A percepção pública como instrumento de educação ambiental: Um estudo sobre microplásticos
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i7.15411Palavras-chave:
Lixo marinho; Divulgação científica; Percepção ambiental.Resumo
O objetivo deste trabalho foi avaliar a percepção ambiental em relação aos microplásticos dos habitantes de diferentes cidades do estado do Rio de Janeiro. A pesquisa foi realizada durante as exposições do centro de ciências itinerante Ciências Sob Tendas na Semana Nacional de Ciência e Tecnologia de 2019, nas cidades de Niterói, Três Rios e Comendador Levy Gasparian,. Os dados foram coletados por meio de um formulário “Google Forms” com dez perguntas fechadas. No total foram coletadas 150 respostas em Niterói, 114 em Três Rios e 29 em Comendador Levy Gasparian. Quando perguntado se conheciam o termo “microplástico”, em geral, 77% das pessoas responderam “NÃO” e apenas 23% já tinham ouvido falar deste termo. Entre as pessoas que conheciam o termo, 84% eram de Niterói, estavam no ensino médio ou superior e obtiveram informações pela internet ou ambiente escolar. Logo, observa-se que o fator mais determinante é a escolaridade, apesar disso, a maioria deste público não recicla seu lixo e nem sabe como os plásticos se decompõem na natureza. Como forma de apresentar e divulgar os microplásticos como agentes poluidores do ambiente, ao final do questionário, o visitante era convidado a participar da atividade “Descobrindo os Microplásticos”. A atividade desenvolvida facilitou a conscientização e a transposição didática sobre os microplásticos de maneira contextualizada com a realidade dos participantes. Assim, a divulgação científica pode ser uma excelente ferramenta para estimular reflexões e mudança de hábitos, especialmente a respeito do lixo e seu descarte.
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