Caracterização físico-química, toxicológica e nutricional das folhas da Moringa oleifera Lam secas e in natura
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v8i11.1450Palavras-chave:
Moringa oleifera; Nutrientes; Toxicidade.Resumo
O presente estudo teve como objetivo elaborar extratos, seco e in natura, provenientes das folhas da M. oleífera, bem como realizar as caracterizações físico-químicas e toxicológicas. Inicialmente, os extratos foram confeccionados a partir das técnicas de secagem e homogeneização das folhas da M. oleifera, estando estas nos estados seco ou in natura. Logo em seguida, as amostras foram caracterizadas quanto aos seguintes parâmetros: teor de água (Umidade), atividade de água, cinzas, lipídios, teor de sólidos solúveis totais, acidez titulável total, pH, e vitamina C. Foi realizado o teste de toxicologia por Artemia salina Leach, que têm como objetivo avaliar os efeitos tóxicos em sistemas biológicos e prever a possibilidade da toxicidade de substâncias frente a outros sistemas. Os resultados das análises físico-químicos encontrados para as folhas in natura e seca da M. oleifera foram, respectivamente: Teor de água (Umidade) de 73,38 e 5,49 g/100 g, AW foi de 0,89 e 0,43 g/100g, cinzas de 2,53 e 8,14 g/100 g, lipídios de 1,27% e 6,87%, o SST foi de 3,03 e 4,9º Brix, ATT de 0,55 e 1,95 g/100 g, pH de 5,7 e 5,68 e vitamina C de 1036,323 e 365,26mg/100 g. Para a toxicidade frente Artemia sp. observou uma DL50 de 12,734 mg/kg para as folhas da M. oleifera in natura e 5,925 mg/kg para as folhas secas, onde ambas são consideradas atóxicas. Diante disto, conclui-se que as folhas in natura e secas da M. oleifera são uma alternativa interessante, viável e de baixo custo para a alimentação e suplementação humana, podendo ser aplicada em diversos seguimentos, visto que apresentaram parâmetros físico-químicos e toxicológicos bastante satisfatórios, atendendo aos valores determinados pelas legislações vigentes, bem como, resultados semelhantes a diversos estudos na área.
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