O CPAP atenua as respostas cardiovasculares ao esforço submáximo na apneia obstrutiva do sono? Um estudo transversal
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i6.15941Palavras-chave:
Apneia Obstrutiva do sono; Pressão Positiva Contínua nas Vias Aéreas; Respostas Hemodinâmicas; Teste de esforço submáximo.Resumo
Objetivo: Comparar a capacidade funcional de exercício (CFE) e as respostas cardiovasculares ao exercício submáximo em indivíduos com apneia obstrutiva do sono (AOS) com e sem tratamento com pressão positiva contínua nas vias aéreas (CPAP). Métodos: 73 indivíduos com diagnóstico de AOS moderada ou grave foram divididos em 2 grupos: grupo CPAP (boa adesão ≥ 4 horas/noite, n = 36) e grupo nCPAP (não utilizaram o dispositivo, n = 37) e submetidos ao teste de degrau de seis minutos (TD6M). Resultados: Não houve diferença entre os grupos na CFE (nCPAP 132,95 ± 27,12 degraus vs CPAP 125,11 ± 26,15 degraus; p=0,213). A resposta pressórica imediatamente após o exercício (final – repouso) foi superior no grupo nCPAP tanto para pressão arterial sistólica (PAS) (57,56 ± 19,91mmHg vs 28,88 ± 15,07mmHg; p = 0,000) quanto para pressão arterial diastólica (PAD) (14,05 ± 8,64 vs 1,38 ± 7,23; p = 0,000). O percentual de variação de recuperação (recuperação – inicial) foi menor no grupo CPAP, tanto para PAS (24,2 ± 12,04% vs 4,6 ± 7,31%; p = 0,000) quanto para PAD (10,66% ± 9,41% vs 0,43% ± 6,88%; p = 0,000). Não houve diferença no percentual de variação da FC (nCPAP 18,6 ± 15,34% vs. CPAP 15,08 ± 10,59%; p = 0,260). Conclusões: Os resultados sugerem uma resposta pressórica atenuada ao esforço submáximo e uma recuperação mais rápida da PAS e da PAD em indivíduos com AOS tratados com CPAP em comparação aos não tratados.
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