Eventos adversos relacionados à assistência à saúde no Brasil: Estudo ecológico no período 2014-2018
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i5.14956Palavras-chave:
Eventos adversos; Sistemas de informação; Saúde pública; Gestão de risco.Resumo
Objetivos: Identificar os tipos de incidentes mais notificados no Brasil desde a implantação dos núcleos de segurança do paciente. Método: Estudo epidemiológico ecológico com base nos dados obtidos nos Boletins Informativos de Segurança do Paciente e Qualidade em Serviços de Saúde relacionados a assistência à Saúde emitidos pela ANVISA e do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES) dos anos de 2014 a 2018. Resultados: Os dados foram submetidos a teste de normalidade de Kolmogorov-smirnovi, sendo escolhida uma abordagem não-paramétrica (Sperman, Wilcox, Kruskal-Wallis) com nível de significância de 5%. Os resultados evidenciaram que nos biênios 2015-2016 e 2017-2018 os tipos de incidentes mais prevalentes foram: falha durante a assistência (27,8%/22,2%); lesão por pressão (17%/18,6%); queda (11,1%/11%); falha na identificação do paciente (6,3%/8%); perda ou obstrução de sonda (7,5%/ 6,5%) e flebite (5,4% /4,9%). Conclusão: Diferente de outros países onde as falhas mais prevalentes estiveram relacionadas a infecção, medicamentos e procedimentos cirúrgicos, os eventos adversos no Brasil estão mais relacionados aos cuidados de enfermagem. Apesar dos avanços alcançados, há muito a ser feito para estabelecimento da cultura da segurança do paciente nas instituições de saúde e na transposição das barreiras existentes quanto a notificação destes eventos, sendo o sistema de notificação de incidente uma importante estratégia na identificação de problemas na área de segurança do paciente, promovendo o aprendizado e melhoria dos processos assistenciais.
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