Modelagem espacial da desigualdade de renda e envelhecimento populacional no Brasil
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i7.16433Palavras-chave:
Desigualdade; Determinantes sociais da saúde; Envelhecimento; Sistemas de informação geográfica; Análise espacial.Resumo
Objetivo: Analisar a dinâmica espacial da desigualdade de renda e sua relação com o envelhecimento populacional no Brasil. Método: Estudo ecológico de base populacional utilizando técnicas de análise espacial e dados dois últimos Censos Demográficos Brasileiros. A modelagem espacial apresentou o Índice de Moran Global (I) e o Índice de Associação Espacial Local (LISA) através da autocorrelação espacial e correlação entre a desigualdade de renda, expectativa de vida e taxa de envelhecimento. Resultados: Observamos autocorrelação espacial significativa da desigualdade de renda (I=0,284; I=0,462; p=0,001), expectativa de vida (I=0,560; I=0,352; p=0,001) e taxa de envelhecimento (I=0,663; I=0,646; p=0,001). Os conglomerados predominantes foram encontrados nas regiões Norte, Nordeste e Sul do país. Os clusters das regiões Norte e Nordeste estiveram associados a maiores desigualdades e menores indicadores de envelhecimento. Houve uma correlação espacial inversa entre desigualdade de renda, expectativa de vida e taxa de envelhecimento. Conclusão: O envelhecimento populacional no Brasil apresenta uma distribuição não aleatória revelando correlações espaciais com a desigualdade de renda. Dadas as disparidades sociais e econômicas existentes no território brasileiro, a análise espacial mostrou-se um contributo significativo para a formulação de políticas públicas que respeitem as peculiaridades locorregionais.
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