of Geriatric Oral Health Assessment Index (GOHAI). Rev. Port. Saúde Pública. 31, 153-159.
Carvalho, C., Manso, A. C., Escoval, A., Salvado, F. & Nunes, C. (2016). Self-perception of oral health in older adults from an urban population in Lisbon, Portugal. Rev Saude Publica, 50, 1-9.
Chen, Y., Hicks A. & While A. E. (2014). Quality of life and related factors: a questionnaire survey of older people living alone in Mainland China. Qual. Life Res, 23, 1593-1602.
Cohen-Carneiro, F., Souza-Santos, R. & Rabelo, M. A. B. (2011). Quality of life related to oral health: contribution from social factors. Ciên. Saúde Col, 16, 1007-1115.
Costa, E. H. M., Saintrain, M. V. L. & Vieira, A. P. G. F. (2010). Self-perception of oral health condition of the institutionalized and non-institutionalized elders. Ciên. Saúde Col, 15, 2925-30.
Fleck, M. P. A, Louzada, S., Xavier, M., Chachamovich, E., Vieira, G., & Santos, L. et al. (2000). Application of the Portuguese version of the abbreviated instrument of quality life WHOQOL-bref. Rev Saude Publica, 34, 178-183.
Fleck, M. P. A., Chachamovich, E. & Trentini, C. M. (2003). WHOQOL-OLD Project: method and focus group results in Brazil. Rev Saude Publica, 37, 793-799.
Fonseca, P. H. A., Almeida, A. M. & Silva, A. M. (2011). Oral health conditions in institutionalized elderly population. RGO - Rev Gaúcha Odontol, 59, 193-200.
Gobbens, R. J. J. & Remmen, R. (2019). The effects of sociodemographic factors on quality of life among people aged 50 years or older are not unequivocal: comparing SF-12, WHOQOL-BREF, and WHOQOL-OLD. Clin. Intervent, 14, 231-239.
Gobbens, R. J. J., VanAssen, M. A. L. M, Luijkx, K. G, Wijnen-Sponselee, M. T. & Schols J. M. G. A. (2010). The Tilburg Frailty Indicator: psychometrics properties. J Am Med Dir Assoc, 11, 344-55.
Henriques, J. C. C. S. (2010). Impact of edentulism on the quality of life of two Brazilian individuals. Acta Odontol. Venezolana, 51,1-7.
IBGE. (2018). Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Conheça as Cidade do Brasil. Marau. Disponível em: <https://cidades.ibge.gov.br/brasil/rs/Marau/panorama >. Acesso em: 20 jan 2018.
Kotzer, R. D., Lawrence, H. P., Clovis, J. B., & Matthews, D. C. (2012). Oral health-related quality of life in an aging Canadian population. Health and Quality of Life Outcomes. 10, 1-12.
Kressin, N. R., Atchison, K. A. & Miller, D. R. (1997). Comparing the impact of oral disease in two populations of older adults: application of the geriatric oral health assessment index. J Public Health Dent, 57, 224-232.
Lebrão, M. L. & Laurenti, R. (2005). Well-Being and aging: the SABE Study in São Paulo, Brazil. Rev Bras Epidemiol, 8, 127-168.
Locker, D. & Gibson, B. (2005). Discrepancie between self-ratings of and satisfaction with oral health in two older adult populations. Comunnity Dent Oral Epidemiol, 33, 280-288.
Malta, M., Cardoso, L. O., Bastos, F. I, Magnanini, M. M. F. & Silva, C. M. F. P. (2010). STROBE Initiative: Subsidies for Reporting Observational Studies. Rev Saude Publica, 44, 559-565.
Martins, A. M. E. B. L., Barreto, S. M. & Pordeus, I. A. (2009). Oral Health self-assessment in the elderly: analysis based on a multidimensional model. Cad. Saúde Pública, 25, 421-435.
Master, G. G., Molzahn, A, Fuhrmann, A. C., Morais, E. P., & Paskulin, L. M. (2015). Quality of life of older adults in rural southern Brazil. Rural Remote Health. 15, 1-15.
Melo, R. L. P., Eutálio, M. C, Silva, H. D. M, Silva-Filho, J. M & Gonzaga, P. S. (2013). Sense of life, funcional dependece and quality of life in the elderly. Rev. Bras. Geriatr. Gerontol, 16, 239-250.
Moreira, R. S., Nico, L. S. & Sousa, M. L. R. (2009). Factors associated with subjective need for dental treatment in elderly Brazilians. Dent Care Oral Heal, 25, 2661-271.
Moreira, R. S., Nico, L. S., Tomita, N. E., & Ruiz, T. (2005). Oral health of Brazilian elderly: a systematic review of epidemiologic status and dental care access. Cad. Saúde Pública, 21, 1665-1675.
Moya P., Chappuzeau E., Caro J. C., & Monsalves M. J. (2012). Oral health situation and quality of life of older adults. Rev Estomatol Herediana, 22, 197-202.
Muirhead, V. E., Marcenes, W., & Wright, D. (2013). Do health provider-patient relationships matter? Exploring dentist-patient relationship and oral health-related quality of life in older people. Age and Ageing, 43, 399-405.
Paskulin, L., Vianna, L., & Molzahn, A. E. (2009). Factors associated with quality of life of Brazilian older adults. Int Nurs Rev, 56, 109-115.
Power, M., Quinn, K. & Schmidt, S. (2005). WHOQOL-OLD group Development of the WHOQOL-Old module. Qual Life Res., 14, 2197-2214.
Rigo L., Basso K., Pauli J., Cericato G. O., Paranhos L. R, & Garbin R. R. (2015). Satisfaction with life, dental experience and self-perception of health among the elderly. Ciên. e Saúde Col. 20, 3681-3688.
Santos, C. M. (2015). Applicability teste of a modelo f oral health-related quality of life. Cad. Saúde Pública, 31,1871-1880.
THE WHOQOL GROUP (1995). The World Health Organization quality of life assessment (WHOQOL): position paper from the World Health Organization. Social Sci Med, 41, 1403-1409.
Top, M. & Dikmetas, E. (2015). Quality of life and attitudes to ageing in Turkish older adults at old people’s homes. Health Expectation, 18, 288-300.
Vasconcelos, L. C. A, Prado Jr., R. R, Teles, J. B. M., & Mendes, R. F. (2012). Self-perceived oral health among elderly individuals in a medium-sized city in Northeast Brazil. Cad. Saúde Pública, 28, 1101-1110.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Michele Natara Portilio; Maitê Piazza Willig; Tiago Cadore da Motta; Maete Cavalheiro; Lilian Rigo
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.
