Verificação da estrutura fatorial, invariância e diferenças da escala de autoeficácia parental em pais separados
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i4.13649Palavras-chave:
Autoeficácia Parental; Pais e mães separados; Escala de autoeficácia parental.Resumo
O impacto socioemocional na separação de um casal também é vivido por seus filhos, os quais, muitos deles desenvolvem uma grande dependência por causa da separação. Na pesquisa para com esse público, faltam instrumentos de medidas psicométricas para avaliação de construtos de pais separados em relação a seus filhos, para que profissionais da área possam utilizar. Neste artigo, pretende-se verificar a qualidade da estrutura fatorial, invariância e diferenças em pais separados do construto da autoeficácia parental. A amostra foi de 200 sujeitos, sendo 107 mães e 93 pais, com idades de 21 a 40 anos; todos estavam divorciados e/ou separados e tinham filhos com idades entre 0 e 3 anos. Todos residentes no Estado da Bahia. Os participantes responderam a questões da escala de autoeficácia parental. Realizou-se estatísticas descritivas e inferenciais e análise confirmatória. Observou-se que tanto na análise discriminativa, quanto de representatividade de conteúdo, todos os itens foram significativos, confirmando a relação conteúdo-domínio teórico da escala. Na análise fatorial confirmatória, os indicadores psicométricos estiveram no parâmetro estatístico que indica a qualidade da estrutura fatorial da escala e os seus índices de fidedignidade revelaram a consistência da organização fatorial, com sete fatores, interrelacionados. A dimensão Ensino e Responsividade Empática tiveram maiores escores. Os resultados revelaram que a Mãe apresentou escores mais altos comparados ao Pai. De forma geral, destaca-se que a escala de autoeficácia é consistente numa amostra de pais separados. Conclui-se que a escala de autoeficácia parental pode ser administrada em pais e mães separados na pretensão de uma orientação com uma melhor organização emocional para com os seus filhos.
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