Manejo clínico e sistêmico de miíase em paciente com doença de Alzheimer avançada
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i3.13145Palavras-chave:
Doença de Alzheimer; Saúde bucal; Miíase.Resumo
O manejo de pacientes com condições neurodegenerativas como a doença de Alzheimer apresenta-se um desafio na promoção de saúde bucal, o que está atrelado principalmente as limitações motoras e cognitivas que tais indivíduos possuem, tornando-os susceptíveis ao desenvolvimento de uma série de doenças bucais, como a miíase oral. A presença de larvas na cavidade oral em pacientes com doença de Alzheimer parece estar relacionada a condição de higiene bucal deficiente, aos longos períodos que o paciente permanece imóvel e com a boca entreaberta, facilitando a deposição dos ovos. Diante disso, este trabalho teve o objetivo de relatar uma experiência clínica de paciente com doença de Alzheimer em estágio avançado e com manifestação de miíase oral em assoalho bucal, fundo de vestíbulo e gengiva inserida. O paciente de 81 anos encontrava-se debilitado, acamado, sem condições de realizar suas atividades sozinho, foi levado ao pronto atendimento por sua cuidadora, que relatou ter notado presença de larvas em cavidade bucal. O paciente foi internado e imediatamente instituiu-se administração de Ivermectina, ceftriaxona e clindamicina. No segundo dia de internação, apresentou uma piora sistêmica devido broncoaspiração, necessitando de remoção imediata das larvas sob anestesia local. Somente após significativa melhora da condição geral, realizou-se cirurgia minuciosa para debridamento das áreas lesionadas e de remanescentes de larvas. Após alta hospitalar com acompanhamento de 2 meses, o paciente não apresentou nenhuma intercorrência relacionada a sua saúde bucal, demonstrando que o acompanhamento periódico a pacientes debilitados é uma ferramenta importante para prevenção de manifestações oportunistas como a miíase oral.
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