Hipertensão portal após uso prolongado de trastuzumab entansina: hiperplasia nodular regenerativa com alterações autoimunes
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i8.17005Palavras-chave:
Neoplasias da Mama; Trastuzumab; Hipertensão Portal; Hepatite autoimune.Resumo
Neste relato de caso apresentamos uma complicação rara associada ao uso prolongado de trastuzumab entansina (T-DM1) – uma terapia composta para câncer de mama HER2+ – que ocorreu acompanhada de características laboratoriais autoimunes que poderiam atrasar ou levar a diagnósticos incorretos. Paciente do sexo feminino, 55 anos, encaminhada ao hepatologista com tomografia computadorizada sugestiva de hipertensão portal para investigação etiológica. História de carcinoma ductal invasivo em mama direita em tratamento há 5 anos sendo realizado quimioterapia neoadjuvante, mastectomia, radioterapia e quimioterapia adjuvante. Evoluiu com doença metastática quando estava em uso de monoterapia com T-DM1 há 2,5 anos. A endoscopia digestiva alta mostrou varizes esofágicas e gastropatia da hipertensão portal. Os exames laboratoriais revelaram aumento das transaminases, hipergamaglobulinemia e anticorpo antinuclear positivo. Biópsia hepática foi realizada para diagnóstico diferencial com hepatite autoimune, mas revelou hiperplasia nodular regenerativa. O T-DM1 foi descontinuado. Após seguimento de 2 anos, a paciente não apresentou complicações de hipertensão portal, embora persista com varizes esofágicas.
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