Etnodesenvolvimento e bem viver: concepções e implicações para políticas públicas
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i2.12860Palavras-chave:
Desenvolvimento alternativo; Alternativa ao desenvolvimento; Sumak Kawsay; Suma Qamaña; Análise de políticas públicas.Resumo
Questionamentos radicais sobre as ideias vinculadas à noção de desenvolvimento, tais como, crescimento, progresso, reforma de mercado, extrativismo, aumento desmedido de consumo material individual, etc., confluem para desenvolvimentos alternativos ou alternativas à própria ideia de desenvolvimento. Diante disso, esse artigo discutiu as diferenças entre as concepções de etnodesenvolvimento e bem viver indígena em sua interface com as políticas públicas por meio de uma revisão narrativa de literatura. Os resultados apontam que a ideia de desenvolvimento tem se transformado desde a modernização e crescimento econômico para perspectivas mais críticas ou negadoras do paradigma capitalista de desenvolvimento. O etnodesenvolvimento, embora centralize a questão étnica, histórica e cultural nos processos de desenvolvimento, ainda o faz com a finalidade de eficiência econômica. Já o bem viver busca a plenitude e o equilíbrio entre os povos, a natureza e a metafísica, o que o coloca como uma alternativa ao desenvolvimento, uma vez que não se ampara na lógica judaico-cristã, antropocêntrica e racional-científica. Conclui-se que o etnodesenvolvimento, pela perspectiva indígena, parece ser menos interessante como projeto de desenvolvimento e que o bem viver, embora tenha sido reconhecido constitucionalmente na Bolívia e no Equador, tem implantação sempre conflituosa devido à colonização capitalista nos modos de pensar o tempo, o espaço, a economia, as relações sociais, a natureza, a sociedade e, por isso, as políticas públicas.
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