A prática leitora no grupo Escolar Barão de Mipibu na década de 1940
DOI:
https://doi.org/10.17648/rsd-v6i1.146Palavras-chave:
Leitura. Livro Grupo Escolar Barão de Mipibu. Década de 1940.Resumo
A escola tem-se constituído importante no desenvolvimento de leitores, pois é tida como uma instituição privilegiada de valorização, formação e consolidação da leitura. A primeira metade do século XX no Brasil foi marcada pela disseminação de escolas primárias através dos grupos escolares, instituições que se apresentaram como vias de alfabetização das crianças brasileiras, ou seja, de inserção no mundo das letras, da leitura. Contudo, percebemos que ainda são escassos os trabalhos que contemplam as pesquisas sobre a prática leitora nas referidas instituições no contexto da História da Leitura. Dessa forma, o presente artigo pretende abordar a temática da leitura, tomando como base o estudo da prática leitora no Grupo Escolar Barão de Mipibu durante a década de 1940, período em que se observou um maior desenvolvimento na produção literária, inclusive de livros didáticos, tendo em vista o crescimento expressivo de editoras no Brasil, o que contrastou, porém, com um elevado índice de analfabetismo no país. O objetivo principal deste trabalho é, portanto, analisar os tipos de leituras ofertadas aos alunos pela referida instituição de ensino e os livros que mais apareciam nas listas para compreensão da finalidade do uso dos livros encontrados na biblioteca escolar, bem como percepção da circulação do material, revelando a relação dos alunos com a leitura. Para a realização desta pesquisa, utilizamos como fonte a relação de bens móveis e os cadastros de empréstimos dos livros do Grupo Escolar Barão de Mipibu. Além disso, para a efetivação deste estudo adotamos a perspectiva ada História Cultural, e, de igual modo, estabelecemos diálogo com autores que tratam do assunto, a saber: CHARTIER (2003); DARNTON (2011), CASTRO (2015) e VIDAL (2001). Ao final da pesquisa, concluímos que que no Grupo Escolar Barão de Mipibu, em 1940, a prática da leitura era frágil e apresentava muitos desafios quanto a sua consolidação e, mesmo diante das reformas de ensino ocorridas no período e do aumento na produção de livros, o hábito de ler não era uma prática usual dos alunos.
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