Anormalidades da substância branca do cérebro: semelhantes à esclerose múltipla na adolescência

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v10i5.15231

Palavras-chave:

Lesão cerebral; Sustância branca; Neuromielite óptica; Adolescente.

Resumo

Também conhecida como doença de Devic, a neuromielite óptica (NMO) é uma doença inflamatória autoimune que acomete o sistema nervoso central, consideravelmente semelhante à esclerose múltipla (EM). O objetivo desse trabalho foi comparar as semelhanças do quadro clínico apresentado com casos semelhantes encontrados na literatura médica, abordando a sintomatologia, diagnóstico e tratamento. Trata-se de um estudo descritivo, retrospectivo e qualitativo, feito através da técnica de observação direta. Paciente do sexo masculino, adolescente, compareceu ao nosso serviço queixando-se de fraqueza em membros inferiores e retenção urinária e, posteriormente, incontinência urinária, durante a internação hospitalar. Após se submeter à ressonância magnética de crânio evidenciou-se através das sequências T2 e FLAIR uma grande lesão com característica desmielinizante, hiperintensa na substância branca do hemisfério cerebral direito, com exuberante realce da imagem contrastada. Posteriormente, apresentou fraqueza no dimídio esquerdo do corpo, com piora progressiva em alguns dias, com impossibilidade de deambulação. O tratamento foi instituído com pulsoterapia de metilprednisolona e interferon beta, obtendo um excelente controle clínico da doença. Assim, a confirmação diagnóstica só foi possível graças a identificação de lesão única da substância branca cerebral através de exame de imagem e sorológico, que constituíram ferramentar de grande importância para o diagnóstico diferencial que possibilitou a exclusão de esclerose múltipla e permitiu o estabelecimento do tratamento oportuno para neuromielite óptica.

Referências

Aragão, J., Tavares, M. et al. (2009). Como Preparar Um Relato De Caso Clínico. Cadernos UniFOA. Volta Redonda, ano IV, n. 9.

Breitkopf, K., Aytulun, A., Förster, M., et al. (2020). Case Report: A Case of Severe Clinical Deterioration in a Patient With Multiple Sclerosis. Front. Neurol. 11:782.

Cañellas, A. R., Gols, A. R., Izquierdo, J. R., et al. (2007). Idiopathic inflammatory-demyelinating diseases of the central nervous system. Neuroradiology; 48:393-409.

Chitnis, T., Glanz, B., Jaffin, S., Healy, B. (2009). Demographics of pediatric-onset multiple sclerosis in an MS center population from the Northeastern United States. Mult Scler. 15:627-31.

Datar, R., Prasad, A. N., Tay, K. Y., Rupar, C. A., Ohorodnyk, P., Miller, M., Prasad, C. (2018). Magnetic resonance imaging in the diagnosis of white matter signal abnormalities. Neuroradiol J. 31(4):362-371.

Dos Passos, G. R. et al. (2018). MOG-IgG-associated optic neuritis, encephalitis and myelitis: lessons learned from neuromyelitis optica spectrum disorder. Front Neurol. 9: 217.

Eshaghi, A., Young, A. L., Wijeratne, P. A., Prados, F. et al. (2021). Identifying multiple sclerosis subtypes using unsupervised machine learning and MRI data. Nature Communications. 12(1):2078.

Filippi, M. et al. (2019). Association between pathological and MRI findings in multiple sclerosis. Lancet Neurol. 18, 198–210.

Fletcher, R. H., Fletcher, S. W., Wagner, E. H. (2003). Epidemiologia clínica: elementos essenciais. 3rd ed. Porto Alegre: Artmed.

Fragoso, Y. D., Brooks, J. B. B., Leal, T. M. S. (2012). Perfil descritivo de esclerose múltipla com início até os 16 anos nos pacientes de um centro de referência do estado de São Paulo. Rev. Paul. Pediatr. 30(4 ):617-20.

Guzmán-De-Villoria, J. A., et al. (2010). Differential diagnosis of T2 hyperintense brainstem lesions: Part 1. Focal lesions. Semin Ultrasound CT MR. 31(3):246-59.

Hauser, S. L. et al. (2017). Ocrelizumab versus Interferon Beta-1a in Relapsing Multiple Sclerosis. N. Engl. J. Med. 376, 221–234.

Jacob, A., McKeon, A., Nakashima, I. et al. (2013). Current concept of neuromyelitis optica (NMO) and NMO spectrum disorders. Journal of neurology, neurosurgery, and psychiatry, 84:922–30.

Jeong, I. H., Kim, S. H., Hyun, J. W., Joung, A., Cho, H. J., Kim, H. J. (2015). Tumefactive demyelinating lesions as a first clinical event: Clinical, imaging, and follow-up observations. J Neurol Sci. 358: 118-124.

Kansara T. (2017). Neuromyelitis Optica. International Journal of Current Advanced Research, 06(04):3559-3561.

Lassmann, H. (2007). Multiple sclerosis: is there neurodegeneration independent from inflammation? Journal of the Neurological Science. 259:3-6.

Lindemer, E. R., Greve, D. N., Fischl, B., Salat, D. H., Gomez-Isla, T. (2018). White matter abnormalities ang cognition in patients with conflicting diagnoses and CSF profiles. Neurology. 24;90(17):e1461-e1469.

Mars, R. B, O’Muircheartaigh, J., Folloni, D., Li, L., Glasser, M. F., Jbabdi, S., et al. (2018). Concurrent analysis of white matter bundles and grey matter networks in the chimpanzee. Brain Struct Funct. 1-13.

Medana, I. M., Esiri, M. M. (2003). Axonal damage: a key predictor of outcome in human CNS diseases. Brain. 26:515-530.

Minguetti, G. Ressonância magnética na esclerose múltipla: análise de 270 casos. (2001). Arq. Neuro-Psiquiatr. 59(3A):563-569.

Offenbacher, H., Fazekas, F., Schmidt, R., et al. (1993). Assesment of MRI criteria for diagnosis of MS. Neurology. 43:905-909.

Pandit, L., Asgari, N., Apiwattanakul, M., et al. (2015). Demographic and clinical features of neuromyelitis optica: a review. Mult Scler. 21:845–853.

Paty, D. W., Oger, J. J. F., Kastrukoff, L. F., et al. (1988). MRI in the diagnosis of multiple sclerosis: a prospective study with comparison of clinical evaluation, evoked potentials, oligoclonal banding and CT. Neurology. 38:180-185.

Renard, D., et al. (2015). Cortical abnormalities on MRI: what a neurologist should know. Pract Neurol. 15:257–265.

Schilling, K., Gao, Y., Janve, V., Stepniewska, I., Landman, B. A., Anderson, A. W. (2018). Confirmation of a gyral bias in diffusion MRI fiber tractography. Hum Brain Mapp. 39: 1449–1466.

Tenembaum, S., Chitnis, T., Nakashima, I. et al. (2016). Neuromyelitis optica spectrum disorders in children and adolescents. Neurology. 30;87(9 Suppl 2):S59-66.

Thompson, A. J., Baranzini, S. E., Geurts, J., Hemmer, B. & Ciccarelli, O. (2018). Multiple sclerosis. Lancet. 391, 1622–1636.

Verhey, L. H., Branson, H. M., Shroff, M. M., et al. (2011). MRI parameters for prediction of multiple sclerosis diagnosis in children with acute CNS demyelination: A prospective national cohort study. Lancet Neurol. 10(12):1065-1073.

Vigdorovich, N., Ben-Sira, L., Blumkin, L., Precel, R., Nezer, I., Yosovich, K., Cross, Z., Vanderver, A., Lev, D., Lerman-Sagie, T., Zerem, A. (2020). Brain White matter abnormalities associated with copy number of variants. Am J Med Genet A. 182(1):93-103.

Wingerchuk, D. M., Lucchinetti, C. F. (2007). Comparative immunopathogenesis of acute disseminated encephalomyelitis, neuromyelitis optica, and multiple sclerosis. Current Opinion in Neurology. 20:343-350.

Wingerchuk, D. M., et al (2015). International consensus diagnostic criteria for neuromyelitis optica spectrum disorders. Neurology. 14; 85(2): 177–189.

Wolinsky, J. S. et al. (2018). Evaluation of no evidence of progression or active disease (NEPAD) in patients with primary progressive multiple sclerosis in the ORATORIO trial. Ann. Neurol. 84, 527–536.

Young, A. L. et al. (2018). Uncovering the heterogeneity and temporal complexity of neurodegenerative diseases with Subtype and Stage Inference. Nat. Commun. 9, 4273.

Yin, R. K. (2005). Estudo de caso: planejamento e métodos. 3. ed. Porto Alegre, RS: Bookman, 212p.

Downloads

Publicado

12/05/2021

Como Citar

TOLENTINO JÚNIOR, D. S. .; SANTOS, S. N.; ARAÚJO, A. C.; MARQUES, A. B. de S.; FARIAS, K. P.; SOUZA , A. B.; OLIVEIRA, R. C. de. Anormalidades da substância branca do cérebro: semelhantes à esclerose múltipla na adolescência. Research, Society and Development, [S. l.], v. 10, n. 5, p. e44610515231, 2021. DOI: 10.33448/rsd-v10i5.15231. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/15231. Acesso em: 29 set. 2024.

Edição

Seção

Ciências da Saúde