A influência da modernidade no comportamento alimentar: Uma revisão

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v10i5.14242

Palavras-chave:

Comportamento Alimentar; Dieta; Cultura.

Resumo

O objetivo deste estudo foi verificar as modificações do comportamento alimentar influenciadas pela vida moderna. Trata-se de uma revisão integrativa da literatura realizada nas bases de dados Publisher Medline (PubMed), Science Direct e Web of Science com descritores pré-selecionados. Os resultados apontaram que a alimentação, comensalidade e cultura alimentar sofrem interferência diante da vida moderna e da globalização. Observou-se mudanças drásticas nos hábitos e práticas alimentares, que podem contribuir para a redução da qualidade da alimentação, diminuição da socialização e compartilhamento de refeições entre familiares, difusão e fragmentação de culturas alimentares. O ato de comer com prazer pode ser comprometido, pela pressa da rotina diária, distância de casa, ausência de interação social ou por falta de opções de alimentos no mercado com os quais os indivíduos se identifiquem próprios da sua cultura. Ademais, existe uma inclinação à supervalorização da cultura alimentar de origem e a tentativa de sua reprodução, principalmente quando se convive com culturas diferentes, dentro das quais a culinária pode ser um agente de exclusão social, sendo o resgate da cultura de origem uma maneira de se reafirmar como indivíduo. Nesse contexto, as perspectivas são preocupantes, pois se espera uma diminuição ainda maior na interação social durante as refeições.

Biografia do Autor

Martha Teresa Siqueira Marques Melo, Universidade Federal do Piauí

Nutricionista. Especialista em Administração Hospitalar. Mestre em Ciências e Saúde. Doutora em Alimentos e Nutrição. Professora do Departamento de Nutrição da Universidade Federal do Piauí, Brasil.

Ana Cláudia Carvalho Moura, Universidade Federal do Piauí

Nutricionista do Restaurante Universitário da Universidade Federal do Piauí. Licenciada em Ciências Biológicas. Especialista em Nutrição Clínica. Mestre em Alimentos e Nutrição. 

Gleyson Moura dos Santos, Universidade Federal do Piauí

Nutricionista; Mestre em Ciências e Saúde (PPGCS/UFPI); Pós-Graduado em Fitoterapia Aplicada à Nutrição (UCAM).

Bianca Lourrany dos Santos Silva, Universidade Federal do Piauí

Acadêmica de Nutrição da Universidade Federal do Piauí.

Beatriz Bianca Miranda Silva, Universidade Federal do Piauí

Acadêmica de Nutrição da Universidade Federal do Piauí.

Ivone Freires de Oliveira Costa Nunes, Universidade Federal do Piauí

Nutricionista. Mestre e Doutora em Alimentos e Nutrição. Professora do Departamento de Nutrição da Universidade Federal do Piauí, Brasil.

Ana Raquel Soares Oliveira, Universidade Federal do Piauí

Nutricionista. Mestre e Doutora em Alimentos e Nutrição.

Luana Mota Martins, Centro Universitário Maurício de Nassau

Nutricionista. Pós-graduação em Nutrição nos Ciclos de Vida. Mestre em Alimentos e Nutrição. Doutora em Biotecnologia em Saúde. Professora da Faculdade Uninassau.

Suely Carvalho Santiago Barreto, Universidade Federal do Piauí

Graduação em Odontologia. Aperfeiçoamento em Endodontia. Nutricionista. Pós-graduação em Saúde Pública. Mestre em Tecnologia de Alimentos. Doutora em Nutrição Humana. Professora do Departamento de Nutrição da Universidade Federal do Piauí, Brasil.

Lila Cristina Xavier Luz, Universidade Federal do Piauí

Graduação em Serviço Social. Pós-graduação em Administração de Recursos Humanos. Mestre e Doutora em Serviço Social. Professora do Departamento de Serviço Social da Universidade Federal do Piauí, Brasil.

Paulo Víctor de Lima Sousa, Centro Universitário Maurício de Nassau

Nutricionista. Pós-graduado em Fitoterapia Aplicada à Nutrição. Mestre e Doutorando em Alimentos e Nutrição. Professor da Faculdade Uninassau Teresina.

Cecilia Maria Resende Gonçalves de Carvalho, Universidade Federal do Piauí

Graduação em Direito. Nutricionista. Pós-graduação em Gerontologia Social. Mestre em Ciência Tecnologia de Alimentos. Doutora em Alimentos e Nutrição. Professora Titular do Departamento de Nutrição da Universidade Federal do Piauí, Brasil.

Referências

Alvarenga, M. S., Figueiredo, M., Timerman, F. & Antonaccio, C. M. A. (2019). Nutrição comportamental. São Paulo: Manole.

Andrade, G. C., Gombi-Vaca, M. F., Louzada, M. L. C., Azeredo, C. M. & Levy, R. B. (2020). The consumption of ultra-processed foods according to eating out occasions. Public Health Nutrition, 23(6), 1041–1048.

Azevedo, A. (2017). Alimentação, sociedade e cultura: temas contemporâneos. Sociologias, 9(44), 276-307.

Bailey, A. (2017). The migrant suitcase: Food, belonging and commensality among Indian migrants in The Netherlands. Appetite, 1(110), 51-60.

Bezerra, I. N., Moreira, T. M. V., Cavalcante, J. B., Souza, A. M. & Sichieri, R. (2017). Consumo de alimentos fora do lar no Brasil segundo locais de aquisição. Revista de Saúde Pública, 51, 1-8.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. (2014). Guia alimentar para a população brasileira. 2. ed., 1. reimpr., Brasília: Ministério da Saúde.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. (2008), Guia alimentar para a população brasileira: promovendo a alimentação saudável. 1 ed., Brasília: Ministério da Saúde, 2008.

Busato, M. A., Pedrolo, C., Gallina, L. S. & Rosa, L. (2015). Ambiente e alimentação saudável: percepções e práticas de estudantes universitários. Semina: Ciências Biológicas e da Saúde, 36(2), 75-84.

Cardoso, S., Santo O., Nunes, C. & Loureiro, C. (20015). Escolhas e hábitos alimentares em adolescentes: associação com padrões alimentares do agregado familiar. Revista Portuguesa de Saúde Pública, 33(2), 128-136.

Carneiro, H. (2017). Comida e sociedade: uma história da alimentação. Elsevier Brasil.

Carvalho, L. G. A., Bastos, S. R. & Gimenes-Minasse, M. H.S. G. (2017). Comensalidade na Família Nuclear Paulistana: 1950 a 2000. Rosa dos Ventos-Turismo e Hospitalidade, 9(1),18-31.

Cho, W., Takeda, W., Oh, Y., Aiba, N. & Lee, Y. (2015). Perceptions and practices of commensality and solo-eating among Korean and Japonese university students: A cross-cultural analysis. Nutrition Research and Practice, 9(5), 523-9.

Giacoman, C. (2016). The dimensions and role of commensality: A theoretical model drawn from the signicance of communal eating among adults in Santiago, Chile. Appetite, 1(107),460-470.

Guillemi, I., Marrel, A., Arnould, B., Capuron, L., Dupuy, A., Ginon, E., Layé, S., Lecerf, J. M., Prost, M. Rogeaux, M., Urdapilleta, I. & Allaert, F. A. (2016). How French subjects describe well-being from food and eating habits? Development, item reduction and scoring definition of the Well-Being related to Food Questionnaire (Well-BFQ©). Appetite, 96, 333-346.

Guine, R. P. F., Bartkiene, E., Szucs, V., Tarcea, M., Ljubicic, M., Cernelic-Bizjak, M., Isoldi, K., El-Kenawy, A., Ferreira, V., Straumite, E., Korzeniowska, M., Vittadini, E., Leal, M., Frez-Munoz, L., Papageorgiou, M., Djekic, I., Ferreira, M., Correia, P., Cardoso, A. P. & Duarte, J. (2020). Study about Food Choice Determinants According to Six Types of Conditioning Motivations in a Sample of 11,960 Participants. Foods, 9(7), 888-906.

Holm, L., Lauridsen, D., Lund, T. B., Gronow, J., Niva, M. & Mäkelä, J. (2016). Changes in the social context and conduct of eating in four Nordic countries between 1997 and 2012. Appetite, 1(103), 358-368.

Hooper, C. M., Ivory, V. C. & Fougere, G. (2015). “Dinner's ready!” A qualitative exploration of the food domain across the lifecourse. Appetite, 92,133-142.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. (2020), Pesquisa de orçamentos familiares 2017-2018: avaliação nutricional da disponibilidade domiciliar de alimentos no Brasil. Rio de Janeiro (RJ): IBGE.

Lima, R. S., Ferreira Neto, J. A. & Farias, R. C. P. (2015). Alimentação, comida e cultura: o exercício da comensalidade. Demetra: Alimentação, Nutrição & Saúde, 10(3), 507-522.

Luizetto, E. M., Tureck, C., Locatelly, G., Correa, V.G. & Koehnlein, E.A. (2015). Alimentos Funcionais em Alimentação Coletiva: refeições acerca da promoção da saúde fora do domicílio. Nutrire, 40(2), 188-199.

Maluf, R. S., Menezes, F & Valente, F. L. (1996). Contribuição ao tema da segurança alimentar no Brasil. Cadernos de Debate, 4(1), 66-88.

Pineyrua, D. G. F. (2006). Regionalizmo alimentar: identificação de grupos de consumidores que valorizam o prazer e as tradições alimentares. Dissertação (Mestrado em Agronegócios) – Universidade Federal de Goiás, Goiânia.

Popkin, B. M. (2006). Global nutrition dynamics: the world is shifting rapidly toward a diet linked with noncommunicable diseases. American Journal of Clinical Nutrition, 84(1), 289-298.

Proença, Rossana Pacheco da Costa. (2010). Alimentação e globalização: algumas reflexões. Ciência e Cultura, 62(4), 43-47.

Proença, R. P. C. (2010). Alimentação e globalização: algumas reflexões. Ciência e Cultura, 62(4), 43-47.

Roche, A., Goto, K., Zhao, Y. & Wolff, C. (2015). Bonding and Bridging Social and Cultural Capitals: Perceived Factors Associated with Family Eating Practices Among Hmong, Latino, and White Mothers and Fathers. Journal of Nutrition Education and Behavior, 47(6), 540-547.

Santos, P. H. R. & Sousa, P. H. M. (2021). Food memories of the residents of the Municipality of Beberibe - Ceará: a report on the food cultural manifest. Research, Society and Development, 9(8), e748986527.

Sato, P. M., Lourenço, B. H., Trude, A. C. B., Unsain, R. F., Pereira, P.R., Martins, P.A. & Scagliusi, F. B. (2016). Family meals and eating practices among mothers in Santos, Brazil: a population-based study. Appetite,1(103),38-44.

Scagliusi, F. B., Pereira, P. R., Unsain, R. F. & Sato P. (2016). Eating at the table, on the couch and in bed: An exploration of different locus of commensality in the discourses of Brazilian working mothers. Appetite, 1(103),80-86.

Utter, J., Larson, N., Berge, J. M., Eisenberg, M. E., Fulkerson, J. A. & Neumark-Sztainer, D. (2018). Family meals among parents: Associations with nutritional, social and emotional wellbeing. Preventive Medicine, 113,7-12.

World Health Organization. (2004). Global strategy on diet, physical activity and health.

World Health Organization. (2018). Obesity and overweight.

Zaneti, T. B. (2016). A cozinha gaúcha: um resgate dos sabores e saberes da gastronomia do Rio Grande do Sul. Ágora, 18(1), 28-42.

Downloads

Publicado

09/05/2021

Como Citar

MELO, M. T. S. M. .; MOURA, A. C. C. .; SANTOS, G. M. dos; SILVA, B. L. dos S. .; SILVA, B. B. M. .; NUNES, I. F. de O. C. .; OLIVEIRA, A. R. S. .; MARTINS, L. M. .; BARRETO, S. C. S. .; LUZ, L. C. X. .; SOUSA, P. V. de L. .; CARVALHO, C. M. R. G. de . A influência da modernidade no comportamento alimentar: Uma revisão. Research, Society and Development, [S. l.], v. 10, n. 5, p. e26710514242, 2021. DOI: 10.33448/rsd-v10i5.14242. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/14242. Acesso em: 23 nov. 2024.

Edição

Seção

Ciências da Saúde