Características socioeconômicas da produção e parâmetros de qualidade do leite cru refrigerada no Município de Santa Maria, RS, Brasil
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i6.15562Palavras-chave:
Composição do leite; Sistemas de produção; Manejo bovino leiteiro.Resumo
O presente estudo avaliou aspectos socioeconômicos das unidades produtoras de leite caracterizando a produção e a qualidade do leite de pequenas e médias propriedades da zona rural do município de Santa Maria/RS. O estudo foi realizado em três etapas: I. Georreferenciamento das propriedades alvo do estudo; II. Visita e aplicação do instrumento de coleta de informações; III. Determinação de parâmetros de qualidade do leite cru refrigerado através das análises físico-químicas e microbiológicas, incluindo densidade, teores de proteína, extrato seco desengordurado (ESD), lactose e cinzas, contagem padrão em placas (CPP). Observou-se que a produção leiteira no município de Santa Maria/RS está concentrada em duas principais macrorregiões. Foi possível verificar vulnerabilidades no manejo reprodutivo, sistema de produção predominante e controle de problemas sanitários reportados, dificultando a máxima eficiência, no entanto, os produtores também reconhecem o esforço realizado por entes locais através de ações que visam reduzir tais dificuldades como a incorporação de sistemas de manejo agroecológico. As perdas de leite acontecem em 13 dos 30 estabelecimentos rurais. Em relação a participação nos mercados, os produtores rurais foram classificados em grupos considerando-se o destino da produção (direta ou para a indústria), nível tecnológico (tecnificados ou pouco tecnificados) manejo adotado nas propriedades (sistemas de cria das vacas, ordenha e conservação do leite cru). Com a análise de componentes principais (ACP) foi demostrado pouca associação entre nível tecnológico e qualidade físico-química do leite. Em geral, as amostras dos leites das propriedades avaliadas atingiram os requisitos mínimos preconizados pela legislação brasileira para o leite cru refrigerado.
Referências
Borges, A. M., et al., (2015). Reprodução de vacas mestiças: potencialidade e desafios. Revista Brasileira de Reprodução Animal, 39(1), 155-163. www.cbra.org.br.
Brasil. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. (2018). Instrução Normativa 76 de 26 de novembro de 2018. Dispõe sobre regulamentos técnicos de produção, identidade, qualidade, coleta e transporte do leite. Diário Oficial da União, Brasília, Seção 1, 30 nov. http://www.in.gov.br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/52750137/do1-2018-11-30-instrucao-normativa-n-76-de-26-de-novembro-de-2018-52749894IN%2076.
Brasil. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (2018). Instrução Normativa nº 77, de 26 novembro de 2018. http://www.in.gov.br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/52750141/do1-2018-11-30-instrucao-normativa-n-77-de-26-de-novembro-de-2018-52749887.
Brasil. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (2017). Manual de métodos oficiais para análise de alimentos de origem animal / Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Secretaria de Defesa Agropecuária. – Brasília: MAPA, 2017.
Breitenbach, R., et al., (2017) Vantagens e oportunismo no relacionamento entre associados e cooperativa de laticínios. Interações 18.2. http://www.scielo.br/pdf/inter/v18n2/1518-7012-inter-18-02-0045.pdf.
Breitenbach, R., & Souza, R. S. (2015). Estrutura, conduta e governança na cadeia produtiva do leite: um estudo multicaso no Rio Grande do Sul. Revista Eletrônica de Administração REAd, 82(3), 750-78, http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-23112015000300750.
Claeys, W. L. et al. (2013) Raw or Heated Cow Milk Consumption: Review of Risks and Benefits. FoodControl 31:251-262. http://hdl.handle.net/1854/LU-4360262.
Desmasures, N., Bazin, F., & Gueguen, M. (1997). Microbiological composition of raw milk from selected farms in the Camembert region of Normandy. Journal of Applied Microbiology, 83(1), 53–58. http://doi.wiley.com/10.1046/j.1365-2672.1997.00166.x.
EMBRAPA, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Indicadores, tendências e oportunidades para quem vive no setor leiteiro. (2018). Anuário Leite 2018. https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia/36560390/anuario-do-leite-2018-e-lancado-na-agroleite.
Governo do Rio Grande do Sul. (2019). Radiografia da Agropecuaria Gaucha 2019. https://www.agricultura.rs.gov.br/secretaria-da-agricultura-apresenta-radiografia-da-agropecuaria-gaucha-2019.
Hammer, O. (2017). Paleontological Statistics Version 3.15. Reference manual. Natural History Museum. University of Oslo., 253 p. https://folk.uio.no/ohammer/past/past3manual.pdf.
Leira, M. H. et al., (2018) Fatores que alteram a produção e a qualidade do leite: revisão. Pubvet, 12(5), 1-13. Editora MV Valero. doi.org/10.22256/pubvet.v12n5a85.1-13
Lopes. M. A Gestão na bovinocultura de leite. Ed. Ufla, 2015. 97p.
Lopes, M. A., & Santos, G., (2012). Comparativo econômico entre propriedades leiteiras em sistema intensivo de produção: um estudo multicasos. Revista Brasileira de Saúde e Produção Animal, 13(3), 591–603. http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S 151999402012000300001&lng=pt&tlng=pt.
Lucey, J. A. (2015). Raw Milk Consumption: Risks and Benefits. Nutrition Today 50(4):189-193. https://journals.lww.com/nutritiontodayonlin e/Fulltext/2015/07000/Raw_Milk_Consumption__Risks_and_Benefits.10.aspx#:~:text=In%20conclusion%2C%20raw%20milk%20is,poisoning%20risk%20with%20its%20consumption.&text=There%20is%20no%20evidence%20that,were%20shown%20to%20be%20myths.
MacDONALD, L. E.et al., (2011). A systematic review and meta-analysis of the effects of pasteurization on milk vitamins, and evidence for raw milk consumption and other health-related outcomes. J FoodProt 74:1814- 32. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/22054181/.
Mesquita, A. A. et al., (2018). Staphylococcus aureus and Streptococcus agalactiae: prevalence, resistance to antimicrobials, and their relationship with the milk quality of dairy cattle herds in Minas Gerais State, Brazil. Pesquisa Veterinária Brasileira, 39(5), 308-316. http://200.19.146.79/index.php/vetnot/article/view/42513.
Múnera-Bedoya, O. D. et al., (2017). Influence of attitudes and behavior of milkers on the hygienic and sanitary quality of milk. Plos One, 12(9), 0184640-345, 19. Public Library of Science (PLoS). http://dx.doi.org/10.1371/journal.pone.0184640.
Nunes O., & Karnopp E. (2013). Análise das Potencialidades Econômicas Endógenas no Desenvolvimento do Município de Santa Maria/RS. Revista Gestão e Desenvolvimento em Contexto-Gedecon. 1(1). http://revistaeletronica.unicruz.edu.br/index.php/GEDECON/article/download/288/224.
Perobelli, F. S, et al., (2018) Spatial scopes of the milk production chain in Minas Gerais. Nova Economia, 28(1), 297–337. http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S010363512018000100297&lng=en&nrm=iso&tlng=pt.
Picoli T, et al., (2015) Milk production characteristics in Southern Brazil. Semina: Ciências Agrárias, 36(3), 1991-1998.
Pires, M. A. S., Júnior, G. A. D A., & Lopes, M. A. (2019) Diagnóstico em Propriedades Leiteiras de Economia Familiar em Tabuleiro-MG. Medicina Veterinária (UFRPE), 12(3), 222 231. http://journals.ufrpe.br/index.php/medicinaveterinaria/article/view/2398/482483009#.
Reis. E. J. (2019) Relatório socioeconômico da cadeia produtiva do leite no Rio Grande do Sul: 2019 / realização: Emater/RS-Ascar., elaboração: Jaime Eduardo Ries. Emater/RSAscar, 2019. 114 p. https://www.ufsm.br/unidades-universitarias/ccr/wp-content/uploads/sites/370/2019/12/RELATORIO-LEITE-2019_2.pdf.
Schneider, S. & Ferrari, D. L. (2015). Cadeias curtas, cooperação e produtos de qualidade na agricultura familiar: o Processo de Re-localização da Produção Agroalimentar em Santa Catarina. Organizações Rurais & Agroindustriais, 17(1), 56-71. https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/1 51097/001010176. pdf?sequence=1.
Schneider, S. (2016) Mercados e Agricultura Familiar. In: MARQUES, F. C., CONTERATO, M. A., SCHNEIDER, S. Construção de Mercados e Agricultura Familiar: Desafios para o Desenvolvimento Rural. UFRGS, 2016. 4. 93-136. file:///C:/Users/Usu%C3%A1rio/Downloads/2016-Cap4-SergioSchneider MercadoseAF.pdf.
Silva, M. N et al. (2017). A agricultura familiar e os circuitos curtos de comercialização de alimentos: estudo de caso da feira livre do município de Jaguarão, RS, Brasil. Revista Espacios. 38(47), 7. http://www.revistaespacios.com/a17v38n47/a17v38n47p07.pdf.
Todeschini, B. et al. (2018). Ocorrência de brucelose e tuberculose bovinas no Rio Grande do Sul com base em dados secundários. Pesquisa Veterinária Brasileira, 38(1), 15-22. Fap. UNIFESP (SciELO). http://dx.doi.org/10.1590/1678-5150-pvb-4712.
Werncke, D. et al., (2016) Qualidade do leite e perfil das propriedades leiteiras no sul de Santa Catarina: abordagem multivariada. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia, 68(2), 506-516. Fap UNIFESP (SciELO). http://dx.doi.org/10.1590/1678-4162-8396.
Vargas, D. P., Nörnberg, J. L., & Scheibler, R. B., (2019). Qualidade físico-química e microbiológica do leite bovino em diferentes sistemas de produção e estações do ano. Ciência Animal Brasileira, v. 20, p. e-46898. http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S180968912019000100210&tlng=pt.
Winch, W. P., Balem, T. A., & Machado, R. L. (2018). Agroecologia em destaque na produção leiteira: o processo de transição realizado pela Família Santini em Santa Maria-RS. Cadernos de Agroecologia. Anais do VI CLAA, X CBA e V SEMDF. 13(1).
Zagorska J. & Ciprovica I. Evaluation of Factors Affecting Freezing Point of Milk. (2013). International Journal of Nutrition and Food Engineering. 7(2), 106-111. https://waset.org/publications/15910/evaluation-of-factors-affecting-freezing-point-of-milk.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Maximiliano Escalona Jiménez; Valéria Pinheiro Braccini; Ana Carolina Seibt; Lidiane Viera Machado ; Magnolia Martins Erhardt; Gustavo Pinto da Silva; Neila Silvia Pereira dos Santos Richards
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.