Reações Adversas Imunomediadas em pacientes tratados com Inibidores de Checkpoints Imunológicos em um Hospital filantrópico de Salvador
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i2.12928Palavras-chave:
Câncer; Imunoterapia; Imunomoduladores; Reações adversas.Resumo
Introdução: Os Inibidores de Checkpoints Imunológicos (ICI) bloqueiam os efeitos inibitórios em receptores como o CTLA-4, PD-1 e PD-L1 e reestabelecem a imunidade antitumoral. Dessa maneira, estão associados a Reações adversas Imunomediadas (RAim) gastrintestinais, dermatológicas, hepáticas e endócrinas. Objetivo: Analisar o perfil das reações adversas imunomediadas em pacientes oncológicos tratados com ICI em um hospital de Salvador/Ba. Método: Trata-se de um estudo observacional, transversal, retrospectivo. Foram avaliadas todas as notificações de reações adversas associadas ao tratamento oncológico com os ICI, documentadas no período de janeiro de 2015 a maio de 2020. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa, conforme o nº do parecer 4.074.757/2020. Resultados: Durante o período do estudo, 27 pacientes fizeram uso de ICI. Quanto as RAim, 17 desenvolveram RAim. Das RAim mais frequentes, 62% envolveram o Nivolumabe e 21% o Pembrolizumabe. 26% das RAim foram reações gastrintestinais, seguido de 19% reações diversas (como sangramento vaginal e neuropatia); 53% das RAim foram classificadas como reações moderadas. Dentre as medidas terapêuticas adotadas para resolução das RAim, 73% dos ICI foram descontinuados e substituídos por outros quimioterápicos; 53% dos pacientes utilizaram terapias de suporte para manejo de sintomas provocados pelas Raim. Quanto ao desfecho clínico, 53% pacientes se recuperaram das RAim, 24% se recuperaram com sequela e 23% foram a óbito. Conclusão: A introdução de terapêutica dirigida, acompanhamento farmacoterapêutico adequado e o monitoramento pela farmacovigilância favorecerão a identificação de reações adversas imunomediadas, e o uso seguro dos ICI.
Referências
Abdel, R. O. (2019). Toxicity patterns associated with chemotherapy/immune checkpoint inhibitor combinations: a meta-analysis. Immunotherapy, 11(6), 543-554. doi: 10.2217/imt-2018-0186
Barclay, J., Creswell, J., & León, J. (2018). Cancer immunotherapy and the PD-1/PD-L1 checkpoint pathway. Archivos espanoles de urologia, 71(4), 393-399.
Brahmer, J. R., et al. (2018). Management of immune-related adverse events in patients treated with immune checkpoint inhibitor therapy: American Society of Clinical Oncology Clinical Practice Guideline. Journal of clinical oncology: official journal of the American Society of Clinical Oncology, 36(17), 1714. DOI: 10.1200/JCO.2017.77.6385.
Champiat, S. et al. (2016). Management of immune checkpoint blockade dysimmune toxicities: a collaborative position paper. Annals of Oncology, 27(4), 559-574. DOI: 10.1093/annonc/mdv623.
Dine, J., Gordon, R., Shames, Y., Kasler, M. K., & Barton-Burke, M. (2017). Immune checkpoint inhibitors: an innovation in immunotherapy for the treatment and management of patients with cancer. Asia-Pacific journal of oncology nursing, 4(2), 127. DOI: 10.4103/apjon.apjon_4_17.
Eigentler, T. K. et al. (2016). Diagnosis, monitoring and management of immune-related adverse drug reactions of anti-PD-1 antibody therapy. Cancer treatment reviews, 45, 7-18. DOI: 10.1016/j.ctrv.2016.02.003.
Ellithi, M. et al. (2020). Toxicities of Immune Checkpoint Inhibitors: Itis-Ending Adverse Reactions and More. Cureus, 12(2). DOI: 10.7759/cureus.6935.
Hargadon, K. M., Johnson, C. E., & Williams, C. J. (2018). Immune checkpoint blockade therapy for cancer: an overview of FDA-approved immune checkpoint inhibitors. International immunopharmacology, 62, 29-39. DOI: 10.1016/j.intimp.2018.06.001
Lleo, A., Rimassa, L., & Colombo, M. (2019). Hepatotoxicity of immune check point inhibitors: Approach and management. Digestive and Liver Disease, 51(8), 1074-1078. DOI: https://doi.org/10.1016/j.dld.2019.06.017
Pereira A. S.,Shitsuka, D. M., Parreira, F. J., & Shitsuka, R. (2018). Metodologia da pesquisa científica. Santa Maria, RS: UFSM, NTE.
Regalla, D. K. R., Williams, G. R., & kumar P. R. (2018). Immune checkpoint inhibitors in the management of malignancies in transplant recipients. Postgraduate Medical Journal, 94(1118), 704-708. DOI: 10.1136/postgradmedj-2018-136081
Shoushtari, A. N. et al. (2018). Measuring toxic effects and time to treatment failure for nivolumab plus ipilimumab in melanoma. JAMA oncology, 4(1), 98-101. DOI: 10.1001/jamaoncol.2017.2391
Teixeira, H. C., Silva D. L., Menão, T. L., & Oliveira, E. E. (2019). Proteínas de checkpoint imunológico como novo alvo da imunoterapia contra o câncer: revisão da literatura. HU Revista, 45(3), 325-333. DOI: https://doi.org/10.34019/1982-8047.2019.v45.28820.
Wang, D. Y. et al. (2018). Fatal toxic effects associated with immune checkpoint inhibitors: a systematic review and meta-analysis. JAMA oncology, 4(12), 1721-1728. DOI: 10.1001/jamaoncol.2018.3923.
Wang, G. et al. (2020). The expression and immunoregulation of immune checkpoint molecule VISTA in autoimmune diseases and cancers. Cytokine & growth factor reviews, 52, 1-14. DOI: 10.1016/j.cytogfr.2020.02.002.
Wainstein, A. J. et al. (2017). Brazilian guidelines for the management of immune-related adverse events associated with checkpoint inhibitors. Brazilian Journal of Oncology, 13(43), 1-15.
Xu, C. et al. (2018). Comparative safety of immune checkpoint inhibitors in cancer: systematic review and network meta-analysis. Bmj, 363. DOI: https://doi.org/10.1136/bmj.k4226.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Juliana Pereira dos Santos; Martamaria de Souza Ferraz Ribeiro; Maria Teresita Bendicho ; Geraldo Bezerra da Silva Júnior ; Rosa Malena Fagundes Xavier
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.
