Qualidade de cafés brasileiros torrados e moídos: Análise química do resíduo mineral fixo e de diferentes tipos de embalagens no teor de umidade
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i5.14630Palavras-chave:
Controle de qualidade; Variedades; Bebida; Consumidores.Resumo
A produção agrícola do café nacional encara controvérsias quanto à qualidade do café torrado e moído, sendo suscetível à perda de qualidade pela exposição ao oxigênio e umidade e pela estocagem a temperaturas elevadas. Diante da importância do café para a economia e o consumo brasileiros, foi feito um levantamento das principais marcas de café comercializadas em estabelecimentos da cidade de São Luís, observando-se a presença ou ausência do selo de qualidade da ABIC, suas categorias (tradicional, extraforte, superior e gourmet) e tipos de embalagens mais comuns (almofada e a vácuo). Em seguida, dois parâmetros de pureza estabelecidos pela ABIC - umidade e resíduo mineral fixo - foram determinados quantitativamente nas oito amostras representativas. As análises foram realizadas seguindo os procedimentos descritos pelo Instituto Adolf Lutz (2008). A pesquisa revelou que as categorias de café superior e gourmet não são facilmente encontradas, enquanto o café tradicional e extra-forte é muito acessível, tanto na embalagem almofada quanto a vácuo. Os resultados obtidos para os teores de umidade demonstraram que duas marcas (A2 e A3) estão dentro dos padrões estabelecidos pelo INMETRO, tanto para cafés embalados em almofada quanto a vácuo. Para as amostras de teores de resíduo mineral fixo obtidos, observou-se que a marca A1 estava em conformidade com a legislação, tanto para o café acondicionado em almofada como em saquinho selado a vácuo, e a marca A4 apresentou resultados para as almofadas dentro dos parâmetros indicados. O projeto estatístico foi aplicado para verificar o efeito da embalagem (almofada e saco selado a vácuo) sobre os níveis de umidade entre as diferentes marcas por meio de análise de variância (ANOVA). Os resultados mostraram que apesar de apresentarem o selo ABIC atestando a qualidade do produto, sem fraude e livre de impurezas, 50% das amostras analisadas apresentaram alteração no teor de umidade e 62,5% apresentaram teores de resíduos minerais fixos acima dos padrões estabelecidos pela legislação brasileira.
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