Variação temporal das taxas de vacinação contra a brucelose bovina no Sudoeste Goiano

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v10i7.16685

Palavras-chave:

Defesa agropecuária; Profilaxia; Zoonoses.

Resumo

A brucelose bovina é uma enfermidade infecciosa, crônica e de notificação obrigatória, responsável por inúmeras perdas econômicas e estabelecimento de barreiras sanitárias. O estudo foi realizado com o intuito de analisar a tendência de longo prazo das taxas de vacinação na microrregião do Sudoeste Goiano, no período de 2015 a 2020. Calculou-se as taxas de vacinação contra a brucelose bovina para, posteriormente, realizar os cálculos de tendência temporal de vacinação e suas análises. Os dados de vacinação do rebanho bovino, do período em questão, foram fornecidos pela Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa), Goiânia-Go. No Sudoeste Goiano, a taxa de vacinação contra a brucelose foi de 59% no primeiro semestre de 2015, e de 35% no segundo semestre do mesmo ano. Em 2017, no primeiro semestre, a taxa foi de 54%, e de 29% no segundo semestre. No primeiro semestre de 2018, a taxa de vacinação observada foi de 48%, e de 25% no segundo semestre. No primeiro e segundo semestres de 2019, foram observadas, respectivamente, taxas de vacinação de 58% e 29%. Por fim, no primeiro semestre de 2020, observou-se uma taxa de 58%. A média das taxas de vacinação nos semestres avaliados foi de 44%. A menor taxa de vacinação foi observada em Chapadão do Céu (8%) no segundo semestre de 2017, com taxa de variação semestral de – 15,13% (IC95% - 28,7 a 1). Santa Rita do Araguaia apresentou as duas maiores taxas de vacinação, a primeira, 117%, observada no primeiro semestre de 2020, com taxa de variação semestral de - 8,57% (IC95% - 20,2 a 4,8), e a segunda, 92%, observada no primeiro semestre de 2017, com taxa de variação semestral de – 8,57% (IC95% - 20,2 a 4,8). As tendências de longo prazo das taxas de vacinação foram de estabilidade na maioria dos municípios avaliados. Uma vez que grande parte das taxas foram inferiores a 70% em todos os anos avaliados, essa estabilidade se torna desfavorável. Os resultados nos sugerem pouca evolução no programa de vacinação contra a brucelose bovina no Sudoeste Goiano o que pode influenciar negativamente a prevalência da doença na região.

Biografia do Autor

Raphaella Barbosa Meirelles-Bartoli, Universidade Federal de Jataí

Mestre e Doutora em Medicina Veterinária Preventiva pela Unesp de Jaboticabal-SP. Docente desde 2011 na Universidade Federal de Jataí (UFJ) atuando na área de Doenças Infecciosas, Epidemiologia, Saúde Pública e Saúde Única. Responsável por disciplinas na graduação do curso de Medicina Veterinária, na Residência Multiprofissional em Saúde - Medicina Veterinária e no Programa de Pós Graduação em Biociência Animal. Coordenadora do Laboratório de Saúde Pública Veterinária e do Núcleo de Imunização e Sorologia Antirrábica Humana e Animal na UFJ. Coodenadora de Estágios do curso de Medicina Veterinária. Coordenadora do Grupo de Estudos em Saúde Pùblica Veterinária. Membro da Comissão de Saúde Animal da AUGM. Membro da Comissão Estadual de Saúde Pública do CRMV-GO.

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Publicado

27/06/2021

Como Citar

OLIVEIRA, R. A.; CRUZ, C. de A.; MATHIAS, L. A. .; SILVA, D. A. V. .; GALARZA , M. F. C. .; GITTI , C. B. .; ROMANI, A. F. .; AMARAL, A. V. C. do .; RAMOS , D. G. de S. .; SATURNINO, K. C. .; BRAGA, Ísis A. .; PAULA , E. M. N. de .; SOUSA, D. B. de .; MEIRELLES-BARTOLI, R. B. Variação temporal das taxas de vacinação contra a brucelose bovina no Sudoeste Goiano. Research, Society and Development, [S. l.], v. 10, n. 7, p. e40710716685, 2021. DOI: 10.33448/rsd-v10i7.16685. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/16685. Acesso em: 17 ago. 2024.

Edição

Seção

Ciências Agrárias e Biológicas