Educação Superior Indígena na perspectiva da Interculturalidade

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v10i2.12979

Palavras-chave:

Ensino; Educação superior; Educação indígena; Interculturalidade.

Resumo

Este artigo objetiva contribuir para o debate acerca da Educação Superior na formação de professores indígena na perspectiva da interculturalidade no Brasil, como projeto de resistência ao modelo colonialista eurocêntrico, visando a construção de uma epistemologia que dialogue com os povos indígenas na sua diversidade no contexto Latino Americano, Pan-Amazonico e brasileiro. Trata-se de um estudo de cunho bibliográfico e documental tendo como base metodológica a abordagem quanti-qualitativa. Os resultados indicam que a Educação Superior indígena na territorialidade brasileira é fruto de lutas históricas no campo das políticas públicas por reconhecimento e direitos, tem contribuído na reafirmação de identidades étnicas e no diálogo contínuo entre saberes locais e universais na formação de professores. Entretanto, ainda há muitos obstáculos para a efetivação de uma formação docente indígena intercultural, haja vista que nem sempre a interculturalidade tem conseguido dar conta da complexidade de pensar a formação de professores marcada fortemente pelo modelo colonialista e pelas ideologias hegemônicas neoliberais. Contudo, a partir dessas reflexões tecidas, ressalta-se que o momento sócio-histórico necessita do fortalecimento da luta dos povos indígenas na construção de uma educação superior diferenciada, intercultural e bilíngue diante dos retrocessos impostos pela atual política governamental.

Biografia do Autor

Cassandra Augusta Rodrigues Nascimento, Universidade Federal do Amazonas

Mestradanda do Programa de Pós-Graduando em Educação (PPGE/UFAM)

Érica de Souza e Souza, Universidade Federal do Amazonas

Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE/UFAM)

Laura Belem Pereira, Universidade Federal do Amazonas

Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE/UFAM)

Hellen Cristina Picanço Simas, Universidade Federal do Amazonas

Doutorado em Lingüística pela Universidade Federal da Paraíba (2013).Professora da Universidade Federal do Amazonas.

Referências

Águila, M. S. (2008). Nuestras Universidades y la Educación Intercultural: Memorias del Primer Encuentro Interuniversitario de Educación Intercultural. Santiago: Universidad de Chile, Facultad de Ciencias Sociales, Departamento de Educación.

Baniwa, G. (2019). Educação escolar indígena no século XXI: encantos e desencantos. Mórula, Laced.

Bergamaschi, M. A, Doebber, M. B, & Brito, P. O. (2018). Estudantes indígenas em universidades brasileiras: um estudo das políticas de acesso e permanência. Rev. bras. Estud. Pedagog, Brasília, 99(251), 37-53.

Brasil. (1988). Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. https://bit.ly/3jJ3CEU.

Brasil. (2012). Lei nº 12.711, de 29 de agosto de 2012. Dispõe sobre o ingresso nas universidades federais e nas instituições federais de ensino técnico de nível médio. https://bit.ly/3db5LIB.

Brasil. Ministério da Educação. (1999a). Parecer CNE nº 14, 14 de setembro de 1999a. https://bit.ly/3rM2QKo.

Brasil. Ministério da Educação. (1998). Referencial Curricular Nacional para as Escolas Indígenas. Brasília: MEC/SEF.

Brasil. Ministério da Educação. (1999b). Resolução CEB nº 3, de 10 de novembro de 1999b. Diário Oficial da União, Brasília, 17 de novembro de 1999. Seção 1, p. 19.

Brasil. Ministério da Educação. (2012). Resolução CNE/CEB 5, de 22 de junho de 2012. Define Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Escolar Indígena na Educação Básica. Diário Oficial da União, Brasília, 25 de junho de 20127.

Canclini, N.G. (2013). Culturas Híbridas: estratégias para entrar e sair da modernidade. (4a ed.), Editora da Universidade de São Paulo.

D'Angelis, W da R. (2012). Aprisionando sonhos: a educação escolar indígena no Brasil. Curt Nimuendajú.

Fleuri, R. M. (2003). Intercultura e educação. Rev. Bras. Educ., (23), 16-35. https://doi.org/10.1590/S1413-24782003000200003.

Grupioni, L. D. B. (2006). Contextualizando o campo da formação de professores indígenas no brasil. In: Grupioni, Luís Donisete Benzi (org.). Formação de professores indígenas: repensando trajetórias / Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade.

Guimarães, F. F., & Finardi, K. R. (2018). Interculturalidade, internacionalização e intercompreensão: qual a relação? Ilha do Desterro, 71(3), 015-037, Florianópolis, set/dez. http://dx.doi.org/10.5007/2175-8026.2018v71n3p15

INEP. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. Sinopse Estatística da Educação Superior 2019. <http://portal.inep.gov.br/basica-censo-escolar-sinopse-.

Lima, A. C. S. (2016). A educação superior de indígena no Brasil: balanços e perspectivas. E-PAPERS.

López-Hurtado, L. E. (2007). Trece claves para entender la interculturalidad en la educación latinoamericana. In: Gil, E. P. (Coord.). Multiculturalismo y educación para la equidad. Barcelona: Octaedro-OEI, 13-44.

Maher, T. M. (2006). Formação de Professores Indígenas: uma discussão introdutória. In: Grupioni, Luís Donisete Benzi (org.). Formação de professores indígenas: repensando trajetórias / Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade.

Mendonça, D. G., & Oliveira, R. M. S. R. Educação indígena no Brasil: Entre legislações, formação docente e tecnologias. Research, Society and Development, 9(8), e515985564.

Paladino, M. (2013). Um mapeamento das ações afirmativas voltadas aos povos indígenas no ensino superior. In: Bergamaschi, M. A., Nabarro, E, Benites, A. (Orgs.). Estudantes indígenas no ensino superior: uma abordagem a partir da experiência na UFRGS. Porto Alegre: Ed. da UFRGS.

Paladino, M., & Almeida, N. P. (2012). Entre a diversidade e a desigualdade: uma análise das políticas públicas para educação escolar indígena no Brasil dos governos Lula. Rio de janeiro: LACED/Museu Nacional/UFRJ.

Paulino, M. (2008). Povos indígenas e ações afirmativas: o caso do Paraná. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.

Peixoto, K. P. F. (2017). Racismo Contra Indígenas: reconhecer é combater. Anthropológicas. Ano 21, 28(2): 27-56.

Pereira, A. S [et al.] (2018). Metodologia da pesquisa científica. UFSM.

Pereira, C. L. Política Pública de inclusão das Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação no ensino e aprendizagem na Educação Escolar Indígena brasileira nos tempos atuais. Research, Society and Development, 9(12), e 8591210393. https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/10393/9689

Pontes, J. K. P, & Noronha, N. de M. (2017). Formação do professor através da licenciatura em pedagogia em Manaus. RELEM-Revista Eletrônica Mutações, https://bit.ly/3d93Tjh.

Russo, K., & Barros, C. (2016). Tecnologias digitais na educação escolar indígena: o que as pesquisas apontam? In: Amaro, Ivan, Soares, Maria da Conceição Silva, (orgs.). Tecnologias digitais nas escolas: outras possibilidades para o conhecimento. DP et Ali, 1, 135-156.

Vieira, R. S (2003). Educação intercultural: uma proposta de ação no mundo multicultural. In: Fleuri, R. M. (org.). Intercultura: estudos emergentes. (3a ed.), Ed. Unijuí.

Downloads

Publicado

28/02/2021

Como Citar

NASCIMENTO, C. A. R. .; SOUZA, Érica de S. e; PEREIRA, L. B.; SIMAS, H. C. P. Educação Superior Indígena na perspectiva da Interculturalidade. Research, Society and Development, [S. l.], v. 10, n. 2, p. e59110212979, 2021. DOI: 10.33448/rsd-v10i2.12979. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/12979. Acesso em: 22 nov. 2024.

Edição

Seção

Ciências Educacionais