Análise da variabilidade da frequência cardíaca em pessoas vivendo com HIV submetidos à terapia antirretroviral (TARV) após a prática de atividade física

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v10i6.15436

Palavras-chave:

Exercício físico; Frequência cardíaca; Sorodiagnóstico da AIDS; Terapia Antirretroviral de Alta atividade.

Resumo

A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) é uma doença causada pelo vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) que ataca as células de defesa do indivíduo, os linfócitos TCD4+ causando um distúrbio grave do sistema imunológico. Seu tratamento é baseado em terapia combinada com medicações antirretrovirais que conseguem controlar a carga viral e diminuir as taxas de mortalidade da doença. Como alternativa, estratégias de intervenção através da prática de exercícios físicos com a finalidade de auxiliar no tratamento e qualidade de vida de pessoas vivendo com HIV vem sendo utilizadas pelos benefícios à saúde. Este estudo tem como objetivo comparar a variabilidade da frequência cardíaca (VFC) medida por um cardiofrequêncímetro, em pacientes HIV positivos submetidos a terapia antirretroviral (TARV) em repouso e após a realização de um treinamento concorrente (TC). O presente estudo constitui-se de uma pesquisa analítica, observacional e transversal. A amostra será composta por 15 pessoas que vivem com HIV e que se encontram em acompanhamento clínico ambulatorial do Serviço de Atendimento Especializado (SAE) (Casa Rosa) em Barretos interior do estado de São Paulo. Para apresentação dos dados foi utilizado o teste de Wilcoxon para encontrar quais foram diferentes, o nível de significância adotado foi de p<0,05. Para verificar a relação dos resultados, foi utilizado o teste coeficiente de correlação de Spearman. O tamanho de efeito também foi calculado utilizando o teste de Cohen (d). Os dados analisados correlacionaram nível de significância em todas as variáveis no domínio da frequência e do tempo, excetuando SDNN e SD2. Houve tamanho de efeito grande somente para o parâmetro HF (Δ% = 279,92% de redução) no domínio da frequência e nos parâmetros RMSSD (Δ% = 79,58% de redução) e SD1 (Δ% = 79,62% de redução) no domínio do tempo no TC, nos outros parâmetros não houve efeito grande. Dessa forma, observa-se um que a retomada vagal, que normalmente ocorre após um treinamento físico, não ocorreu ou está retornando lentamente. Enquanto no parâmetro LF houve uma redução significativa, ou seja, uma retirada simpática após o TC, mesmo assim a retirada simpática não foi total, pois o parâmetro LF/HF (Δ% = 42,31% de aumento e TE = 0,70), que seu aumento significa atividade simpática, mostrou um aumento significativo após o TC. Em conclusão a variabilidade da frequência cardíaca dos pacientes em estudo diminuiu após o treinamento concorrente possivelmente pela disfunção autonômica evidenciada na literatura para pessoas vivendo com HIV.

Referências

Artal, F.J.C.(2017). Infectious diseases causing autonomic dysfunction; Clinal Autonomic Research, 28(1), 67–81.

Borges, J.P.; Farinatti, P.T.V. (2011). Regulação autonômica da frequência cardíaca em pacientes infectados pelo HIV. Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 10 Número 4.

Brasil. (2018) Ministério da Saúde. Boletim Epidemiológico HIV AIDS. Brasília: Ministério da Saúde

Brasil. (2018) Secretaria de Vigilância em Saúde. Boletim Epidemiológico. Ministério da Saúde. Número Especial.

Brasil. (2018). Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das Infecções Sexualmente Transmissíveis, do HIV/Aids e das Hepatites Virais. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Manejo da Infecção pelo HIV em Adultos / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das Infecções Sexualmente Transmissíveis, do HIV/Aids e das Hepatites Virais. – Brasília : Ministério da Saúde.

Costa, L,A., & Almeida, A. G. (2015). Patologia cardiovascular associada ao vírus da imunodeficiência humana. Revista Portuguesa de Cardiologia, 34(7-8), 479–491.

Chaves, A.C.P, et al. (2014) Conhecimentos e atitudes de adolescentes de uma escola pública sobre a transmissão sexual do HIV; Revista Brasileira de Enfermagem. 67(1): 48-53.

Chetty, L., Cobbing, S., & Chetty, V. (2020). Physical activity and exercise for older people living with HIV: a protocol for a scoping review. Systematic Reviews, 9(1).

Chow, D.C., et al. (2011) Cardiovagal autonomic function in HIV-infected patients with unsupressed HIV viremia. HIV Clinical Trials. 12(3):141-150

Chow, D., et al. (2012) Effects of antiretro-viral therapy on autonomic function in early HIV infection:A preliminary report. Internacional Journal of Medical Sciences; 9(5), 397-405.

Chow, D.C., et al. (2015) Symptoms of autonomic dysfunction inhuman immunodeficiency virus. Open Forum Infectious Diseases. 2(3), ofv103.

Deeks, S. G., Lewin, S. R., & Havlir, D. V. (2013). The end of AIDS: HIV infection as a chronic disease. The Lancet, 382(9903), 1525–1533.

Dong, J-G. (2016) The role of heart rate variability in sports physiology. Experimental and therapeutic medicine. v. 11, n. 5, p. 1531-1536,

Esiri, M. M., Morris, C. S., & Millard, P. R. (1993). Sensory and sympathetic ganglia in HIV-1 infection: Immunocytochemical demonstration of HIV-1 viral antigens, increased MHC class II antigen expression and mild reactive inflammation. Journal of the Neurological Sciences, 114(2), 178–187.

Fang, X., et al. (2015). Resilience, stress, and life quality in older adults living with HIV/AIDS. Aging & Mental Health, 19(11), 1015–1021.

Faria, G.; Gude, A.S. & Lima, A.C.C. (2018) Perfil epidemiológico das notificações de AIDS e infecção pelo HIV na população de Cacoal no período de 2010 a 2016. Revista da Faculdade de Educação e Meio Ambiente -FAEMA, Ariquemes. v.9, n. 2, p.698-705.

Fronteira, I. (2013) Estudos observacionais na era da medicina baseada na evidência, Acta Medica Portuguesa. 26(2):161-170

Gill, J, et al. (2010) Causes of Death in HIV-1 – Infected Patients Treated with Antiretroviral Therapy, 1996-2006: Collaborative Analysis of 13 HIV Cohort Studies. Clinical Infectious Diseases. 50(10), 1387–1396.

Godijk, N.G., et al. Heart Rate Variability, HIV and the Risk of Cardiovascular Diseases in Rural South Africa. Global Heart. 2020; 15(1): 17.

Lebech, A-M., et al. (2007) Autonomic dysfunction in HIV patients on antiretroviral therapy: studies of heart rate variability. Clinical physiology and functional imaging, v. 27, n. 6, p. 363-367.

Lima, E.M., et al. Cardiovascular prevention in HIV patients: results from a successful interventionprogram. Atherosclerosis. 204(1), 229-232.

Mccraty, R. & Shaffer, F. (2015) Heart rate variability: new perspectives on physiological mechanisms, assessment of self-regulatory capacity, and health risk. Global advances in health and medicine, v. 4, n. 1, p. 46-61.

Mcintosh, R. C. (2016) A meta-analysis of HIV and heart rate variability in the era of antiretroviral therapy. Clinical Autonomic Research: Official Journal of the Clinical Autonomic Research Society, v. 26, n. 4, p. 287–294.

Mittal, C.M., et al. (2004) Heart rate variability in human immunodeficiency virus-positive individuals. Internacional Journal of Cardiology. 94(1) :1–6.

Ozemek, C., Erlandson, K. M., & Jankowski, C. M. (2020). Physical activity and exercise to improve cardiovascular health for adults living with HIV. Progress in Cardiovascular Diseases. 63, 178–183

Pereira, G.F.M., et al. (2019) HIV/aids, hepatites virais e outras IST no Brasil: tendências epidemiológicas. Revista brasileira de epidemiologia. 22(suppl 1): e190001.supl.1

Pinto, T., et al. (2013) Benefícios do exercício físico para pacientes com HIV/AIDS. Revista Hospital Universitário Pedro Ernesto, 12(4):18-26

Quiles, N., Garber, C., & Ciccolo, J. (2017). Resting Autonomic Function in Active and Insufficiently Active People Living with HIV. International Journal of Sports Medicine, 39(01), 73–78.

Silva, J., et al. (2018) Estudo Comparativo De Docking Molecular Entre O Inibidor De Protease Saquinavir E O Carotenoide Bixina Como Potencial Inibidor Do Vírus Hiv Tipo I (1Hxb). Revista Expressão Católica Saúde, v. 3, n. 1, p. 35-41.

Tyor, W. R., et al. (1992) Cytokine expression in the brain during the acquired immunodeficiency syndrome. Annals of Neurology, 31(4), 349–360.

Umetani, K., et al. (1998) Twenty-four hour time domain heart rate variability and heart rate: relations to age and gender over nine decades. Journal of the American College of Cardiology, 31(3), 593–601.

Downloads

Publicado

18/05/2021

Como Citar

GOIS , T. O. de; SANTOS, C. K. A. dos; ALVES, J. C. C.; DANTAS , E. H. M. Análise da variabilidade da frequência cardíaca em pessoas vivendo com HIV submetidos à terapia antirretroviral (TARV) após a prática de atividade física. Research, Society and Development, [S. l.], v. 10, n. 6, p. e0610615436, 2021. DOI: 10.33448/rsd-v10i6.15436. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/15436. Acesso em: 2 jul. 2024.

Edição

Seção

Ciências da Saúde