Avaliação do conhecimento dos estudantes universitários da área de saúde sobre infecções sexualmente transmissíveis: Estudo transversal
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i5.15370Palavras-chave:
Doenças Sexualmente Transmissíveis; Saúde Sexual; Comportamento sexual; Educação Sexual; Ensino.Resumo
Introdução: As infecções sexualmente transmissíveis (IST) têm consequências que afetam negativamente a qualidade de vida e a saúde da população. Os adultos jovens são suscetíveis devido a um menor acesso às medidas preventivas e a um maior comportamento de risco. O objetivo foi avaliar e comparar o conhecimento sobre IST de estudantes universitários de cursos da área de saúde, de uma instituição pública e de uma instituição privada de ensino superior no Brasil. Métodos: estudo transversal realizado em 2019 no Brasil na Faculdade de Medicina do FEMA em Assis-SP e na Universidade do Estado de São Paulo (UNESP) em Marília nos cursos de Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional, em alunos de graduação, maiores de 18 anos, por meio de questionário autoaplicável, traduzido e adaptado para o português brasileiro do STD-KQ - Transmitted Disease Knowledge Questionnaire. Resultados: participaram 462/700 alunos (66,66%) de 18 a 46 anos (média de 21,46 anos, +/- 3,61), 99 homens e 363 mulheres. Na instituição privada, 262/340 (77,06%), e na instituição pública, 200/360 (55,55%). A média de idade foi de 22,21 (+/- 4,21) anos entre os homens e 21,25 (+/- 3,41) anos entre as mulheres. A porcentagem média de respostas corretas das 28 questões do teste foi de 52,07%. O número médio de respostas corretas por aluno foi de 17,49 em 28 possíveis, 62% (+/- 4,97). No modelo de regressão linear múltipla para o percentual de acertos, ajustado pelas variáveis de confusão, o intercepto foi de 55,2. Os alunos da instituição privada responderam 19.655 questões a mais do que a pública (P <0,001) e, a cada semestre de graduação, os alunos responderam 1.628 questões a mais (P <0,001). Não houve diferenças relevantes em relação ao sexo e idade dos alunos. Conclusão: há lacunas no conhecimento em IST entre universitários da área da saúde. Os alunos dos primeiros semestres dos cursos, e, em particular, os alunos da instituição de ensino pública, tiveram um desempenho significativamente inferior do acerto no questionário aplicado. Ações que promovam conhecimentos e atitudes preventivas em IST são necessárias entre os universitários.
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