Consumo alimentar de adolescentes: Validação e calibração de um questionário de frequência alimentar em estudo com amostragem complexa
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i6.16075Palavras-chave:
Adolescentes; Questionário de frequência alimentar (QFA); Validação; Calibração; Amostragem complexa.Resumo
Estudos sobre padrões alimentares dependem da validade dos métodos, como o questionário de frequência alimentar (QFA), para estimar consumo alimentar de longo prazo, que pode ser superestimado e o método precisa ser validado. Questiona-se se estudos de validação aninhados a estudos com desenho amostral complexo (DAC) deveriam ignorar a dependência dos dados. Este estudo objetiva validar o QFA aplicado a adolescentes escolares e estimar os fatores de calibração em um estudo com amostragem complexa. A validade do QFA é testada frente a registros alimentares (RA) aplicados a 85 adolescentes em um estudo com DAC, com estimação dos fatores de calibração (λ) para energia, nutrientes e grupos alimentares (GA). Coeficiente de correlação intraclasse foi calculado; diferenças médias foram comparadas via modelagem, e foram realizadas análises de concordância. As médias entre os métodos diferiram para energia e nutrientes (p<0,05), mas quatro GA foram similares. Limites de concordância não se mostraram aceitáveis para os nutrientes. Coeficientes de correlação de concordância de fibras, zinco e ácidos graxos, ajustados pela energia, variaram de 0,16 a 0,22 e para os GA variaram de 0,07 a 0,36. Os fatores de atenuação corroboraram as diferenças (λ<0,40). O QFA apresentou validade relativa, sobretudo para os GA e λ aproximou as estimativas do QFA ao RA, sendo relevante quando nutrientes são usados em análises epidemiológicas. O ajuste das análises pelo DAC confirmou que a estrutura de dependência dos dados deve ser considerada, mesmo em estudos de validação, devendo-se evitar tratar tais dados como se fossem oriundos de amostra aleatória simples.
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