O sertão de costas para a Reforma Educacional do Ceará: Juazeiro do Norte não responde ao Cadastro Escolar
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i6.15741Palavras-chave:
Educação; Reforma; Resistência; Cadastro escolar.Resumo
Essa pesquisa é de cunho qualitativa, de natureza bibliográfica, com enfoque na prática da pesquisa em história da educação, conforme as orientações sugeridas por Luca (2020). Tem por ponto de partida um embate ocorrido no percurso da reforma escolar cearense, no início da década de 1920, envolvendo o educador Lourenço Filho (1897-1970 e o Padre Cícero Romão (1844-1934). A querela se inicia quando o sacerdote não responde o Cadastro Escolar. O desenvolvimento desse estudo foi feito em duas etapas. Na primeira, realizou-se a leitura analítica da obra Juazeiro do Padre Cícero (2002), de autoria do referido educador paulista, tomando-se como ponto de análise um comentário contido na página 12 do prefácio feito pelo pesquisador Carlos Monarcha, da UNESP, acerca da resistência do padre, emperrando o andamento da reforma cearense. As questões suscitadas pela leitura, dando conta dos aspectos culturais e sociais da realidade sertaneja, foram cruzadas com outras leituras, dando-se início à segunda etapa. O cruzamento de tais leituras, permitiu um mapeamento e um delineamento do território histórico onde se travou aquele duelo ideológico, em um contexto cultural dicotômico: urbano versus rural. Admite-se que a ampliação do entendimento dessa questão, à luz do conjunto das leituras apropriadas, seja oportuna para refletir o projeto de reforma do ensino primário, cuja escola pública devia ter sido ofertada às massas, naquele cenário histórico da educação cearense, acima dos interesses e das convicções ideológica e religiosas.
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