Falar ou calar: eis a questão para enfermeiros
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i7.16427Palavras-chave:
Comunicação; Barreiras de comunicação; Segurança do paciente; Erros médicos.Resumo
Introdução: A forma como as relações interprofissionais em saúde se estabelece, podem gerar erros e resultar em danos aos pacientes. Objetivos: examinar a capacidade dos enfermeiros para manifestarem-se frente às falhas de assistência ao paciente com potencial para eventos adversos; e, identificar os facilitadores capazes de potencializar a voz dos enfermeiros, frente aos atos inseguros em curso, praticados por profissionais da saúde em dois hospitais da região metropolitana de Porto Alegre/RS. Metodologia: realizado um estudo de caso múltiplo e incorporado. A coleta de dados entre julho a agosto de 2020, por meio de entrevista semiestruturada, virtual e gravada; para análise dos dados adotou-se o método de análise de Laurence Bardin. Resultados: a capacidade de enfermeiros manifestarem suas preocupações relacionadas à segurança do paciente dependeu de alguns fatores além da gravidade do dano, tais quais, o aspecto pessoal, a pessoa a ser contestada ou questionada, o profissional (onde, abordar a equipe médica foi mais difícil que a técnica de enfermagem), e a situação ou contexto. Os potenciadores da fala também emergiram, principalmente: pessoal, experiência, conhecimento, liderança, gestão e processos. Conclusão: características pessoais, tal qual a maturidade, e conhecimento, auxiliaram na tomada de decisão, enquanto a interdisciplinaridade apareceu discretamente nos discursos, reforçando a necessidade do trabalho em equipe com este foco, a fim do compartilhamento de conhecimento e apoio nas incertezas.
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