Novos horizontes que ressignificam a doença renal crônica por meio da arteterapia e do recurso autobiográfico
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i3.12968Palavras-chave:
Insuficiencia renal cronica; Sistemas de apoio psicologico; Terapia pela arte; Habilidades para a vida; Promoção de saúde.Resumo
O objetivo desse trabalho foi promover simultaneamente as habilidades de vida e qualidade de vida para pacientes em hemodiálise, oferecendo-lhes um espaço de escuta e bem-estar social, frente à condição de Insuficiência Renal Crônica (IRC) através de intervenções psicológicas e da arteterapia que funcionaram como ferramentas para (re)pensar os cuidados relacionados à saúde mental. O presente estudo de natureza qualitativa, foi realizado de março à junho de 2019, e buscou os nexos de sentido atribuídos nos relatos durante a confecção dos livros autobiográficos. Tratou-se de uma pesquisa de campo aprovada pelo CEP, conforme consta no CAEE: 12389219.5.0000.5495, em que cerca de noventa pacientes em hemodiálise, de uma clínica nefrológica foram convidados a participar da pesquisa. O projeto denominado “Biografia”, viabilizou compilar fragmentos das histórias de vida dos participantes, e assim, oferecer subsídios para (re)significar, os conceitos de saúde e doença, a luz da teoria das Habilidades de Vida e da Psicologia da Saúde. Os materiais e técnicas utilizadas foram: intervenções psicológicas (escuta ativa, acolhimento e reflexões) entrevistas semidirigidas abertas em profundidade, roteiro semiestruturado, observação, transcrições, diários de campo, e o uso de materiais gráficos para arteterapia manuseados pelos participantes para confecção das capas dos livros. Os resultados evidenciaram a eficácia das intervenções psicológicas privilegiando as habilidades de vida e o uso da arteterapia que dão destaque as habilidades que pessoas com insuficiência renal possuem. A produção coletiva do material autobiográfico pôde além de promover saúde mental, favorecer a melhora na qualidade de vida através do resgate da identidade dos participantes.
Referências
Ammirati, A. L. (2020). Chronic Kidney Disease. Revista da Associação Médica Brasileira, 66 (1), 03-09. doi:10.1590/1806-9282.66.s1.3.
Angerami, V. A. (org). (2002). Psicologia da Saúde: Um novo significado para a prática clínica. São Paulo: Pioneira.
Angerami, V. A. et al., (2012). Psicossomática e suas Interfaces: O Processo Silencioso do Adoecimento. São Paulo: Cengage Learning.
Botega, N. J. (2017). Prática Psiquiátrica no Hospital Geral. 4. ed. Porto Alegre: Artmed.
Cintra, M. S. & Bernardo, M. H. (2017). Atuação do Psicólogo na Atenção Básica do SUS e a Psicologia Social. Psicol. cienc. prof., 37 (4), 883-896. doi: 10.1590/1982-3703000832017.
Castellanos, M. & Pizón, I. (2017). Habilidades para la vida. Espanã. Edex.
Ferrans, C. E., Zerwic, J. J.; Wilbur, J. E., & Larson, J. L. (2005). Conceptual Model of Health-Related Quality of Life. Journal of Nursing Scholarship,37(4), 336-342. doi:10.1111/j.1547-5069.2005.00058.x
garc, P. P. W. & Cosmos, M. (2010). Atuação do Psicólogo em Hemodiálise. Rev. SBPH, Rio de Janeiro, (13) 1, 19-32.
Garcia. T. P. (2004). A contribuição da utilização dos recursos artísticos e lúdicos pelo psicólogo hospitalar no tratamento de pacientes renais no hospital do rim e hipertensão (Trabalho de conclusão de curso (TCC)). Faculdade de Psicologia - Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.
Holanda, T. C. M. (2007). Um modelo de intervenção em Psicologia Hospitalar: a psicoterapia breve de apoio. In: Lage, AMV; Monteiro, CKC. (Orgs.). Psicologia Hospitalar: teoria e prática em hospital universitário. 1 ed. Fortaleza: Edições UFC 1, 131-151.
Ju, A.; et al. (2018). Medidas de resultados relatados pelo paciente para fadiga em pacientes em hemodiálise: uma revisão sistemática . American Journal of Kidney Diseases, 71 (3), 327-343. doi: 10.1053/j.ajkd.2017.08.019.
Karimi M. & Brazier, J. (2016). Saúde, qualidade de vida relacionada à saúde e qualidade de vida: qual é a diferença. PharmacoEconomics, 34 (7), 645-649. doi: 10.1007/s40273-016-0389-9.
Loiola, R. S. & Andriola, C. J. S. A arteterapia como instrumento do psicólogo na clínica. (2017). Id on Line Rev. Psic. (11) 35 doi: 10.14295/idonline.v11i35.708.
Martínez, V. (2014). Habilidades para la vida. Una propuesta de formacion humana. Colombia: Alternario Educativo.
Marques, E. L. L. & Delfino, T. E. (2016). Contribuições das técnicas de respiração, relaxamento e mindfulness no manejo do estresse ocupacional. Psicologia.pt, 1-13.
Minayo, M. C. S. (2007). O desafio do conhecimento. Pesquisa qualitativa em saúde. São Paulo: HUCITEC.
Nepomuceno, F. C. L.; Melo Júnior, I. M.; Silva, E. A.; & Lucena, K. D. T. (2014). Religiosidade e Qualidade de Vida de Pacientes com Insuficiência Renal Crônica em Hemodiálise. Revista Saúde em Debate, (38), 119-128. doi.org/10.5935/0103-104.20140006.
Paula, T. B. et al. (2017). Potencialidade do Lúdico como Promoção de Bem-Estar Psicológico de Pacientes em Hemodiálise. Psicol. cienc. prof., Brasília, (37) 1, 146-158. doi.org/10.1590/1982-3703000682014.
Paiva, F. S & Rodrigues, M. C. (2008) Habilidades de vida: uma estratégia preventiva ao consumo de substancias psicoativas no contexto educativo. Estudos e pesquisas em Psicologia, (8) 3, 672-684. http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1808-42812008000300009&lng=pt&nrm=iso.
Pereira A. S. et al. (2018). Metodologia da pesquisa científica. [e-book]. Santa Maria. Ed. UAB/NTE/UFSM. https://repositorio.ufsm.br/bitstream/handle/1/15824/Lic_Computacao_Metodologia-Pesquisa-Cientifica.pdf?sequence=1.
Picariello, F.; Moss-Morris, R.; Macdougall, I. C.; Chilcot, J. (2016). Medindo a fadiga em pacientes em hemodiálise: a estrutura fatorial do Chalder Fatigue Questionnaire (CFQ). Journal of Psychosomatic Research, (84), 81-83. doi: 10.1016/j.jpsychores.2016.03.12
Reis, A. C. (2014). Arteterapia: a arte como instrumento no trabalho do Psicólogo. Psicologia: Ciência e Profissão, 34 (1), 142-157. doi: 10.1590/S1414-98932014000100011.
Rodrigues, K. A., Silva, E. M. da, & Barbosa, L. D. da C. e S. (2020). Biopsychosocial repercussions in patients submitted to hemodialytic treatment. Research, Society and Development, 9(7), e814974931. https://doi.org/10.33448/rsd-v9i7.4931
Santos, L. F. et al. (2018). Qualidade de Vida em Transplantados Renais. Psico-USF, (23) 1, 163-172. doi: 10.1590/1413-82712018230114.
Santana, S. S.; Fontenelle, T.; Magalhães, L. M. (2013). Assistência de Enfermagem Prestada aos Pacientes em Tratamento Hemodialítico nas Unidades de Nefrologia. Revista Científica do ITPAC, (6) 3, 1-11. https://assets.unitpac.com.br/arquivos/Revista/63/5.pdf.
Straub, R. O. (2014). Psicologia da Saúde: Uma Abordagem Biopsicossocial. Artmed Editora, 2014.
Silva, A. S.; Silveira, R. S.; Fernandes, G. F. M.; Lunardi, V. L.; Backes, V. M. S. (2011). Percepções e mudanças na qualidade de vida de pacientes submetidos à hemodiálise. Revista Brasileira de Enfermagem, 64 (5), 839-844. doi: 10.1590/S0034-71672011000500006.
Silva, F. S., Caetano, L. A. O., Silveira, C. A. B, & Junqueira, C. R. A. (2019). A intervenção grupal e o uso da arte como ferramentas produtivas para pessoas com Alzheimer. Vínculo, 16(2), 88-109. https://dx.doi.org/10.32467/issn.19982-1492v16n2p88-109.
Yokota, M. (2004). A experiência de melhora dos sintomas através de arte-terapia em adolescentes com depressão refratária. Tese de Doutorado, Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo, São Paulo. doi:10.11606/T.5.2004.tde-01102014-120213. www.teses.usp.br.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Felipe Santos da Silva; Liandra Aparecida Orlando Caetano; Joice Nayara dos Santos; Carina Faleiros Ribeiro Lopes; Fabiana Spirlandeli Domenice; Ligia Peres Tozati
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.